EVENTO REQUER PLANEJAMENTO!

A programação de eventos tem sido uma prática em diferentes igrejas. Eventos de colheita ou de evangelismo; eventos de confraternização; eventos para a integração de novos membros; eventos esportivos; eventos para captação de recursos, para a edificação e crescimento espiritual. De jantares e cafés da manhã, a bazares e campeonatos de futebol, passando por encontros, acampamentos, conferências, cursos...

Com os mais diversos formatos, objetivos e nível de complexidade, eles são realizados e revelam muito da visão, da cultura e da capacidade de planejamento e organização de seus realizadores.

Por meio de um evento, uma organização faz com que seus interesses e sua “marca” sejam conhecidas por seus públicos, imprimindo conceitos e fortalecendo a sua imagem. Dentro desta perspectiva, os eventos se mostram uma alternativa nas ações da igreja em prol do relacionamento e de sua aproximação com seus diferentes públicos: membresia, funcionários, vizinhança, comunidades em geral, governantes e autoridades locais, imprensa, fornecedores. Por meio de um evento, a igreja pode disseminar seus princípios, o bom testemunho aos de fora, imprimir a visão no coração dos membros, celebrar datas comemorativas, fortalecer sua imagem perante os governantes da cidade, potencializar a captação de recursos para um novo empreendimento ou projeto social.

Da mesma forma, por meio de um evento mal planejado e mal executado, a igreja, ou qualquer outra organização, pode prejudicar sua imagem, desperdiçar recursos, manchar sua credibilidade.
Muitos pensam que produzir um evento é algo bastante simples, pois basta ter uma idéia, escolher e decorar o local, contratar um buffet, produzir um convite e divulgar. Na verdade, o evento pode ser mais que um fim em si mesmo e se tornar estratégico no contexto da igreja para atingir objetivos específicos.

Ser estratégico é ter uma finalidade clara que esteja de acordo com o contexto e o momento que a igreja está vivendo, com sua visão e suas metas. Um evento não deve ser algo isolado, tornando-se um acontecimento sem propósito que gera desperdício de tempo, esforços e dinheiro. Portanto, é preciso verificar se no momento, e para o fim que se pretende alcançar, o evento é o melhor e mais eficaz meio. Há verba e tempo suficientes para que ele tenha o nível de qualidade necessário?

Fazer um evento sem objetivos claros, ou em uma época inadequada, com prazo muito curto ou recursos ineficiente, é dor de cabeça e frustração na certa.

Passos para o planejamento:

Independente do evento, o princípio do planejar não pode ser negociado. Além de favorecer os resultados desejados, o planejamento gera segurança e tranqüilidade aos envolvidos.
Há alguns passos essenciais a um planejamento básico que podem ser divididos em quatro grupos: planejamento, organização, execução e avaliação.

· Planejamento – Antes de tudo, esta é a fase do “pensar”, quando é preciso conceber o evento, definindo claramente os objetivos e alinhando as estratégias aos interesses e diretrizes da igreja. Perguntas como: “o que?”, “para quais e para quantas pessoas?”, “quando?”, “onde?” e “quanto pode e vai custar?” devem ser respondidas. É aqui que se define o tipo de evento.
Se o objetivo é realizar um evento focado nos jovens da igreja, por exemplo, visando o crescimento e fortalecimento espiritual, pode-se optar por um seminário ou uma conferência de jovens, realizada num fim de semana, na própria igreja, com um preletor convidado da mesma denominação, com uma programação variada, dinâmica e focada na linguagem e nas necessidades dos jovens. Neste caso, também deve ser definido, por exemplo, será um evento aberto, de divulgação mais ampla, ou fechado apenas para os jovens da igreja. Assim, esta é a fase do brainstorming e da aprovação de idéias.

· Organização – Esta é a fase em que se preparam todas as atividades que serão desenvolvidas. Demanda muita atenção e disposição. Cada evento é particular e exigirá atividades específicas. Aqui é importante traçar e detalhar as atividades dividindo-as em sub-etapas: pré-evento, durante evento e pós-evento. Trabalha-se com checklist, onde todas as providências necessárias são listadas e operacionalizadas. No exemplo do seminário de jovens, um checklist de atividades pré-evento deve incluir detalhes de etapas como: o convite ao preletor, a elaboração de materiais de divulgação, a definição da programação, o processo de inscrições, de elaboração de crachás e material de apoio, a contratação de serviços – coffee-break, recursos audiovisuais, gráfica - , a formação da equipe de voluntários para recepção e limpeza, etc.

· Execução – Nesta fase, as ações definidas na fase do planejamento e organização são monitoradas. A comissão organizadora deve controlar e acompanhar de perto cada passo, autorizando o início e gerenciando o desenvolvimento até o encerramento, visando ao alcance dos objetivos definidos na fase do planejamento. É a fase do “mãos à obra”. Por exemplo, se na fase da organização definiu-se como ocorreria o processo de inscrição (se via Internet, se apenas pessoalmente, se mediante uma taxa “x” ou gratuitamente, etc.), esta é a fase da inscrição em si, de receber e montar a lista de participantes.

· Avaliação – Aqui os objetivos, a reação dos públicos, os resultados são avaliados no intuito de se identificar os pontos positivos e as falhas cometidas. A avaliação é tanto quantitativa (desde a avaliação do número de inscritos presentes, até o consumo de bebidas e comida, por exemplo), quanto qualitativa (comentários dos inscritos, avaliação e percepção da própria equipe organizadora e dos voluntários). No caso do seminário de jovens, o momento da avaliação pode até mesmo fazer parte da programação final, quando se pode distribuir as fichas de avaliação, oferecendo alguns minutos exclusivamente para os jovens expressarem suas opiniões e também sugestões para próximos eventos. Outra forma de avaliação é observar no período pós-evento a forma como os jovens, na prática e no dia-a-dia, estão aplicando e correspondendo àquilo que foi ministrado no seminário. A avaliação deve ser contida em um relatório ou algum documento que registre as considerações, as informações levantadas, as atividades desenvolvidas desde o planejamento, etc., afim de que sirva como base para eventos posteriores.
Importante é saber que quando um evento acaba, na verdade, ele não acaba... A experiência, as impressões, a opinião das pessoas, os resultados sempre vão trazer algo para a organização, a igreja, enfim, para o grupo envolvido. Isso, de uma forma ou de outra, refletirá em ações futuras e na forma como a organização vê aquele público e aquele público vê a organização.

Portanto, é importante planejar e visualizar cada evento como uma estratégia oportuna para alavancar uma missão, um objetivo maior.

O MODELO DA LIDERANÇA CRISTÃ!

Texto base: Mc. 10:32-45

Jesus é o modelo não apenas de uma pessoa cheia do Espírito Santo, mas também ele é o Modelo de Liderança. Os Lideres Cristãos vivem e agem no Espírito de Cristo.

O máximo que um Líder Cristão pode alcançar é ser igual a Jesus! Este é um desafio permanente para o Líder!


Os servos do Senhor, que exercem funções de Liderança na Igreja, são chamados pelo Espírito Santo, confirmados e enviados pela Igreja e usados por Deus no poder do Espírito! A Igreja confirma o chamado pela Eleição e Imposição de mãos.


Todos nós somos servos, podendo ser chamados para exercer funções no Corpo de Cristo. Num certo sentindo, todos nós também somos lideres, pois, Lideramos e somos liderados em casa, no trabalho, na Igreja, na sociedade, no lazer, etc... Assim, as lições sobre liderança cristã, aplicam-se, portanto, a todos nós!


No texto de referencia, Jesus está pacientemente treinando os seus discípulos para missão que deviam cumprir. Observemos os contrastes entre o Modelo de Liderança de Jesus e as expectativas dos discípulos quanto a função que teriam como lideres.


Jesus Lidera com Coragem; seus Discípulos o Seguem Admirados e Medrosos

Mc. 10:32 - ESTAVAM DE CAMINHO, SUBINDO PARA JERUSALÉM, E JESUS IA ADIANTE DOS SEUS DISCIPULOS. ESTE SE ADMIRAVAM E O SEGUIAM TOMADOS DE APREENSÕES. E JESUS, TORNANDO A LEVAR A PARTE OS DOZE, PASSOU A REVELAR-LHES AS COISAS QUE LHE DEVIAM SOBREVIR,...”.



Jesus ia adiante dos discípulos. 

O Líder vai sempre na frente dos seus Liderados. Sabe aonde que chegar e ajuntam, pessoas para que o acompanhem! É assim que o Pastor conduz as ovelhas (Jo. 10:2-4).



Jesus caminhava resolutamente para Jerusalém, sabendo que sofrimentos indescritíveis o esperavam (Lc. 9:51–53; Mc. 10:33-34). Como os discípulos já tinham sido anteriormente avisados pelo Mestre sobre o que o esperava, eles o seguiam admirados e cheios de Medo, apreensões!

Essa atitude dos discípulos contrasta com a do Mestre. - O verdadeiro Líder é aquele que não recua diante das dificuldades e do alto preço que tem de pagar para cumprir completamente a sua missão!

Julio César, para conquistar a Grã-Bretanha, fez os soldados atravessar o Canal da Mancha, destruju todos os barcos e deu este comando: “VENCER ou MORRER!” - Precisamos de Lideres corajosos como Jesus, que não desistem até a Vitória completa sobre as hostes espirituais da maldade para Libertação de vidas para o Reino de Deus!

Jesus segue o Caminho da Cruz; os Discípulos ambicionam a Glória

Mc. 10:35, 37 - “ENTÃO, SE APROXIMARAM DELE TIAGO E JOÃO,... DIZENDO-LHE: MESTRE, QUEREMOS QUE NOS CONCEDAS O QUE TE VAMOS PEDIR. - RESPONDERAM-LHE: PERMITE-NOS QUE, NA TUA GLÓRIA, NOS ASSENTEMOS UM À TUA DIREITA E O OUTRO À TUA ESQUERDA



Para Jesus, o caminho da Glória para pela Cruz. 

Os Discípulos queriam a Glória sem a Cruz. O pedido de posições honrosas no Reino de Cristo foi feito por dois apóstolos depôs de Jesus ter falado aos doze sobre a Cruz (Mc. 10:32, 35-37)!

No Evangelho de Mateus, o pedido foi feito através da mãe (Mt. 20:20-21). Toda a família estava envolvida. O diabo tentou desviar Jesus do caminho da Cruz, oferecendo-lhe a Glória e o Poder dos reinos deste mundo (Mt. 4:8-10).

Ele continua tentando hoje os discípulos de Jesus.

Como Jesus venceu, podemos ser vitoriosos Nele!



Somos exortados a ter a mesma atitude de Cristo que foi obediente até o sacrifício para que fosse Glorificado pelo Pai. A Carne não serve a Deus; precisa ser crucificada. Quando morremos para a Carne, para o Mundo, a Vida de Jesus se manifesta em nós.



Precisamos de Líderes que estejam mortos para a carne, para o mundo, para as ambições terrenas para que possam conduzir o povo de Deus para uma genuína espiritualidade!



Jesus Exerce Autoridade para Servir; os Discípulos Ambicionam Poder para Dominar

Mc. 10:41, 42 - OUVINDO ISTO, INDIGNARAM-SE OS DEZ CONTRA TIAGO E JOÃO. - MAS JESUS, CHAMANDO-OS PARA JUNTOS DE SI, DISSE-LHES: SABEIS QUE OS QUE SÃO CONSIDERADOS GOVERNADORES DOS POVOS TÊM-NOS SOB SEU DOMINIO, E SOBRE ELES OS SEUS MAIORAIS EXERCEM AUTORIDADE.
Houve uma crise no Colégio Apostólico por questão de Poder! 

Manifestou-se outra vez a tendência de discutir quem dentre eles era o maior. Teria acontecido uma divisão no Colégio Apostólico, se não fosse a intervenção rápida de Jesus.



A Grandeza, o espírito nobreza, se manifesta na disposição de servir. O maior é quem serve. Jesus ensina pelo exemplo (Mc. 10:45). - Este ensino tem uma grande sabedoria e pode ser aplicado em todas as áreas da vida. A Verdadeira Prosperidade vem pelo serviço Humilde, Honesto, Digno e Persistente!

A Liderança Cristã, segundo modelo de Jesus, adota o principio dos quatros “S” – SUBMISSÃO AO SUPERIOR E SERVIÇO AO SUBORDINADO. Este é o modelo de Jesus.

Apesar das atitudes mesquinhas e inadequadas dos discípulos, Jesus foi tolerante e compassivo com as suas fraquezas, mas firme quanto aos princípios do Reino de Deus. Apesar de tudo, eles seguiam a Jesus e Criam na Vitória do Mestre!

Precisavam, porém, aprender a natureza da vida e da missão cristãs.

Essa paciência e compaixão de Jesus nos enchem de esperança. Deixemos-nos moldar pelo divino Mestre para que sejamos preparados para a sua obra. Por certo, o Senhor tem trabalho na vida de servos, da Igreja, preparando-os para o exercício de funções de Liderança. Que o Senhor ilumine a Igreja para que possa fazer escolhas certas!

AS IGREJAS E OS 6 ANOS DE NOVO CÓDIGO CIVÍL

 Passaram-se seis anos desde a entrada em vigor da Lei n.º 10.406/02 que introduziu no ordenamento jurídico pátrio o ‘novo’ Código Civil brasileiro. Inicialmente polêmico por não contemplar as organizações religiosas dentre as pessoas jurídicas de direito privado e encampá-las de forma aviltante junto às entidades associativas e/ou filantrópicas, submetendo-as aos respectivos regramentos e limitações de governo, teve seu texto original reformado pela reconsertante Lei n.º10.825/03 que introduziu a figura jurídica específica e imprescindível das organizações religiosas, ressaltando sua liberdade de criação, organização, estruturação interna e funcionamento, nos exatos termos daquela liberdade ampla e irrestrita de crença e culto que resta instituída como direito e garantia fundamental na Constituição Federal de 1988.

Conclui-se, portanto, que o ‘novo’ Código Civil brasileiro em nada afetou a liberdade religiosa que ainda prepondera em todo o território nacional. Assim, tendo em mente esse transcurso de seis anos de sua vigência, bem como as diversas constatações e intercorrências concentradas em sua maior parte no período inicial de vigência até o advento da citada lei que particularizou e reconheceu as organizações religiosas em 23/12/2003, impõe-se apenas ressaltarmos ser permanente a obrigação das instituições religiosas zelarem por seus documentos legais de constituição, registro e informação de suas atividades e práticas como pessoa jurídica de direito privado passível de direitos e obrigações na ordem civil para que, assim, possam com legalidade usufruir sem riscos ou percalços da liberdade religiosa que ainda nos é assegurada.

O que se descortina, contudo, é que o moderno Código Civil ao discorrer sobre direitos da personalidade, casamento, família e outras questões afins, reiterou na ordem jurídica preceitos e determinações individuais que somados às relembradas leis esparsas de idêntica hierarquia que delimitam liberdades, possibilidades e/ou abordagens tidas como preconceituosas, tem imposto especial cuidado às igrejas no trato direto com os indivíduos e com a coletividade. A liberdade religiosa tem sido preservada; porém, importa ‘sermos prudentes como as serpentes’.

Tais capitulações servem a inspirar a premente necessidade dos documentos legais de constituição e funcionamento das organizações religiosas serem contundentes em sua confissão e exposição da fé; aptos a retratarem por si ou por aqueles referidos em seu bojo o posicionamento da instituição em questões que envolvam obediência ou desobediência a Deus, sob pena de responsabilização pessoal dos fiéis e de seus líderes religiosos por não poderem contar com o respaldo ‘jurídico’ e histórico da instituição em eventual defesa por terem agido conforme os preceitos da fé professada.

Alia-se a esses cuidados estruturais o cumprimento pontual dos deveres impostos a todas e quaisquer pessoas jurídicas, como a observância das leis trabalhistas, das leis civis em geral, a idoneidade e a transparência dos registros contábeis, exaurida com as respectivas declarações ao fisco, ainda que os ‘templos de qualquer culto’ gozem de imunidade. Portanto, evidente que alguns cuidados de ordem técnica afiguram-se importantes e devem ser observados pelas igrejas para que a liberdade de crença e culto não seja enegrecida ou relativizada pela ausência de conhecimento ou providência de seus líderes e/ou pela falta de testemunho perante o governo e sociedade pela singela não observância de deveres elementares que podem e/ou devem ser conduzidos preferencialmente por cristãos membros da respectiva igreja e que sejam profissionais das respectivas áreas (ex. contadores, advogados, administradores...); enfim, o ‘corpo’ deve entrar em ação e cada qual de suas partes integrantes da comunidade local cumprir sua específica função ministerial em favor do todo.

O cenário jurídico nacional não impede a prática religiosa em sua plenitude e nem o funcionamento das instituições religiosas, apenas requer cuidados e atenção daqueles membros que integram as igrejas e dos próprios administradores dessas organizações religiosas quanto ao que se deve conhecer da legislação de forma a se evitar percalços ou holofotes desnecessários e quanto à formalização de seus atos e deveres instrumentais como pessoa jurídica.

A solução para continuarmos usufruindo dessa liberdade religiosa em sua plenitude passa por princípios básicos da vida e da caminhada cristã como relacionamento e envolvimento dos crentes no serviço do Reino; do conhecimento mútuo aflora a mobilização necessária para que cada qual dos membros cumpra a sua função.

Devemos lembrar que os apóstolos quando se viram obrigados a servirem as mesas em detrimento à oração e ao ministério da palavra, procuraram dentre os seus indivíduos com as habilidades necessárias para essa atividade específica que evidentemente divergia do trabalho primordial para o qual haviam sido chamados. Esse relacionamento entre aqueles que servem as mesas e aqueles que cuidam espiritualmente do rebanho releva o sacerdócio de todos os crentes, a leveza da instituição em seu funcionamento e nos possibilita, nessa vida de relacionamento e mútua assistência entre os da família da fé, o cumprimento sem alardes dos deveres legais para pleno gozo dessa liberdade religiosa que nos é garantida nos textos de lei.

O novo Código Civil, assim, foi apenas o motivo permitido para olharmos esse lado legal das organizações religiosas e da proclamação do evangelho que tanta vezes é relegado e/ou expõe as instituições simplesmente pela falta de conhecimento e/ou de cuidado. A liberdade de crença e culto pode e deve ser usufruída sem medo e com leveza, sendo que isso nos é possível se o relacionamento entre os da família da fé, conforme os diversos chamados, for proposital, intenso e proativo; cada qual exercendo sua função e, assim, desapercebidamente cumpriremos as determinações legais e caminharemos intrepidamente na pregação do evangelho.


Odilon Marque Pereira

DESISTIR NUNCA!

II Co. 12:10 - "...PORQUE, QUANDO SOU FRACO, ENTÃO, É QUE SOU FORTE".

O que seria de nós se um dia Deus pensasse: "Esse aí não tem jeito" ou "Eu já desisti dele?" Por causa de nossa ansiedade em querer ver tudo resolvido rapidamente, somos tentados em desistir sempre depois de uma tentativa frustrada.

O famoso ator Sylvester Stalone recebeu mil nãos dos diversos estúdios que procurou. Em sua milésima primeira tentativa a porta se abriu e foi contratado para fazer "Rocky". Quantos "nãos" você suportaria?

O Apostolo Paulo com certeza suportou muitos reveses da vida. Ele sentia-se fraco por causa de seu espinho na carne. Esse era o "não" que Paulo enfrentava. Qual tem sido o seu "não?"

Qual tem sido o seu espinho na carne? Você se sente fraco por não conseguir emprego? Por não ter saúde? Por se sentir só? Por alguém de sua familia que você Ora a anos e não aparece resultado algum?

Nesta hora é essencial recordar e transmitr aquilo que Deus já fez. Pois Deus concentra todas as forças que você obteve em outras vitórias para conquistar este sonho tão esperado agora.

Assim, entendemos que "desistir nunca" é o melhor caminho. Deus está falando: "Eu te ajudo, você é forte, mesmo quando você se sente fraco".

Muitos cristãos, incluindo os líderes, estão vivendo ansiosos, desanimados e desistindo com facilidade de suas metas porque ainda não aprenderam a entregar a Deus.

No meio do problema, quando as várias tentativas não deram certo, aí a pessoa diz: "Agora eu entrego para Deus, agora só me resta orar". Aí e que está o erro causador da maior parte do problemas.

Temos que entregar o problema a Deus imediatamente quando este aparecer, antes mesmo que surja o cansaço, a fraqueza e o desânimo.

Quando você se sentir fraco, Deus te faz forte. Anima-te pelas bênçãos alcançadas. E aprenda a dizer a si mesmo: "Eu nunca desisto, porque Deus me faz forte e me ajuda".

A SÍNDROME DE ELIAS

De todos os grandes homens da Bíblia Sagrada, principalmente no Antigo Testamento, à exceção de Moisés, talvez nenhum outro tenha assombrado tanto seus contemporâneos como Elias.

Tiago diz que Elias foi um homem como nós. Como assim como nós? Deus nunca respondeu minhas orações com fogo e nunca abriu um rio para eu passar.

Porém, o que Tiago dizia não era sobre os feitos espetaculares da vida de Elias e como podemos ter os mesmos "poderes" que ele. Isto porque Tiago sabia muito bem que o poder é de Deus e não de Elias ou de qualquer outro homem. Tiago falava, sim, do ser humano Elias.



O ser humano


Analisando a vida do ser humano Elias desde o princípio, aprendemos principalmente que ele não tem muitas referências pessoais, senão vejamos: "Então, Elias, o tesbita, dos moradores de Gileade...".
Geralmente, os grandes homens e mulheres da Bíblia têm seus nomes acompanhados por uma linhagem. Este não era o caso de Elias. Ele apareceu de repente no relato, sem nada que o recomendasse diante de Acabe, a não ser: "... Tão certo como vive o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou...".


Existe uma outra característica na vida de Elias que não seria muito bem recebida hoje. Parecia haver nele uma falta de senso crítico, veja : "Retira-te daqui, vai para o lado oriental e esconde-te junto à torrente de Querite, fronteira ao Jordão". Logo agora que ele havia colocado o rei ímpio no seu devido lugar, Deus o manda para o deserto. Mas Elias nem sequer discute, ruma para Querite e fica lá. Deus tinha falado e ponto.

Todos nós, cristãos sérios, sabemos muito bem que a Bíblia é a Palavra de Deus, a verdade revelada para o ser humano. Porém, assusta-me muito ver o quanto se tem desobedecido e discutido o que a Palavra tem como indiscutível.

Mesmo quando Deus manda Elias para Sarepta que se localizava em Sidom, Terra de Baal e de Jezabel - sua pior inimiga -, Elias não discute. Ele reconhece claramente o Espírito Santo de Deus falando e obedece. Isto porque Elias estava cheio do Espírito Santo de Deus.

Crentes cheios do Espírito são capazes de compreender claramente as Sagradas Escrituras e reconhecer quando ela está sendo manipulada por falsos mestres. Portanto, "... enchei-vos do Espírito...", continua sendo a melhor recomendação, para que, ao ouvirmos a voz do Santo Espírito, a reconheçamos sem hesitar.

A síndrome

Tendo chegado até aqui, cabe-nos analisar agora a tal "síndrome" (conjunto de sintomas que apresentam em uma doença e que a caracterizam.) que ocorre a partir de um dos pontos mais altos da vida de Elias, a saber, o confronto no Carmelo com os profetas de Baal, o desafio de fogo e o retorno da chuva após três longos anos. Após ter se mostrado obediente e paciente, Elias, mais uma vez movimentado pelo Espírito Santo de Deus, marca o encontro fatal (para os profetas de Baal) e anuncia o final da seca. Coloque-se em sua pele, pois é aqui em que mais nos identificamos com ele.

Grandes feitos. - Quem não anseia por eles? O mais humilde crente na Terra almeja fazer grandes coisas por seu Senhor, não é assim? Desafiar os poderes da maldade, grandes campanhas evangelísticas... Elias descobre isto no cume do Carmelo, ele faz uma pergunta simples e..

"Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; se é Baal, segui-o. Porém o povo nada lhe respondeu." Pois é, silêncio. Talvez Elias achasse que pelos menos uma voz dissesse: Amém! Nada... só o vento.

Aqui começa o tropeço de Elias que vai levá-lo a seguinte oração, que aliás, foi única que ele fez que Deus não respondeu: "...Basta; toma agora, ó Senhor, a minha alma, pois não sou melhor do que meus pais."

Elias se sente sozinho, humanamente falando "" este é um dos piores sentimentos que um servo de Deus pode sentir - a terrível sensação de que está malhando ferro frio, dando "murro em ponta de faca".

De fato, Elias estava só. Após ter feito tudo como Deus sempre mandara, após ter desafiado a maldade, após ter se colocado na presença de Deus incondicionalmente, Elias estava só, não havia um amigo sequer.

Quando isto acontece, quando falta um ombro amigo, tornamo-nos uma pessoa receosa de tudo, e isto acarreta doenças na alma. Como Elias, dizemos: "leva-me, Senhor", "não entendem os seus caminhos", "não querem nada contigo", etc.

Passamos a achar que somos os únicos que se importam de verdade com a "causa". Isto é um peso que ninguém pode carregar sozinho, não é de se admirar que Elias queria a morte.

"Tenho sido em extremo zeloso pelo Senhor, Deus dos Exércitos, porque os filhos de Israel deixaram a tua aliança, derribaram os teus altares e mataram os teus profetas à espada; e eu fiquei só..."

Anos a fio trabalhando na "causa", esquecendo-se de relacionamentos sinceros, levam-nos a queixas como a dele. Não é de se admirar que os crentes mais ativos e criativos sejam, muitas vezes, os mais carrancudos e intolerantes.

No fundo estão sozinhos, não porque não existam outros lutando na "causa" e sim porque estão isolados. Não são capazes de enxergar os "...sete mil, todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e toda boca que o não beijou", os quais Deus conservou para levar avante os seus desígnios.

Tal qual aconteceu com Elias, algumas vezes acontece o mesmo comigo e mesmo com você. No ponto mais alto, no calor da obra, somos atacados pela síndrome de Elias, e achamos que não adiantou nada, por mais que lutemos nada mudou.

Elias achou isto quando Jezabel ameaçou caçá-lo até a morte. No ponto mais alto é que estamos mais vulneráveis. Basta um leve empurrão, quanto mais o solavanco que deu Jezabel.

Como se evita esta síndrome?

Veja a receita para o doente Elias do Deus Todo-Poderoso: "Eliseu, filho de Safate, de Abel-Meolá, ungirás profeta em teu lugar", muito mais do que um substituto, Eliseu foi para Elias o amigo que nunca teve, o amparo, o ombro amigo que sempre necessitou.

Esta receita continua valendo para mim e para você, valeu para Paulo também - "Procura vir ter comigo depressa.", disse ele para Timóteo. Tão importante como o relacionamento vertical (com Deus) é o relacionamento horizontal (com o próximo). Esquecer disto é abrir a porta para o fracasso pessoal, muito embora, à vista de todos, você seja o grande homem ou mulher de Deus.

Fiquemos alerta, sempre haverá os tais sete mil, ou muito mais.