O ADORADOR QUE O PAI PROCURA!

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Jo 4.23 – “MAS A HORA VEM, E AGORA É, EM QUE OS VERDADEIROS ADORADORES ADORARÃO O PAI EM ESPÍRITO E EM VERDADE; PORQUE O PAI PROCURA A TAIS QUE ASSIM O ADOREM.” Vivemos em uma era onde muito se fala de adoração.

O PAI PROCURA ADORADORES”. Mas como pode ser isso, numa era em que a maioria das igrejas julga ser a geração de adoradores?

Quem é os verdadeiros adoradores? Onde estão? Se o Pai os procura, é porque estão em falta.

A Bíblia diz que o Pai procura verdadeiros adoradores, o que nos sugere que vivemos em meio de falsos adoradores.

Quem são os falsos? Como identificá-los? Como saber se sou um falso ou um verdadeiro adorador?

Tentaremos responder a todas estas perguntas através deste estudo. É claro que o assunto é muito extenso, e posso ser – e com certeza serei – falho em abordar este assunto em sua totalidade, pois a Bíblia fala muito sobre isto, muito mais do que eu poderia explicar. Mas vamos juntos analisar alguns tópicos, que com certeza mudara em muito nossa visão e nossa vida.

O resultado deste estudo vai depender de sua caminhada pessoal com Deus.

Jo 4.24 – “DEUS É ESPÍRITO, E IMPORTA QUE OS QUE O ADORAM O ADOREM EM ESPÍRITO E EM VERDADE.”

Vamos fazer uma paráfrase deste verso para compreendermos melhor seu significado: “DEUS É ESPÍRITO, E É MUITO IMPORTANTE, QUE OS QUE O ADORAM, SEJAM VERDADEIRAMENTE ADORADORES”. Foi isto o que Cristo disse. Não basta ter momentos de adoração sem ser um verdadeiro adorador.

Jesus falava aqui com a mulher samaritana, pois ela tinha dúvidas sobre adoração.

Ela quis saber se somente os judeus em seus santuários poderiam adorar e se ela, por não ser judia, não poderia adorar (Jo 4.19-22). Jesus revela para ela, assim como para nós, que, para adorar verdadeiramente, temos que ser verdadeiros adoradores, e o único meio de se tornar um, é em Cristo Jesus. (v. 22)

O v. 23 diz que, “O PAI PROCURA VERDADEIROS ADORADORES”, e não simplesmente “formas” de adoração.

Este texto deixa claro que é impossível professar a adoração sem ser verdadeiramente um adorador, e é assim que se formam os falsos adoradores.

Quem é você? Aquele que simplesmente pratica rituais adoração? Ou alguém que realmente é um verdadeiro adorador?

Os judeus tinham aparência de adorador, templo de adorador, grandiosas experiências do passado, de gerações de verdadeiros adoradores, tais como: Abraão, Moisés, Jó, Davi, Salomão...

Mas naquele momento, haviam deixado de ser verdadeiros adoradores. Importaram-se mais com a forma da adoração, do que com o Ser que é adorado. Negaram o único que era digno de toda adoração: Jesus, o “CORDEIRO QUE FOI MORTO DESDE A FUNDAÇÃO DO MUNDO” (Ap 13:8).

Jesus mostrou à mulher samaritana que, se ela não aceitasse Jesus, tivesse comunhão com Jesus, vivesse continuamente com Jesus, sua adoração seria em vão.

Quem é Jesus para você? Quanto tempo você passa com Ele durante o seu dia? Você é do tipo que só adora no templo – e isso quando não é distraído por outros pensamentos durante o culto? Ou do tipo que adora durante todo o tempo de sua vida?

Faça agora uma oração, abra seu coração a Jesus, e peça-Lhe que Ele faça de você um verdadeiro adorador. Tenha em mente que todos nós nascemos para adorar, e se não adorarmos a Deus, adoraremos qualquer outra coisa.

SIGNIFICADO BÍBLICO DA ADORAÇÃO

Existem pessoas que adoram seu próprio corpo. Não tiram 20 minutos para estar na presença de Deus, em intimidade com Ele. Mas conseguem passar horas na frente do espelho, tentando ser o mais sensual possível.

Gastam nisso horrores de dinheiro, quantias que jamais pensariam em dar para obra de Deus, mas procuram nas lojas o mais sensual “modelito”, da marca de grife, da última moda.

Talvez você pense: Isto é ser radical, fanático; mas saiba o seguinte: se Satanás tiver 1% de suas ações, ele tem tudo. Não acredita? II Tm 3:1-5 – “SAIBA DISTO: NOS ÚLTIMOS DIAS SOBREVIRÃO TEMPOS TERRÍVEIS. (2) OS HOMENS SERÃO EGOÍSTAS, AVARENTOS, PRESUNÇOSOS, ARROGANTES, BLASFEMOS, DESOBEDIENTES AOS PAIS, INGRATOS, ÍMPIOS, (3) SEM AMOR PELA FAMÍLIA, IRRECONCILIÁVEIS, CALUNIADORES, SEM DOMÍNIO PRÓPRIO, CRUÉIS, INIMIGOS DO BEM, (4) TRAIDORES, PRECIPITADOS, SOBERBOS, MAIS AMANTES DOS PRAZERES DO QUE AMIGOS DE DEUS, (5) TENDO APARÊNCIA DE PIEDADE, MAS NEGANDO O SEU PODER. AFASTE-SE TAMBÉM DESTES”. Veja se você se encaixa em algumas dessas prerrogativas.

Veja também Jd 18,19 – “ELES DIZIAM A VOCÊS: NOS ÚLTIMOS TEMPOS HAVERÁ ZOMBADORES QUE SEGUIRÃO OS SEUS PRÓPRIOS DESEJOS ÍMPIOS. (19) ESTES SÃO OS QUE CAUSAM DIVISÕES ENTRE VOCÊS, OS QUAIS SEGUEM A TENDÊNCIA DA SUA PRÓPRIA ALMA E NÃO TÊM O ESPÍRITO”. Esse é o quadro dos últimos dias. Isto é profético. Essa é a imagem daqueles que não conhecem a Deus. “Causam divisões no grupo, pois são sensuais” (Jd 19).

A sensualidade é pecado, da mesma forma que o amor ao dinheiro (I Tm 6:10). Essas são pessoas que podem até estar praticando formas de adoração, mas não são verdadeiros adoradores.

VERDADEIROS ADORADORES

Quanto tempo você passa com Jesus? Quantos minutos ou horas do seu dia você passa olhando firmemente para sua cruz? Sua vida é uma vida de constante oração, comunhão, e intimidade com Cristo? Ou você só tem um tempinho para Ele no momento em que acorda, ou antes de dormir, e às vezes nem isso? Às vezes, Cristo acaba se tornando um tipo de obrigação; mas não deve ser assim.

Jesus é vida! E sem Ele a vida não existe. Lembre-se! A principal característica de um verdadeiro adorador é o “evangelho eterno”, e o evangelho é Cristo, e este crucificado.

A maior dificuldade do povo de Israel era guardar os mandamentos de Deus (Ez 5:6).

E essa também é a nossa dificuldade; pois somos carnais, e em nos não há bem algum (Romanos 7:14-18). Somente aquele que tem a Cristo, o evangelho eterno, é capaz de nascer de novo. (2 Co 5:17).

De acordo com Hb 8:10, Jesus é a nova aliança, e Ele quer nos levar a um lugar de obediência, Ele quer fazer de nós verdadeiros adoradores.

Certa vez Jesus disse:EXAMINAIS AS ESCRITURAS... SÃO ELAS MESMAS QUE TESTIFICAM DE MIM” (Jo 5.39). Este texto nos leva a concluir que a Bíblia é a revelação de Jesus Cristo.

Quando a Bíblia fala que “A FÉ VEM PELO OUVIR, E O OUVIR PELA PALAVRA DE DEUS” (Rm 10:17), na realidade está dizendo que a fé só vem através de conhecer Jesus mediante as Escrituras Sagradas.

Quando me disponho a conhecer Jesus pela leitura diária de Sua Palavra, uma busca constante de Cristo mediante as Escrituras, o Espírito Santo vem e me enche de fé. E a cada dia minha porção de fé aumenta na medida em que mais conheço a Jesus através das Sagradas Letras.

A tua fé é o termômetro, que mede o quanto você conhece a Jesus. A fé verdadeira provém de um coração que realmente ama a Cristo, é o que diz I Co 13:2. Se tua fé não é fruto do teu amor por Cristo e pelo próximo, então a tua fé não passa de presunção.

Como está tua fé?

Ela transpõe montanhas? Eu convido a você a começar hoje sem demora uma busca grandiosa de Cristo Jesus. Contemple a Cristo, e tua vida vai ser transformada “DE GLÓRIA EM GLÓRIA(2 Co 3:18).

MOMENTOS E RESULTADOS

Às vezes pensamos em adorar somente quando está tudo bem conosco e com nossos negócios.

Uma das estratégias de Satanás é não deixar que adoremos a Deus. Desde o céu ele quis a adoração só para ele.

E esse foi o motivo de ele ser o diabo. Is 14:12-14 e Ezequiel 28:2-5,12-19. Satanás ainda luta para que Deus não receba a adoração que só pertence a Ele. Mt 4:9,10.

É muito comum – e às vezes não percebemos – estarmos na igreja cantando com os lábios, mas a mente não pára de se preocupar com outras coisas. Ou com o trabalho, ou com o namoro que não vai muito bem (ou bem demais), ou com a faculdade, casamento, enfim qualquer coisa que não seja o hino que a congregação está cantando. Isto se dá também com a pregação e a oração.

Uns nem cantam, só pensam nos problemas. Quando você faz isso, perde uma grande oportunidade de depor os teus problemas nas mãos de Jesus, ou encontrar força, paz, refúgio e solução para resolvê-los.

Adoração é entrega submissão, lançar-se, se jogar, ter atitude de escravo, serviço (ver as palavras no original).

Mas nem sempre fazemos isso. Não estou falando de algo exterior, como levantar as mãos ou se jogar no chão, como se isso fizesse você realmente estar ligado com a mente e coração a Cristo. Mas é algo de dentro. Somente aqueles que têm momentos de adoração em particular poderão verdadeiramente adorar em público. Somente aquele que adora o Senhor no seu quarto, dia a dia, adorará no templo.

Vamos ver alguns exemplos de homens que em momentos diversos adoraram a Deus, e quais foram os resultados desta adoração.

Gn 12:8, 13:18. Abraão teve uma vida de constante adoração. Em momentos diversos, Abraão adorou o Senhor. Logo após a morte de seu Pai, Deus faz um chamado a Abraão, deixar suas terras, seus familiares, amigos, e ir a um lugar para ele desconhecido (Gn 11:32; 12:1).

Abraão creu, obedeceu, e adorou o Senhor por intermédio de sacrifício (Gn 12:8). Abraão foi um verdadeiro adorador, e foi chamado “O PAI DA FÉ”, Pai de uma numerosa nação e herdeiro de grandes promessas (Hb 11:17; Gn 12:2,3).

Vamos aprender com a vida de Abraão a ser um verdadeiro adorador?

Jó 1.18-20. Depois de receber a noticia da morte de seus filhos, a primeira coisa que fez Jó, foi adorar a Deus. Jó é um dos exemplos que mais gosto, e que nos ensina o que vem a ser um verdadeiro adorador.

Eu creio que o momento mais difícil na vida de uma pessoa é quando ela perde um ente querido. Muitos a se depararem com esta situação, se entregam ao álcool, drogas, prostituição, homossexualismo, etc. Mas um verdadeiro adorador, ao se deparar com momentos difíceis e tristes de sua vida, a primeira coisa que faz é adorar.

Jó era um verdadeiro adorador (Jó 1:1). E passou toda sua vida de provações, sem deixar de sê-lo (Jó 1:22, 2:10). Os resultados na vida de Jó não se limitam em Deus ter restituído em dobro na sua vida o que ele havia perdido nas tragédias (Jó 42:10). Mas no final de sua vida, podia dizer que realmente conhecia a Deus (Jó 42:5).

Você está preparado para aprender com a vida de Jó a ser um verdadeiro adorador?

A Bíblia nos dá inúmeros exemplos de adoradores; mas se examinássemos todos teríamos de escrever um livro. O que podemos concluir é que não podemos limitar a adoração a alguns momentos de culto ou quando tudo vai bem e a alegria é total, ou quando nos arrependemos. A adoração é para todo tempo, momento a momento, dia, a dia, triste ou alegre, atribulado ou em paz.

Simplesmente “VINDE ADOREMOS E PROSTREMO-NOS, AJOELHEMOS DIANTE DO SENHOR QUE NOS CRIOU” (Sl 95:6). Pois é chegado o tempo de todos os Santos adorarem ao Senhor (Is 23:13, 66:23).

ATITUDES NA ADORAÇÃO

Não importam as circunstâncias. Os verdadeiros adoradores ao adorarem, já não se importam se alguém esta olhando, ou com o local que estão: se é num jantar (João 12:2), ou na entrada da cidade (Mt 21:1), ou ate mesmo no céu (Ap 4:1). A atitude do adorador é de entrega. Reconhece que não é nada e que Jesus é o único digno de honra, glória, e toda adoração.

O verdadeiro adorador diminui para que o Senhor cresça.

O que ele considera como de maior valor em sua vida, ele entrega a Jesus. Lança diante dele suas vestes, suas posições, seu mais caro perfume, pois para ele, Jesus é tudo. Nada é mais importante. São estes que:
  • Buscam em primeiro lugar o reino de Deus e sua Justiça, e esperam o acrescentar do Senhor (Mt 6:33).
  • Entregam seu caminho ao Senhor, pois sabem que o mais ele fará (Sl 37:5).
  • Esperam com paciência no Senhor, para que Ele se incline e os salve (Sl 40:1).
  • Amam a Deus de todo coração, força, alma e entendimento (Mt 22:37).
E você! O que tem entregado a Deus? O que é mais importante na sua vida? Suas vestes? Sua posição? Jesus pede hoje teu coração, Ele te ama, e morreu por você.

Eu te convido a se entregar àquele que tudo fez e ainda fará por você. Venha viver uma vida de adoração. Seja em Cristo um verdadeiro adorador.

Vamos morrer para nossas vontades e desejos, e deixar Cristo Jesus agir em nossa vida por intermédio do Espírito Santo.

Pv 23:26. Vamos orar, entregando a Deus nosso tudo, e começar agora uma nova caminhada com Jesus.

CONCLUSÃO:

Ser um adorador é muito mais do que vir às reuniões da igreja e cantar, levantar os braços, ser adorador é um estilo de vida no qual é exigido um alto comprometimento com Deus e sua Palavra.

TRÊS PERIGOS DO "MOMENTO DE LOUVOR" DO CULTO

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Para muitos, o momento de música que compreende a parte principal do culto dominical de uma igreja é, de certo modo, como a escultura de vidro sobre a estante da minha avó: você não pode mexer ali.

O momento de louvor é quase uma fixação entre as congregações evangélicas, seja naquelas em que a música é acompanhada por um coral e orquestra ou por uma banda indie-folk de oito caras. Entre numa igreja em algum momento entre a saudação inicial e o sermão, e você provavelmente se achará no meio de uma sessão de 20 a 30 minutos de música.

Então, o que exatamente é o momento de louvor? Deveria ele ser algo intocável em nossas igrejas?

Em poucas palavras, o momento de louvor é um grupo consecutivo de cânticos ou hinos de louvor deliberadamente escolhidos. Ele reflete planejamento e criatividade. É uma opção muito melhor do que pegar alguns cânticos populares e jogá-los na tela como uma pintura abstrata.

Assim como uma refeição com entrada, prato principal e sobremesa, o momento de louvor segue um fio condutor ou roteiro. O momento de louvor pode começar com uma chamada à adoração ou um cântico de convite. Esse cântico estabelece um tema específico e convida os adoradores a louvarem a Deus. Em seguida, alguns outros cânticos desenvolvem o tema, tanto musical quanto poeticamente. Essa é a porção de “entrada”. Se o primeiro cântico focava no caráter de Deus, essa sequência pode conduzir a igreja a considerar o nosso pecado e redenção em Cristo. O último cântico do momento de louvor é o clímax teológico e musical. Ele pode consistir de uma celebração da ressurreição, ou um chamado a responder em fé e discipulado, ou simplesmente uma declaração de louvor. Bob Kauflin defende esse tipo de desenvolvimento temático deliberado em seu livro Louvor e adoração, e apresenta uma variedade de esboços de momentos de louvor úteis para serem experimentados.[1]

Em geral, eu penso que o momento de louvor é uma idéia maravilhosa, se usada corretamente. Em uma igreja anterior, servindo como líder de adoração, eu dedicava tempo significativo a cada semana para elaborar e preparar momentos de louvor. Minha esperança era que esse processo ajudaria os crentes a responderem a Deus em um robusto louvor com suas mentes e corações, e eu creio que Deus abençoou esse esforço.

O momento de louvor pode ser uma abordagem que glorifica a Deus porque moldar a ordem dos cânticos de uma maneira deliberada ajuda na “EDIFICAÇÃO DA IGREJA” que deve caracterizar a nossa adoração corporativa (1Coríntios 14.26). Ele unifica os cânticos em torno de um conceito central, o que promove entendimento. Se bem utilizado, o momento de louvor prepara a congregação para as questões específicas e prioridades que o sermão abordará. Como uma narrativa com começo, meio e fim, um momento de louvor pode capturar a nossa imaginação e nos ajudar a sermos atraídos por Deus por meio da história implicitamente contada na sequência de cânticos.

O MOMENTO DE LOUVOR: POSSÍVEIS ARMADILHAS E SOLUÇÕES

Então, eu não quero declarar que o momento de louvor seja um conceito de todo terrível. Mas eu quero tirar aquela escultura de vidro da vovó da prateleira e ver se ela pode ser melhorada.

Por quê? Embora o momento de louvor tenha muito de elogiável, ele não está livre de perigos. Aqui estão três potenciais armadilhas que ele apresenta. Para cada uma delas, eu apontarei algumas maneiras de pensar e ir “além” do momento de louvor.

O MOMENTO DE LOUVOR PODE FRAGMENTAR A ORDEM DE CULTO.

Primeiro, o momento de louvor pode fragmentar a ordem de culto. Se os pastores e demais líderes não forem cuidadosos, usar um momento de louvor pode, sutilmente, sugerir que o culto de adoração tenha apenas duas partes: o canto e o sermão. O líder de louvor dirige a primeira metade, então passa o bastão ao pastor para a mensagem.

Eu temo que, por causa disso, muitos evangélicos tenham uma imagem bifurcada da adoração pública: a parte musical do culto é apropriada para aqueles que se relacionam com Deus por meio de experiências emocionais, ao passo que o sermão existe para envolver os intelectuais, os do “lado esquerdo do cérebro”. Na pior das hipóteses, essa falsa dicotomia pode também perpetuar o equívoco comum de que o louvor por meio do canto é o louvor da igreja, o que leva a comentários do tipo: “O louvor (leia-se: a música) hoje foi incrível, mas o sermão foi um pouco seco” – como se a pregação não fosse doxológica também.

Independente de como nós estruturamos nossos cultos, precisamos nos esforçar para transmitir a idéia de que tanto a música quanto a pregação (e os demais elementos – vide o ponto 2) são propriamente “louvor” a Deus, e que eles são essenciais para todos os cristãos.

Aqui estão algumas sugestões para evitar esse perigo. Primeiro, se os seus cultos geralmente caem na fórmula “30 minutos de música e 30 minutos de pregação”, então mude a sua ordem de culto regularmente. Considere quebrar o momento de música com oração, leitura bíblica ou reflexão silenciosa. Tente ocasionalmente colocar o sermão mais próximo do início do culto, deixando a maior parte do canto para depois da mensagem.

Faça com que outro indivíduo, que não seja o líder de louvor nem o pregador, de preferência um presbítero, conduza todo o culto. Chame esse homem de “anfitrião”, “dirigente”, “líder de culto” (este é o termo que usamos na minha igreja), ou como preferir. Mas assegure que ele não seja o líder de música nem o pregador. Se esse indivíduo faz a saudação e dá os avisos, introduz as músicas, dirige o ofertório, conduz as orações, e assim por diante, então ele pode trazer unidade a todo o culto.

Escolha um tema para o culto baseado no tema do texto do sermão. Assegure-se que os cânticos, as orações e até os avisos se relacionem com esse tema. Quando a congregação perceber que todo o culto é sobre “a fidelidade de Deus” ou “conhecer a Cristo no sofrimento”, isso diminuirá a sensação de que o culto é meramente uma apresentação musical seguida de uma palestra sem qualquer relação entre si.

O MOMENTO DE LOUVOR PODE LEVAR UMA IGREJA A MENOSPREZAR OS ELEMENTOS DE CULTO NÃO MUSICAIS.

Outro perigo do momento de louvor é que ele pode levar uma igreja a menosprezar os elementos de culto não musicais. Paulo disse a Timóteo: “DEDIQUE-SE À LEITURA PÚBLICA DA ESCRITURA” (1Timóteo 4.13, NVI). Ele instruiu o jovem pastor a conduzir a sua igreja a oferecer “SÚPLICAS, ORAÇÕES, INTERCESSÕES, AÇÕES DE GRAÇAS” (1Timóteo 2.1). A sua expectativa era de que os membros da igreja de Corinto separassem a sua oferta “no primeiro dia da semana (1Coríntios 16.2), passagem da qual muitos inferem que a oferta era uma parte integral da adoração pública da igreja do Novo Testamento. Jesus ordenou seus seguidores a batizarem novos discípulos (Mateus 28.19) e lhes deu a sua Ceia para que eles pudessem proclamar a sua morte até que ele venha (1Coríntios 11.26). Há muito mais a fazer na igreja do que cantar e pregar.

O perigo do momento de louvor é que esses outros elementos da adoração bíblica podem ser deixados em segundo plano. Se a congregação espera (ou até mesmo exige?) experimentar uma progressão musical criativa e bem ensaiada, isso pode eliminar essas outras expressões ordenadas de adoração. Decerto, eu não estou sugerindo que ninguém intencionamente ponha de lado os elementos bíblicos de culto. Eu apenas desejo enfatizar um padrão que tenho observado: quando uma igreja privilegia a adoração por meio do canto, dando-lhe a maior porção de tempo e foco, esses outros elementos de culto tendem a se tornar fracos e superficiais.

Como os pastores e aqueles que lideram o louvor por meio de canto podem trabalhar contra essa tendência?

Se você usa o momento de louvor, resista à idéia de que esse momento deva conter apenas música a fim de ter máximo impacto. Isso não é um show. Intercale orações e leituras entre os cânticos.

Promova uma cultura de adoração por meio de oração vigorosa em seus cultos. Se você dedicar tempo significativo à oração durante o culto público, não deve surpreender que os membros de sua igreja aprendam a priorizar a oração em suas vidas particulares.

Como nós encorajamos nossas orações públicas? Saturando-as com verdades bíblicas: “Não é da Bíblia que aprendemos a linguagem da confissão e da penitência? Não é da Bíblia que aprendemos as promessas de Deus nas quais crer e pelas quais clamar em oração? Não é na Bíblia que aprendemos a vontade de Deus, os mandamentos de Deus e os desejos de Deus pelo seu povo, pelos quais nós devemos suplicar em oração? Uma vez que estas coisas são assim, as orações públicas devem repetir e ecoar a linguagem da Bíblia do começo ao fim”.[2]

Há também uma correlação entre tempo de ensaio e valor. Se a sua igreja valoriza música bem elaborada, é provável que a sua banda ou coral gaste horas em ensaios. Por que não gastar o mesmo tempo e esforço ao preparar orações públicas?

Por fim, promova uma cultura de adoração por meio da leitura bíblica em seus cultos. Se nós cremos que a Palavra de Deus é “MAIS CORTANTE DO QUE QUALQUER ESPADA DE DOIS GUMES” (Hebreus 4.12), vamos tirá-la da bainha e deixá-la fazer o seu trabalho. Leia de tal modo que as majestosas verdades da Escritura ecoem nos ouvidos da sua congregação. Considere treinar um número de congregantes para que leiam bem a Escritura: com significado, ênfase, gravidade e alegria. Nós distribuímos o excelente artigo de Tim Challies sobre como ler a Escritura em público a todos aqueles que fazem a leitura em nossa igreja.

O MOMENTO DE LOUVOR PODE FOMENTAR UMA CULTURA DE ENTRETENIMENTO.

Terceiro, o momento de louvor pode fomentar uma cultura de entretenimento. Esse perigo é irônico, é claro, porque um dos propósitos do momento de louvor é unificar um grupo de cânticos em torno de um conteúdo teológico. Mas eu temo que, com freqüência, o que a congregação experimenta ao cantar durante um momento de louvor não é uma nova apreciação de um tema bíblico, mas uma jornada semelhante à de um show através de uma sequência empolgante de cânticos.

Embora eu não seja contra a criatividade e a emoção na adoração pública, eu creio que é possível priorizar a resposta emocional que advém da música de tal modo que a verdade bíblica é negligenciada, em vez de iluminada. Uma implicação de Colossenses 3.16 é que, se a palavra de Cristo não habitar ricamente em nós à medida que cantamos, então alguma coisa deve mudar na maneira como cantamos.
 
Como Neil Postman defendeu em Amusing Ourselves to Death [“Distraindo-nos até a morte”, sem tradução em português], o entretenimento tornou-se o discurso dominante de nossa época. Embora a igreja deva reconhecer esse fato, ela não deve capitular a ele. Nossos cultos não devem parecer com um show ou programa de TV, ainda que esses modos de discurso definam a maneira como o homem pós-moderno experimentam o fluxo de idéias. Em vez disso, nós temos a oportunidade, em nossos cultos, de moldar um tipo diferente de discurso, um que comece com a autorrevelação de Deus. O nosso culto – seja contemporâneo ou tradicional, mais ou menos litúrgico – deve fugir do experiencialismo centrado no homem e abraçar o Deus transcendente.

Então, se o momento de louvor puder ajudar as pessoas a adorar, entesourar e entender mais do nosso santo Criador, então use-o sem pestanejar. Mas se em sua igreja o momento de louvor tende a pôr mais ênfase na habilidade da banda do que na excelência do Redentor, alguma coisa precisa mudar.

Como podemos resistir à tendência de o momento de louvor, lentamente, levar a igreja a um “entretenimentismo”?

Faça tudo o que puder para assegurar que a congregação seja capaz de ouvir o canto uns dos outros. Esse é um princípio bíblico básico, dado que Paulo exorta os crentes a falarem “UNS AOS OUTROS” com salmos, hinos e cânticos espirituais (Efésios 5.19). Mas também há um longo caminho para cultivar uma atmosfera de alegria e envolvimento com as letras.

A consciência da presença de outros no culto corporativo, e de como o volume e a expressão do seu próprio canto efetivamente encoraja outros, ajuda a impedir o egocentrismo. Na prático, isso pode envolver diminuir o volume da banda ou orquestra, e instruir os músicos a focarem em um acompanhamento simples e de bom gosto, em vez de uma exibição complexa ou cheia de técnica.

Proporcione uma estrutura que ajude a interpretar o louvor por meio da música. Por exemplo, em vez de começar o culto com as luzes apagadas e um solo de guitarra cheio de efeitos (o que soa demais como um show), comece com um chamado à adoração extraído da Palavra de Deus ou uma breve oração.

Antes de a música começar, faça com que o líder de culto dê algumas palavras de instrução ou exortação de modo a colocar o(s) cântico(s) em contexto. Essa interpretação do que está por vir é de grande valor não apenas para os crentes, mas também para os incrédulos, que podem não saber o que fazer com a música que estão prestes a escutar. (Veja 1Coríntios 14.24 acerca da prioridade em tornar o culto compreensível aos visitantes incrédulos). Sim, pode parecer um pouco travado e estranho ter esses pequenos comentários antes do canto. Mas até mesmo essa quebra de ritmo no culto é uma coisa boa, porque envolve a mente da congregação e inibe a passividade que a cultura de entretenimento promove.

Semelhantemente, mantenha as luzes acesas. Penumbra, máquinas de fumaça e holofotes, todos gritam que o foco deve estar nos músicos à frente. Em contraste, a luz acesa e uma plataforma modesta – até mesmo colocando os músicos fora dela, na lateral, se possível – transmite a idéia de que o que realmente importa aqui não é o coral ou o grupo de louvor, mas o conteúdo dos cânticos e a participação de toda a congregação.

Veja o silêncio como um amigo, não um adversário. Se houver alguns momentos de quietude entre um cântico e uma oração, ou entre o ofertório e o sermão, isso não é um desastre. Afinal, este é um encontro de cristãos para o louvor, não uma produção de TV. De fato, permitir momentos de silêncio nas transições pode renovar o paladar mental das pessoas e permitir que a igreja reflita no que já aconteceu no culto. Além disso, use momentos planejados de silêncio para reflexão e oração. Sentar-se em um salão com dúzias ou centenas de outros crentes e, simplesmente, ficar quieto perante o Senhor é fortemente contracultural em nossa época barulhenta e distraída.

MAIS FERRAMENTAS NA CAIXA 

Em tudo isso, eu não estou tentando fazer do momento de louvor um bicho-papão. É uma ferramenta útil. Mas, por essas três razões, eu não penso que ele deva ser a única ferramenta em nossa caixa. E, se nós de fato usarmos o momento de louvor, nós devemos fazê-lo de um modo que unifique a ordem de culto, em vez de dividi-la; que enfatize os demais elementos de culto, em vez de menosprezá-los; e que promova temor diante de Deus, em vez de uma experiência de entretenimento.

No que se refere ao planejamento de um culto de adoração, há muita liberdade com respeito às formas e circunstâncias nas quais a congregação lê a Palavra, canta a Palavra, ora a Palavra, ouve a Palavra pregada, e vê a Palavra nas ordenanças. Eu oro para que, à medida que pastores e líderes de música pensem além do momento de louvor, Deus nos dê sabedoria para liderar nossas congregações de modo que ofereçam um apropriado sacrifício de louvor. Eu oro para que nossas igrejas, cheias do Espírito de Deus, deleitem-se cada vez mais no Filho de Deus, aquele que se entregou por nós para que pudéssemos ser adoradores seus.



Notas:

[1] Bob Kauflin. Worship Matters: Leading Others to Encounter the Greatness of God (Wheaton, IL: Crossway Books, 2008), 114. Publicado em português com o título Louvor e adoração (Curso Vida Nova de teologia básica - Vol. 11. São Paulo: Edições Vida Nova, 2011).

[2] Terry Johnson, Reformed Worship: Worship That Is according to Scripture (Greenville, SC: Reformed Academic Press, 2000), 35. Publicado em português com o título Adoração reformada: a adoração que é de acordo com as Escrituras (São Paulo: Os Puritanos, 2001).




FONTES DE INFORMAÇÃO:

http://www.ministeriofiel.com.br
Autor: Matt Merker