CÓDIGO DE HAMURABI

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QUEM FOI HAMURABI?
Hamurabi nasceu supostamente por volta de 1810 a.C. e morreu em 1750 a.C., foi o sexto rei da primeira dinastia babilônica dos Amoritas e o fundador do 1º Império Babilônico, unificando amplamente o mundo mesopotâmico, unindo os sumérios e os semitas e conduzindo a Babilônia ao máximo esplendor.

Seu nome permanece diretamente ligado a um dos mais importantes códigos jurídicos da antiguidade: o Código de Hamurabi. Pouco depois de ascender ao trono, o jovem soberano deu início à fusão de semitas e sumérios em uma unidade política e civil, imposta não só pelas armas, mas também pela ação administrativa e pacificadora, desta forma conquistando, através de acordos e guerras, quase toda Mesopotâmia. 
Como legislador consolidou a tradição jurídica, harmonizou os costumes e estendeu o direito e a lei a todos os súditos. Como administrador, cercou a capital com muralhas, restaurou os templos mais importantes e instituiu impostos e tributos em benefício das obras públicas, retificou o leito do rio Eufrates, construiu novos e manteve antigos canais de irrigação e navegação, dando impulso à agricultura e o comércio na planície mesopotâmica. Aos povos conquistados, permitiu o culto da religião local, enquanto reconstruía suas cidades e adornava seus templos. Inseriu a noção de direito e comandou o território sob o seu poder. Foi o autor de um famoso código penal, o mais antigo da história, que leva seu nome.
O Código de Hamurabi estabelecia regras de vida e de propriedade, estendendo a lei a todos os súditos do império. Seu texto contendo 282 princípios foi reencontrado em Susa (1901-1902), por uma delegação francesa na Pérsia, sob a direção de Jacques de Morgan, sob as ruínas da acrópole de Susa, e transportado para o Museu do Louvre, Paris. Consiste de um monumento em forma de cone talhado em rocha de diorito, em pedra negra de 2,25m de altura, 1,60m de circunferência na parte superior e 1,90m de base. A superfície está coberta por um denso texto que se dispõem 46 colunas de escrita cuneiforme acádica.
No alto do monumento, Hamurabi recebe de Shamash, deus dos oráculos, as leis da equidade da justiça, dispostas em 46 colunas de 3.600 linhas. Nele estão codificadas as leis de seu tempo, de um reino de cidades unificadas, um agrupamento de disposições casuísticas, de ordem civil, penal e administrativa. Determinava penas para as infrações, baseadas na lei de talião: olho por olho, dente por dente, sangue por sangue, carne por carne e da ordália (julgamento divino).

O CÓDIGO

O Código de Hamurabi é um conjunto de leis criadas na Mesopotâmia, por volta do século XVIII a.C, pelo rei Hamurabi da primeira dinastia babilônica. O código é baseado na lei de talião, “olho por olho, dente por dente”. 

LEIS E OBJETIVOS

As 282 leis foram talhadas numa rocha de diorito de cor escura. Escrita em caracteres cuneiformes, as leis dispõem sobre regras e punições para eventos da vida cotidiana. Tinha como objetivo principal unificar o reino através de um código de leis comuns. Para isso, Hamurabi mandou espalhar cópias deste código em várias regiões do reino.

As leis apresentam punições para o não cumprimento das regras estabelecidas em várias áreas como, por exemplo, relações familiares, comércio, construção civil, agricultura, pecuária, etc. As punições ocorriam de acordo com a posição que a pessoa criminosa ocupava na hierarquia social.

O código é baseado na antiga Lei de talião, “olho por olho, dente por dente”. Logo, para cada ato fora da lei haveria uma punição, que acreditavam ser proporcional ao crime cometido. A pena de morte é a punição mais comum nas leis do código. Não havia a possibilidade de desculpas ou de desconhecimento das leis.

DIVISÃO DO CÓDIGO DE HAMURABI

Como era de se imaginar, o Código de Hamurabi não apresenta o mesmo formato das leis contemporâneas. A conformação que prevalece nos dias atuais surgiu apenas com o Código Civil Napoleônico.

As lacunas existentes no código são evidentes para os especialistas. Exemplo disso é o fato de somente as classes profissionais especiais terem as suas atuações regulamentadas. Porque somente algumas classes eram contempladas? Mesmo na Antiguidade já havia uma diversidade considerável de profissões.

De qualquer modo, estudiosos como E. Bergmann procuraram estruturar de forma racional a estrutura do código:

  1. Leis punitivas de prováveis delitos praticados durante um processo judicial (parágrafos 1 a 5) 
  2. Leis regulatórias do direito patrimonial (parágrafos 6 a 126) 
  3. Leis regulatórias do direito de família e heranças (parágrafos 127 a 195) 
  4. Leis destinadas a punir lesões corporais (parágrafos 196 a 214) 
  5. Leis que regulam os direitos e obrigações de classes especiais como: a) Médicos (§§215 – 223) b) Veterinários (§§ 224 – 225) c) Barbeiros (§§ 226 – 227) d) Pedreiros (§§ 228 - 233) e) Barqueiros (§§ 234 – 240) (parágrafos 215 a 240) 
  6. Leis regulatórias de preços e salários (parágrafos 241 – 277) 
  7. Leis adicionais regulatórias da posse de escravos (parágrafos 278 – 282)

Ao contrário da classificação sugerida por Bergman, Hugo Winker faz a divisão em quatorze partes:

  1. Encantamentos, juízos de Deus, falso testemunho, prevaricação dos juízes. (parágrafos 1 a 5) 
  2. Crime de furto e rapina, reivindicação de móveis. (parágrafos 6 a 25) 
  3. Direitos e deveres dos oficiais, dos gregários em geral.(parágrafos 26 a 41) 
  4. Locação em regime geral dos fundos rústicos, mútuos, locação de casas, doações em pagamento. (parágrafos 42 a 65) 
  5. Relação entre comerciantes e comissionários. (parágrafos 100 a 107) 
  6. Regulamento das tabernas (taberneiras prepostas, polícia, penas e tarifas). (parágrafos 108 a 111) 
  7. Obrigações (contratos de transportes, mútuos), processo de execução e servidão por dívidas. (parágrafos 112 a 119) 
  8. Contratos de depósitos (parágrafos 120 a 126) 
  9. Injúria e difamação (parágrafo 127) 
  10. Matrimônio e família, crimes contra a ordem da família, contribuições e doações nupciais, sucessão. (parágrafos 128 a 184) 
  11. adoção, ofensa aos genitores. Substituição do recém-nascidos. (parágrafos 185 a 195) 
  12. Crimes e penas (lesões corporais) talião, indenização e composição. (parágrafos 196 a 214) 
  13. Médicos e veterinários, arquitetos e barqueiros (mercês, honorários e responsabilidade), choque de navios. (parágrafos 215 a 240) 
  14. Sequestro, locações de animais, trabalhos nos campos, pastores, operários. Danos, furtos de utensílios para água, escravo (ação redibitória, responsabilidade por evicção, disciplina). (parágrafos 241 a 282) 
Este detalhamento nada mais é do que a ampliação do significado do primeiro. Entretanto, podemos aqui observar que o Código de Hamurabi não é somente morte e disposições penais como muitos o conhecem. Tal sistematização serve ainda para demonstrar que esta é uma legislação de grande valor e que traz alguns princípios que, com certeza, foram adotados por legislações posteriores no mundo do direito.

ALGUMAS LEIS DO CÓDIGO DE HAMURABI:
  1. Se alguém enganar a outrem, difamando esta pessoa, e este outrem não puder provar, então aquele que enganou deverá ser condenado à morte.
  2. Se uma pessoa roubar a propriedade de um templo ou corte, ele será condenado à morte e também aquele que receber o produto do roubo deverá ser igualmente condenado à morte.
  3. Se uma pessoa roubar o filho menor de outra, o ladrão deverá ser condenado à morte.
  4. Se uma pessoa arrombar uma casa, deverá ser condenado à morte na parte da frente do local do arrombamento e ser enterrado.
  5. Se uma pessoa deixar entrar água, e esta alagar as plantações do vizinho, ele deverá pagar 10 gur de cereais por cada 10 gan de terra.
  6. Se um homem tomar uma mulher como esposa, mas não tiver relações com ela, esta mulher não será considerada esposa deste homem.
  7. Se um homem adotar uma criança e der seu nome a ela como filho, criando-o, este filho quando crescer não poderá ser reclamado por outra pessoa.

CURIOSIDADE:

O monólito com o código de Hamurabi foi encontrado no ano de 1901, pela expedição de Jacques de Morgan, na região do atual Irã.

Os assuntos abrangidos pelo Código Hamurabi ele se divide resumidamente nos seguintes âmbitos:
  1. Artigo 1º ao Art. 5º: Previsão das penalidades para alguns delitos;
  2. Artigo 6º ao Art. 126: Referem-se ao patrimônio;
  3. Artigo 127 ao Art. 195: Referem-se à Família e Sucessão;
  4. Artigo 196 ao Art. 214: Referem-se à Pena de Talião;
  5. Artigo 215 ao Art. 240: Referem-se aos direitos e obrigações de determinadas classes;
  6. Artigo 241 ao Art. 277: Referem-se a Preços e Salários;
  7. Artigo 278 ao Art. 282: Referem-se a normas complementares acerca da propriedade de escravos.
As penas impostas pelo Código Hamurabi eram severas e extremadas, e geralmente culminavam em mutilações. Essas penas eram divididas em duas espécies:
  1. As pecuniárias que determinavam o pagamento de quantia determinada de acordo com a gravidade e o tipo do delito praticado.
  2. Pena de Talião, a chamada “olho por olho, dente por dente”. Era uma idéia de equivalência entre o dano causado e a pena recebida ( Op. cit. pp. 34/35).
O Código de Hamurabi trazia no seu preâmbulo, uma evocação aos deuses.

Inicia com a apresentação da base de qualquer justiça: “se alguém acusa um outro, mas não pode prová-lo, o acusador será morto.” E “se alguém testemunha contra o acusado sem poder provar o que diz e só o acusado for condenado à morte, a testemunha perderá a vida”. Até o juiz que proferir uma sentença errada será “publicamente expulso de sua cadeira.”

O roubo de escravo era punido com a morte, uma vez que o escravo era a única força que movimentava a economia do império. Se um escravo diz a seu senhor “Não sou seu escravo.” , terá a orelha cortada. E ficará livre. Só poderá salvar a orelha sem perder a liberdade se conseguir comprá-la – para o que os templos possuíam fundos especiais.

O Estado era todo poderoso, visto que o próprio imperador “recebia” seu poder dos deuses. Mas tinha várias obrigações, dentre as quais: “se um ladrão rouba e não é preso, o que foi roubado deve expor, diante dos deuses, tudo o que perdeu, e a cidade ou o governador da região que habita deverá reembolsá-lo pelos bens perdidos.”

A responsabilidade de todos pelos atos cometidos individualmente, parece ter sido a base constituída da sociedade da época. “Se um arquiteto constrói para alguém uma casa e não o faz solidamente, provocando um desmoronamento devido a defeito de seu trabalho e causando a morte do proprietário, o arquiteto deve ser punido com a morte.” Mas se o acidente matar o filho do proprietário, é o filho do arquiteto que pagará com a sua vida.

O Código também trazia no seu bojo no tocante aos conceitos da moral e da família, norma proibitiva da venda da casa, do campo e do horto (bens de família) pelo cabeça da família. “Se alguém negligenciar no seu trabalho a conservação do seu dique e nele se forma uma brecha, provocando inundação das terras dos outros, este homem deverá dar em reparação o trigo que por causa dele os outros perderam.”

O Código continha normas sobre o salário mínimo. “Se alguém aluga um lavrador, deverá pagar-lhe anualmente oito gur de trigo.” E “se alguém aluga um agricultor mercenário, deverá dar-lhe seis se por dia.” Mas “se um homem é encarregado de cultivar um campo e não semeia nele trigo, deve fornecer ao proprietário do campo tanto trigo quanto tenha colhido o vizinho.”

As difamações eram normatizadas num capitulo inteiro. As penas contra os caluniadores eram graves, prova disto é vista no artigo 127: “Se alguém difama uma mulher... e não o pode provar, deverá ser arrastado perante o juiz para lhe marcar com ferro a face.” Na época, a mulher era bastante respeitada. A esposa não podia ser repudiada mandando-a embora, futilmente. A mulher deveria receber uma garantia de sustento sob forma de “donativo de repúdio.” A esposa enferma, também não podia ser repudiada. “Se alguém toma uma mulher e esta é colhida pela moléstia, se ele então pensa em tomar uma outra, não deverá repudiar a mulher presa de moléstia, mas deverá conservá-la na casa e sustentá-la enquanto viver.”

O Código protegia o menor e instituía a lei do ventre livre. A adoção da criança era irrevogável. “Se o membro de uma corporação para criar um menino e não lhe ensina seu ofício, o adotado pode voltar para a casa paterna.” Todavia “se ele lhe ensina o ofício, o adotado não pode ser mais reclamado.” Caso o próprio pai “quer renegar o adotado, o filho adotado não deverá ir embora.” Antes, “deverá receber do patrimônio do pai um terço e do filho não adotivo um terço, e então ele deverá afastar-se.” Isso obrigava o pai ingrato a pensar melhor antes de qualquer tomada de decisão.

Entretanto “se um filho espanca seu pai, ser-lhe-ão decepadas as mãos.”

Para dar ênfase às leis que promulgava, Hamurabi terminava o Código da seguinte forma: “Que cada oprimido apareça diante de mim como rei que sou de justiça. Possa ele folgar o coração, exclamando: Hamurabi é um pai para seu povo. Estabeleceu a prosperidade para sempre e deu um governo justo a seu povo. Por todo o tempo futuro, o rei que estiver no trono observará as palavras que eu tracei neste monumento.” ( Cf. Novo Conhecer Abril Cultural, V. II, pp. 154/6).

Quanto à segunda parte da pergunta sobre em que âmbito se pode dizer que o Código Hamurabi foi pioneiro? O dicionarista Marcus Cláudio Acquaviva, diz que: “(...) Embora a consolidação de Hamurabi não seja o documento legal reformador mais antigo até hoje conhecido – antes dele os reis Ur – Nammu (cerca de 2.050 – 2.032 a. C.) , Lipit-Ishtar (1.875 – 1.865 a. C.), e Urukagina, de Lagash – já haviam feito reformas legislativas – é de se notar que, mil anos após sua elaboração, ainda era aplicado integralmente na Babilônia e na Assíria!” (Cf. Dicionário Jurídico Brasileiro Acquaviva).



FONTES DE INFORMAÇÕES:
http://www.suapesquisa.com
http://jeovahsantos.blogspot.com
http://www.sohistoria.com.br
http://www.brasilescola.com

TEOLOGIA BÍBLICA E MINISTÉRIO PASTORAL

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Como você descreveria o trabalho de um pastor? Onde você procuraria modelos? Talvez você buscasse as respostas em algumas outras igrejas locais e fizesse algumas adaptações que refletissem a agenda e os programas de sua própria igreja.

Isso seria presumir, é claro, que todo mundo já sabe como um pastor deve ser e o que ele deve fazer. Mas como nós sabemos qual é o papel fundamental de um pastor?

Certamente, devemos olhar para a Escritura para descobrir o que é um pastor. Mas em que lugar da Escritura? Poderíamos começar pelo trabalho implícito às qualificações de um presbítero (1Timóteo 3.1-7; Tito 1.5-10) e, cuidadosamente, considerar mandamentos explícitos dados aos líderes de igreja. Quando ultrapassamos a superfície de alguns desses mandamentos, contudo, uma interessante imagem aparece. Considere Atos 20.28 e 1Pedro 5.1-3, ambos dirigidos a presbíteros de igrejas locais:

“CUIDAI POIS DE VÓS MESMOS E DE TODO O REBANHO SOBRE O QUAL O ESPÍRITO SANTO VOS CONSTITUIU BISPOS, PARA APASCENTARDES [gr.poimainen] A IGREJA DE DEUS, QUE ELE ADQUIRIU COM SEU PRÓPRIO SANGUE” - (Atos 20.28, Almeida Revisada Imprensa Bíblica)

AOS ANCIÃOS, POIS, QUE HÁ ENTRE VÓS, ROGO EU, QUE SOU ANCIÃO COM ELES E TESTEMUNHA DOS SOFRIMENTOS DE CRISTO, E PARTICIPANTE DA GLÓRIA QUE SE HÁ DE REVELAR: APASCENTAI [gr. poimanate] O REBANHO DE DEUS, QUE ESTÁ ENTRE VÓS, NÃO POR FORÇA, MAS ESPONTANEAMENTE SEGUNDO A VONTADE DE DEUS; NEM POR TORPE GANÂNCIA, MAS DE BOA VONTADE; NEM COMO DOMINADORES SOBRE OS QUE VOS FORAM CONFIADOS, MAS SERVINDO DE EXEMPLO AO REBANHO”. - (1Pedro 5.1-3, Almeida Revisada Imprensa Bíblica)

Em ambas as passagens, a principal tarefa do pastoreio é resumida com o verbo grego “poimaino”, cujo significado básico é “APASCENTAR”, isto é, tomar conta de ovelhas (Lucas 17.7; 1Coríntios 9.7). Tanto Paulo em Atos como Pedro em sua primeira epístola resumem o trabalho de pastorear em uma palavra: apascentar.

Em Efésios 4.11, Paulo se refere aos pastores como “APASCENTADORES-MESTRES”, novamente demonstrando que a ideia de apascentar é básica no que tange ao ofício pastoral. De fato, a própria palavra “PASTOR” vem do latim pastor, que significa “apascentador”. Assim, apascentar é básico no que tange à palavra “pastor” e às descrições bíblicas do pastoreio.

Mas onde nós aprendemos o que significa apascentar? Se você tem alguma familiaridade com ovelhas e suas necessidades, então você já tem uma ideia básica. Ovelhas necessitam ser alimentadas, cuidadas, guiadas e protegidas. Os pastores fazem essas coisas por seu povo, transpostas para um sentido espiritual.

O ENREDO BÍBLICO DO APASCENTAMENTO

Mas essa metáfora assume uma profundidade ainda maior quando vemos como ela se desvela ao longo do enredo da Escritura. Em última instância, pastores aprendem o que significa ser um pastor pelo modo como o próprio Deus apascenta o seu povo.

O PASTOR DIVINO DO ÊXODO

O enredo bíblico do apascentamento começa, de fato, quando Deus traz o seu povo para fora do Egito, guia-os pelo deserto durante quarenta anos e os conduz em segurança à sua própria terra.[1] Ao descrever todo o período do êxodo e da peregrinação no deserto, o Salmo 77.20 declara: “O TEU POVO, TU O CONDUZISTE, COMO REBANHO, PELAS MÃOS DE MOISÉS E DE ARÃO”.

Como um pastor, Deus estava pessoalmente presente com seu povo (Êxodo 33.15-16). Como um pastor, Deus protegeu o seu povo (Números 14.7-9; Deuteronômio 23.14). Como um pastor, Deus proveu para o seu povo. Ele os alimentou (Salmo 78.19, 105.40-41). Ele os curou (Êxodo 15.26; Números 21.8-9).

Como um pastor, Deus guiou o seu povo a pastos verdejantes: “COM A TUA BENEFICÊNCIA GUIASTE O POVO QUE SALVASTE; COM A TUA FORÇA O LEVASTE À HABITAÇÃO DA TUA SANTIDADE” (Êxodo 15.13). Como um pastor, Deus gentil eternamente os conduziu adiante:

“ATRAÍ-OS COM CORDAS HUMANAS, COM LAÇOS DE AMOR; FUI PARA ELES COMO QUEM ALIVIA O JUGO DE SOBRE AS SUAS QUEIXADAS E ME INCLINEI PARA DAR-LHES DE COMER”. (Oséias 11.4)

Em tudo isso, Deus apascentou o seu povo por meio de Moisés, o líder humano que havia designado para apascentá-los (Salmo 77.20). E o próprio Moisés pediu ao Senhor um sucessor, a fim de que “A CONGREGAÇÃO DO SENHOR NÃO SEJA COMO OVELHAS QUE NÃO TÊM PASTOR” (Números 27.17).

Assim, o Senhor, o divino Rei da criação, é também o pastor do seu povo. E ele o apascentou por meio de um pastor humano por ele mesmo designado.

DAVI, O PASTOR-REI
                                                                                                                                     
Centenas de anos depois, esse padrão continua no reino de Davi e sua dinastia. O Senhor tomou Davi do apascentamento de ovelhas e o constituiu pastor de Israel (2Samuel 5.1-3, 7.8). O salmista declara:

TAMBÉM ESCOLHEU A DAVI, SEU SERVO, E O TOMOU DOS REDIS DAS OVELHAS; TIROU-O DO CUIDADO DAS OVELHAS E SUAS CRIAS, PARA SER O PASTOR DE JACÓ, SEU POVO, E DE ISRAEL, SUA HERANÇA. E ELE OS APASCENTOU CONSOANTE A INTEGRIDADE DO SEU CORAÇÃO E OS DIRIGIU COM MÃOS PRECAVIDAS”. (Salmo 78.70-72)

Assim como Davi ternamente nutria as ovelhas sob seus cuidados, assim também ele, na maior parte, conduziu Israel de modo responsável e compassivo, apascentando-o com integridade e sabedoria.

Contudo, o próprio Deus permanecia como o verdadeiro pastor de Israel. Israel confessava: “ELE É O NOSSO DEUS, E NÓS, POVO DO SEU PASTO E OVELHAS DE SUA MÃO” (Salmo 95.7). E Davi, designado por Deus para ser “SUBPASTOR”, proclamou a sua confiança na provisão, proteção e orientação divinas na sublime poesia do Salmo 23.

Mas nem todos os pastores-reis de Israel conduziram Israel pelos pastos verdejantes da obediência à Palavra do Senhor. Ao contrário, a maioria deles conduziu o povo de Deus às terras devastadas e estéreis da idolatria e da injustiça. Assim, Deus dispersou o seu rebanho por entre as nações como uma punição por seu pecado (Levítico 26.33; Deuteronômio 4.27, 28.64; 1Reis 14.15).

NOVOS PASTORES NO NOVO ÊXODO

Mas o mesmo Deus que dispersou o seu povo prometeu ajuntá-lo novamente. Em Jeremias 23.1-2, Deus pronuncia julgamento sobre os reis ímpios de Israel, os pastores que destruíam e espalhavam o rebanho de Deus. Esses pastores falharam em assistir o povo Deus em cuidado e proteção; assim, Deus irá assisti-los em julgamento. Não apenas isso, nos versículos 3-4, Deus declara:

“EU MESMO RECOLHEREI O RESTANTE DAS MINHAS OVELHAS, DE TODAS AS TERRAS PARA ONDE AS TIVER AFUGENTADO, E AS FAREI VOLTAR AOS SEUS APRISCOS; SERÃO FECUNDAS E SE MULTIPLICARÃO. LEVANTAREI SOBRE ELAS PASTORES QUE AS APASCENTEM, E ELAS JAMAIS TEMERÃO, NEM SE ESPANTARÃO; NEM UMA DELAS FALTARÁ, DIZ O SENHOR”.

O Senhor irá restaurar a sorte do seu povo e ele terá pastores que cuidem dele, provejam para ele e o protejam. Como esses pastores servirão o povo de Deus? A passagem paralela em Jeremias 3.15 nos conta: “DAR-VOS-EI PASTORES SEGUNDO O MEU CORAÇÃO, QUE VOS APASCENTEM COM CONHECIMENTO E COM INTELIGÊNCIA”. Os líderes do povo reunido de Deus irão liderar o povo alimentando-o com conhecimento e com entendimento dos caminhos e da Palavra de Deus.

Não apenas isso, mas Deus também há de levantar um rei supremo, o herdeiro de Davi, que assegurará a salvação de todo o povo de Deus:

“EIS QUE VÊM DIAS, DIZ O SENHOR, EM QUE LEVANTAREI A DAVI UM RENOVO JUSTO; E, REI QUE É, REINARÁ, E AGIRÁ SABIAMENTE, E EXECUTARÁ O JUÍZO E A JUSTIÇA NA TERRA. NOS SEUS DIAS, JUDÁ SERÁ SALVO, E ISRAEL HABITARÁ SEGURO; SERÁ ESTE O SEU NOME, COM QUE SERÁ CHAMADO: SENHOR, JUSTIÇA NOSSA”. (Jeremias 23.5-6)

ESSE REAJUNTAMENTO DO POVO DE DEUS, UM NOVO ÊXODO DE VOLTA PARA A SUA TERRA, ULTRAPASSARÁ EM GLÓRIA ATÉ MESMO A PODEROSA LIBERTAÇÃO DO POVO DE DEUS DO EGITO E SERÁ A OBRA PELA QUAL O POVO DE DEUS HÁ DE INVOCÁ-LO E LEMBRÁ-LO DAQUELE TEMPO EM DIANTE”. (vv. 7-8).

Então Deus há de ajuntar o seu povo como um fiel pastor. E Deus levantará muitos pastores fiéis que cuidem do seu povo. Contudo, um pastor-rei em particular irá salvar o povo e garantir-lhe o seu florescimento seguro no lugar de Deus, sob o governo de Deus.

Isaías 40.11 - Apresenta um outro relance do novo êxodo a ser realizado por Deus ao ajuntar, ele mesmo, o seu rebanho:

COMO PASTOR, APASCENTARÁ O SEU REBANHO; ENTRE OS SEUS BRAÇOS RECOLHERÁ OS CORDEIRINHOS E OS LEVARÁ NO SEIO; AS QUE AMAMENTAM ELE GUIARÁ MANSAMENTE”.

Ezequiel 34 - pinta um retrato mais detalhado da obra de Deus como o pastor que salvará o seu povo. Os então pastores de Israel alimentaram a si mesmos, em vez de alimentarem o rebanho, e falharam em curar as ovelhas doentes e em buscar as desgarradas; por isso, agora, o rebanho de Deus está disperso (vv.1-6). Por tudo isso, Deus há de julgar esses pastores ímpios e há de resgatar, ele mesmo, o seu rebanho (vv. 7-10). O próprio Deus irá buscá-lo, resgatá-lo, ajuntá-lo em sua própria terra, alimentá-lo e conduzi-lo ao lugar de descanso (vv. 11-14). “EU MESMO APASCENTAREI AS MINHAS OVELHAS E AS FAREI REPOUSAR, DIZ O SENHOR DEUS. A PERDIDA BUSCAREI, A DESGARRADA TORNAREI A TRAZER, A QUEBRADA LIGAREI E A ENFERMA FORTALECEREI; MAS A GORDA E A FORTE DESTRUIREI; APASCENTÁ-LAS-EI COM JUSTIÇA” (vv. 15-16).

Contudo, Deus também promete: “SUSCITAREI PARA ELAS UM SÓ PASTOR, E ELE AS APASCENTARÁ; O MEU SERVO DAVI É QUE AS APASCENTARÁ; ELE LHES SERVIRÁ DE PASTOR” (v. 23). Então o próprio Deus será o pastor de Israel, mas também o seu “SERVO DAVI” o será. E quando Deus novamente apascentar o seu povo, ele terá paz, bênção, segurança, abundância, liberdade, honra e o verdadeiro conhecimento de Deus (vv. 25-31).

JESUS, O BOM PASTOR     

Quem é esse pastor que Deus constitui sobre o seu povo? Jesus, o bom pastor. Jesus teve compaixão das multidões porque elas estavam aflitas e exaustas, ovelhas sem um pastor (Mateus 9.36). Jesus é o bom pastor que vem dar vida abundante ao rebanho de Deus (João 10.10), que dá a sua vida pelo rebanho de Deus (vv. 11, 15), que conhece as suas próprias ovelhas (v. 14), que ajunta todas as suas ovelhas em um só rebanho (v. 16).

A metáfora do povo de Deus como rebanho, no princípio, foi usada para descrever Israel no deserto: com fome, com sede, queimado pelo sol, ainda fora de seu verdadeiro lar. Transposto para um sentido espiritual, tudo isso é verdade acerca da igreja na presente era. Como Israel no deserto, nós ainda não entramos no descanso de Deus (Hebreus 4.11). Somos ameaçados não apenas pela fome e privação, mas também por oposição e perseguição.

Agora nós somos fracos e peregrinos, pressionados pelas privações. Mas, em Apocalipse, João nos dá um relance de nosso destino final:

JAMAIS TERÃO FOME, NUNCA MAIS TERÃO SEDE, NÃO CAIRÁ SOBRE ELES O SOL, NEM ARDOR ALGUM, POIS O CORDEIRO QUE SE ENCONTRA NO MEIO DO TRONO OS APASCENTARÁ E OS GUIARÁ PARA AS FONTES DA ÁGUA DA VIDA. E DEUS LHES ENXUGARÁ DOS OLHOS TODA LÁGRIMA”. (Apocalipse 7.16-17)

O Senhor Jesus é o nosso pastor e ele é um bom pastor. Contudo, aproxima-se o dia em que ele será nosso pastor e nós nunca mais sentiremos fome ou dor.

PASTOREANDO COMO O SUPREMO PASTOR

Então, o que esse enredo ensina aos pastores da igreja? As famosas palavras de Jesus a Pedro nos apontam a direção certa. Três vezes Jesus perguntou a Pedro se ele o amava; três vezes Pedro respondeu que sim; três vezes Jesus incumbiu Pedro de cuidar do seu rebanho (João 21.15-17). O Evangelho de João usa duas palavras gregas diferentes para “CUIDAR” ou “ALIMENTAR” nessa passagem, mas elas significam a mesma coisa. Ambas se referem ao abrangente cuidado que os pastores demonstram para com as ovelhas: alimentando-as, cuidando delas, guiando-as, protegendo-as. E é exatamente esse o tipo de cuidado que os pastores devem dar ao seu povo.

Pastores devem alimentar o seu povo com a Palavra, exortando-o na sã doutrina (Tito 1.9-10), anunciando-lhe todo o conselho de Deus (Atos 20.27). Pastores devem proteger o seu povo da falsa doutrina e daqueles que buscam desviá-lo (Atos 20.29-31). Pastores devem liderar o seu povo provendo-lhe um exemplo piedoso (Hebreus 13.7), equipando-o para o ministério (Efésios 4.12) e conduzindo com sabedoria os assuntos da igreja (1Timóteo 5.17). Pastores devem cuidar do seu povo provendo-lhe, com ternura, todo o conselho, ajuda e encorajamento que for necessário.

Em uma palavra, pastores cuidam. Eles não apenas se preocupam com o seu povo, eles zelam por ele. Eles o conhecem. Eles o buscam. Eles dão ao seu povo o de que a sua alma precisa, mesmo quando o próprio povo não compreende nem deseja aquilo de que mais precisa.

Em tudo isso, os pastores refletem a imagem de Deus o Pai. Paulo exorta os líderes da igreja: EXORTAMO-VOS, TAMBÉM, IRMÃOS, A QUE ADMOESTEIS OS INSUBMISSOS, CONSOLEIS OS DESANIMADOS, AMPAREIS OS FRACOS E SEJAIS LONGÂNIMOS PARA COM TODOS” (1Tessalonicenses 5.14). Esse tipo de cuidado pessoa-a-pessoa é exatamente o que Deus promete fazer pelo seu povo ao garantir que irá buscar a ovelha perdida, trazer de volta a desgarrada, ligar a quebrada e apascentar todas elas em justiça (Ezequiel 34.16).

E os pastores também refletem a imagem do nosso Senhor Jesus Cristo, que apascenta o povo de Deus antes de qualquer pastor, apascenta-o por meio do ministério de todo pastor e irá apascentá-lo mesmo quando o ministério de todos os pastores houver terminado. É por isso que Pedro chama Jesus de o “SUPREMO PASTOR” (1Pedro 5.4). Jesus é o herdeiro que Deus suscitou a Davi; ele é o único verdadeiro Pastor-Rei do povo de Deus. Contudo, o ministério pastoral de Jesus não exclui os pastores humanos – em vez disso, ele os equipa e fortalece para o seu ministério.

Pastor, acaso você já considerou que o seu próprio ministério em sua igreja local é parte do cumprimento de profecia? Lembre-se de que Deus prometeu levantar muitos pastores sobre o seu povo quando levantasse o seu Supremo Pastor sobre eles (Jeremias 23.4-5). Esses pastores haveriam de alimentar o povo de Deus com conhecimento e com inteligência (Jeremias 3.15).

O quanto as suas prioridades no ministério correspondem àquelas do pastor divino? O quanto você conhece as necessidades espirituais de suas ovelhas? Quanto tempo e esforço você dedica a suprir essas necessidades uma a uma? Você está mais preocupado com quantos novos indivíduos entram no prédio da igreja ou em se a alma deles está faminta ou tem fartura?

Você está vigilante contra as ameaças à saúde do seu povo na fé? Ou você deixa as suas ovelhas à mercê de falsos mestres, por falhar em equipá-los com uma compreensão profunda da doutrina bíblica?

Você sabe quais de suas ovelhas estão fartas e quais estão mal nutridas? Quais estão espiritualmente fortes e quais estão doentes? Quais estão seguras no aprisco e quais estão vagando no deserto?

Se você deseja renovar sua mente quanto ao que constitui o trabalho de um pastor, considere como Deus tem apascentado o seu povo ao longo do enredo da Escritura. Maravilhe-se com o seu gentil cuidado e com sua poderosa proteção. Aprenda com sua paciente atenção às diversas necessidades do seu povo. Admire-se com a profundidade da tenra compaixão divina, com o fato de que aquele que tem nas mãos as galáxias também se inclina para tomar em seus braços aquelas ovelhas que são fracas demais para andar. E ore para que, por sua graça e no poder do seu Espírito, Deus faça de você um pastor segundo o seu próprio coração.




NOTA:

[1] Ao longo dessa seção eu sigo a exegese de Timothy S. Laniak,Shepherds after My Own Heart: Pastoral Traditions and Leadership in the Bible, New Studies in Biblical Theology 20 (Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 2006) [Pastores segundo o meu coração: tradições pastorais e liderança na Bíblia, sem tradução em português].

FONTE DE INFORMAÇÕES:
http://www.ministeriofiel.com.br
Autor: Bobby Jamieson

A ORIGEM E HISTÓRIA DO CARNAVAL E A POSTURA DA IGREJA!

www.prnatanaelsp.com.br
Romanos 8:13, 14 - “POIS SE VOCÊS VIVEREM DE ACORDO COM A CARNE, MORRERÃO; MAS, SE PELO ESPÍRITO FIZEREM MORRER OS ATOS DO CORPO, VIVERÃO, PORQUE TODOS OS QUE SÃO GUIADOS PELO ESPÍRITO DE DEUS SÃO FILHOS DE DEUS”.

ORIGEM E HISTÓRIA DO CARNAVAL

O carnaval é a festa popular mais celebrada no Brasil e que, ao longo do tempo, tornou-se elemento da cultura nacional. Porém, o carnaval não é uma invenção brasileira nem tampouco realizado apenas neste país. A História do Carnaval remonta à Antiguidade, tanto na Mesopotâmia quanto na Grécia e em Roma.

A palavra carnaval é originária do latimcarnis levale, cujo significado é retirar a carne. O significado está relacionado com o jejum que deveria ser realizado durante a quaresma e também com o controle dos prazeres mundanos. Isso demonstra uma tentativa da Igreja Católica de enquadrar uma festa pagã.

Na antiga Babilônia, duas festas possivelmente originaram o que conhecemos como carnaval. As Saceias eram uma festa em que um prisioneiro assumia durante alguns dias a figura do rei, vestindo-se como ele, alimentando-se da mesma forma e dormindo com suas esposas. Ao final, o prisioneiro era chicoteado e depois enforcado ou empalado.

O outro rito era realizado pelo rei nos dias que antecediam o equinócio da primavera, período de comemoração do ano novo na região. O ritual ocorria no templo de Marduk, um dos primeiros deuses mesopotâmicos, onde o rei perdia seus emblemas de poder e era surrado na frente da estátua de Marduk. Essa humilhação servia para demonstrar a submissão do rei à divindade. Em seguida, ele novamente assumia o trono.

O que havia de comum nas duas festas e que está ligado ao carnaval era o caráter de subversão de papéis sociais: a transformação temporária do prisioneiro em rei e a humilhação do rei frente ao deus. Possivelmente a subversão de papeis sociais no carnaval, como os homens vestirem-se de mulheres e vice-versa, pode encontrar suas origens nessa tradição mesopotâmica.
As associações entre o carnaval e as orgias podem ainda se relacionar às festas de origem greco-romana, como os bacanais (festas dionisíacas, para os gregos). Seriam festas dedicadas ao deus do vinho, Baco (ou Dionísio, para os gregos), marcadas pela embriaguez e pela entrega aos prazeres da carne.

Havia ainda em Roma as Saturnálias e as Lupercálias. As primeiras ocorriam no solstício de inverno, em dezembro, e as segundas, em fevereiro, que seria o mês das divindades infernais, mas também das purificações. Tais festas duravam dias com comidas, bebidas e danças. Os papeis sociais também eram invertidos temporariamente, com os escravos colocando-se nos locais de seus senhores, e estes colocando-se no papel de escravos.

Mas tais festas eram pagãs. Com o fortalecimento de seu poder, a Igreja não via com bons olhos as festas. Nessa concepção do cristianismo, havia a crítica da inversão das posições sociais, pois, para a Igreja, ao inverter os papéis de cada um na sociedade, invertia-se também a relação entre Deus e o demônio.

A Igreja Católica buscou então enquadrar tais comemorações. A partir do século VIII, com a criação da quaresma, tais festas passaram a ser realizadas nos dias anteriores ao período religioso. A Igreja pretendia, dessa forma, manter uma data para as pessoas cometerem seus excessos, antes do período da severidade religiosa.

Durante os carnavais medievais por volta do século XI, no período fértil para a agricultura, homens jovens que se fantasiavam de mulheres saíam nas ruas e campos durante algumas noites. Diziam-se habitantes da fronteira do mundo dos vivos e dos mortos e invadiam os domicílios, com a aceitação dos que lá habitavam, fartando-se com comidas e bebidas, e também com os beijos das jovens das casas.

Durante o Renascimento, nas cidades italianas, surgia a commedia dell'arte, teatros improvisados cuja popularidade ocorreu até o século XVIII. Em Florença, canções foram criadas para acompanhar os desfiles, que contavam ainda com carros decorados, os trionfi. Em Roma e Veneza, os participantes usavam a bauta, uma capa com capuz negro que encobria ombros e cabeça, além de chapéus de três pontas e uma máscara branca.

A história do carnaval no Brasil iniciou-se no período colonial. Uma das primeiras manifestações carnavalescas foi o entrudo, uma festa de origem portuguesa que na colônia era praticada pelos escravos. Depois surgiram os cordões e ranchos, as festas de salão, os corsos e as escolas de samba. Afoxés, frevos e maracatus também passaram a fazer parte da tradição cultural carnavalesca brasileira. Marchinhas, sambas e outros gêneros musicais também foram incorporados à maior manifestação cultural do Brasil.

A ORIGEM NO BRASIL

O primeiro baile de carnaval realizado no Brasil ocorreu em 22 de janeiro de 1841, na cidade do Rio de Janeiro, no Hotel Itália, localizado no antigo Largo do Rócio, hoje Praça Tiradentes, por iniciativa de seus proprietários, italianos empolgados com o sucesso dos grandes bailes mascarados da Europa. Essa iniciativa agradou tanto que muitos bailes o seguiram. Entretanto, em 1834, o gosto pelas máscaras já era acentuado no país por causa da influência francesa.

Ao contrário do que se imagina, a origem do carnaval brasileiro é totalmente européia, sendo uma herança do entrudo português e das mascaradas italianas. Somente muitos anos depois, no início do século XX, foram acrescentados os elementos africanos, que contribuíram de forma definitiva para o seu desenvolvimento e originalidade.

Nessa época, o carnaval era muito diferente do que temos hoje. Era conhecido como entrudo, festa violenta, na qual as pessoas guerreavam nas ruas, atirando água uma nas outras, através de bisnagas, farinha, pós de todos os tipos, cal, limões, laranjas podres e até mesmo urina. Quando toda esta selvageria tornou-se mais social, começou então a se usar água perfumada, vinagre, vinho ou groselha; mas sempre com a intenção de molhar ou sujar os adversários, ou qualquer passante desavisado. Esta brincadeira perdurou por longos anos, apesar de todos os protestos. Chegou até mesmo a alcançar o período da República. Sua morte definitiva só foi decretada com o surgimento de formas menos hostis e mais civilizadas de brincar, tais como o confete, a serpentina e o lança-perfume. Foi então que o povo trocou as ruas pelos bailes.

SÍMBOLOS E RITMOS DO CARNAVAL

Como em qualquer manifestação popular, o carnaval também se utilizou de formas simbólicas para aguçar a criatividade do povo e, consequentemente, perpetuar sua história. As fantasias apareceram logo após as máscaras, por volta de 1835, dando um colorido todo especial à festa. Com o passar dos anos, as pessoas iam perdendo a inibição e as fantasias, que a princípio eram usadas como disfarce (por serem quentes demais), foram dando lugar a trajes cada vez mais leves, chegando ao nível que vemos hoje, de quase completa nudez. Independente das mudanças, os grandes bailes, portanto, permaneceram realizando concursos de fantasias, incentivando a competição entre grandes figurinistas e modelos.

Como já foi citado, o primeiro baile de carnaval no Brasil foi realizado em 1841, na cidade do Rio de Janeiro, e, desde então, não parou mais. No começo eram apenas bailes de máscaras e a música era a polca, a valsa e o tango. Havia também coros de vozes para animar a festa. Nota-se que nem sempre foi tocado o samba, mas modinhas. Os escravos contribuíram com o carnaval com um estilo de música chamado lundu, ritmo trazido de Angola. Tal ritmo, no entanto, por ser considerado indecente, limitava-se apenas às senzalas. Contudo, permaneceu durante todo o século XIX.

Com esta fusão de ritmos nasce o semba, uma expressão do dialeto africano quibundo. Essa expressão passou por uma culturação e se tornou o que chamamos hoje de samba. O samba se popularizou nos entrudos, pois em sua origem este ritmo não era propriamente música, mas uma dança feita nos quilombos. Todo este contexto histórico nos leva até os anos 20, ocasião em que nasce aquilo que hoje é chamado de a excelência do samba, ou seja, o samba de enredo.

O carnaval hoje conta com bailes de todos os tipos, como o baile à fantasia, baile da terceira idade, matinês para crianças, bailes de travestis, entre outros. Os embalos musicais destes bailes contam com o bater dos surdos e o samba é o ritmo predominante. Também toca-se axé música, um estilo baiano. No carnaval hoje não se dança mais, pula-se.

DESFILES DAS ESCOLAS DE SAMBA

Iniciou-se no começo do século XX com os blocos, mas somente nos anos 60 e 70 é que acontece no carnaval brasileiro a chamada Revolução Plástica, com a participação da classe média na folia e todos os seus valores estéticos e estilísticos, que viriam incrementar todo o contexto das escolas de samba.

Os desfiles das escolas de samba são, sem dúvida, o ponto alto do carnaval brasileiro, turistas vêem de todos os cantos e pagam pequenas fortunas para assistirem ao desfile. Outras tantas pessoas perdem noites de sono vendo a festa pela televisão.

A competição entre as escolas de samba é ferrenha, e não raro ocorrem brigas entre seus líderes (leia-se presidentes) durante a apuração dos resultados, pois os pontos são disputados um a um, para que, ao final, se saiba quem foi a grande campeã do carnaval.

Um detalhe importante. A oficialização do desfile das escolas aconteceu em 1935, com a fundação do Grêmio Recreativo Escola de Samba. Antes desta data, porém, mais precisamente em 1930, já se via desfiles nas ruas do Rio de Janeiro.

A IGREJA CRISTÃ E SUA POSTURA

O carnaval tem sua origem em rituais pagãos de adoração a deuses falsos. Trata-se, por isso, de uma manifestação popular eivada de obras da carne, condenadas claramente pelas Sagradas Escrituras. Seja no Egito, Grécia ou Roma antiga, onde se cultua, respectivamente, os deuses Osíris, Baco ou Saturno, ou hoje em São Paulo, Recife, Porto Alegre ou Rio de Janeiro, sempre notaremos bebedeiras desenfreadas, danças sensuais, música lasciva, nudez, liberdade sexual e falta de compromisso com as autoridades civis e religiosas. Entretanto, não podemos também deixar de abordar os chamados benefícios do carnaval ao país, tais como geração de empregos, entrada de recursos financeiros do exterior através do turismo, aumento das vendas no comércio, entre outros.

Não é possível isentar a igreja evangélica deste momento histórico. Então, qual deve ser a posição do cristão diante do carnaval? Devemos sair de cena para um retiro espiritual, conforme o costume de muitas igrejas, a fim de não sermos participantes com eles (Efésios 5:3-7 -  ENTRE VOCÊS NÃO DEVE HAVER NEM SEQUER MENÇÃO DE IMORALIDADE SEXUAL NEM DE QUALQUER ESPÉCIE DE IMPUREZA NEM DE COBIÇA; POIS ESTAS COISAS NÃO SÃO PRÓPRIAS PARA OS SANTOS. - (4) NÃO HAJA OBSCENIDADE NEM CONVERSAS TOLAS NEM GRACEJOS IMORAIS, QUE SÃO INCONVENIENTES, MAS, AO INVÉS DISSO, AÇÃO DE GRAÇAS. - (5) PORQUE VOCÊS PODEM ESTAR CERTOS DISTO: NENHUM IMORAL NEM IMPURO NEM GANANCIOSO, QUE É IDÓLATRA, TEM HERANÇA NO REINO DE CRISTO E DE DEUS. – (6) NINGUÉM OS ENGANE COM PALAVRAS TOLAS, POIS É POR CAUSA DESSAS COISAS QUE A IRA DE DEUS VEM SOBRE OS QUE VIVEM NA DESOBEDIÊNCIA. - (7) PORTANTO, NÃO PARTICIPEM COM ELES DESSAS COISAS.)? Devemos, por outro lado, ficar aqui e aproveitarmos a oportunidade para a evangelização? Ou isso não vale a pena porque, especialmente neste período, o deus deste século lhes cegou o entendimento (II Co. 4:4 - O deus DESTA ERA CEGOU O ENTENDIMENTO DOS DESCRENTES, PARA QUE NÃO VEJAM A LUZ DO EVANGELHO DA GLÓRIA DE CRISTO, QUE É A IMAGEM DE DEUS.)?

Creio que a resposta cabe a cada um. Mas, por outro lado, a personalidade da igreja nasce de princípios estreitamente ligados ao seu propósito: fazer conhecido ao mundo um Deus que, dentre muitos atributos, é Santo.

Há quem justifique como estratégia evangelística a participação efetiva na festa do carnaval, desfilando com carros alegóricos e blocos evangélicos, o que não deixa de ser uma tremenda associação com a profanação. Pergunta-se, então: será que deveríamos frequentar boates gays, sessões espíritas e casas de massagem, a fim de conhecer melhor a ação do diabo e investir contra elas? Ou deveríamos traçar estratégias melhores de evangelismo?

No carnaval de hoje, são poucas as diferenças das festas que o originaram, continuamos vendo imoralidade, música lasciva, promiscuidade sexual e bebedeiras.  Como cristãos, não podemos concordar e muito menos participar de tal comemoração, que vai contra os princípios claros da Palavra de Deus: Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito (Romanos 8:5-8QUEM VIVE SEGUNDO A CARNE TEM A MENTE VOLTADA PARA O QUE A CARNE DESEJA; MAS QUEM, DE ACORDO COM O ESPÍRITO, TEM A MENTE VOLTADA PARA O QUE O ESPÍRITO DESEJA. – (6) A MENTALIDADE DA CARNE É MORTE, MAS A MENTALIDADE DO ESPÍRITO É VIDA E PAZ; - (7) A MENTALIDADE DA CARNE É INIMIGA DE DEUS PORQUE NÃO SE SUBMETE À LEI DE DEUS, NEM PODE FAZÊ-LO. – (8) QUEM É DOMINADO PELA CARNE NÃO PODE AGRADAR A DEUS.). Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus (I Co 6:20 - VOCÊS FORAM COMPRADOS POR ALTO PREÇO. PORTANTO, GLORIFIQUEM A DEUS COM O CORPO DE VOCÊS).

O Carnaval é uma festa imprópria para o cristão. Alguns vão com o propósito de evangelizar. Não podemos proibir o evangelismo, mas devemos alertar que é um trabalho à beira do abismo. Todo cuidado é pouco. Alguns jovens vão com a desculpa de uma diversão inocente. Cuidado! É muito difícil alguém entrar no esgoto e sair sem se sujar.

Nossa alegria não depende de festas. Não devemos confundir alegria com felicidade e nem sexo com amor. Em Cristo está o nosso prazer e a nossa alegria, que não termina na Quarta-Feira de Cinzas, mas continua para sempre.

Não podemos nos esquecer que, por trás da realidade natural, está a realidade espiritual. Os demônios atuam de forma intensa no Carnaval, conforme pode ser conferido até mesmo em depoimentos de pessoas envolvidas com os cultos afro-brasileiros.

E qual é o saldo da festa? Depois de tanta bebida, são inúmeros os acidentes de trânsito, com mortos e feridos. Ocorrem também muitos homicídios, mortes por overdose, contração de doenças venéreas e casos de gravidez indesejada. No fim de tudo, a alegria se transforma em tristeza.




FONTES  DE INFORMAÇÕES:
http://www.brasilescola.com
http://www.icp.com.br
http://www.lagoinha.com