A ARMADURA DE DEUS – LIVRO EFÉSIOS

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INTRODUÇÃO - EFÉSIOS 6:10-18

Um grande desafio para um servo de Deus é estar armado e principalmente saber usar a sua armadura.

Talvez nós não saibamos tanto sobre a importância do armamento porque o nosso país não é um país de guerra, graças a Deus.

Em Mateus 24: Jesus disse que um dos sinais da sua volta seria ouvirmos falar de “GUERRAS E RUMORES DE GUERRAS” e isto está se cumprindo em nosso meio.

A pior guerra não é aquela que nós vemos ou ouvimos os seus rumores, mas aquela que não vemos porque é espiritual. Os nossos principais inimigos não são as pessoas que vemos, mas o diabo a quem não vemos e tem guerreado assiduamente vencendo este mundo, mas não pode vencer o povo de Deus.

PORQUE A NOSSA LUTA NÃO É CONTRA O SANGUE E A CARNE, E SIM CONTRA OS PRINCIPADOS E POTESTADES, CONTRA OS DOMINADORES DESTE MUNDO TENEBROSO, CONTRA AS FORÇAS ESPIRITUAIS DO MAL, NAS REGIÕES CELESTES”. - Efésios 6:12

A VANGUARDA E A RETAGUARDA:

Na luta pode-se notar os guerreiros que ficam à frente (vanguarda) e os que ficam mais atrás dando cobertura (retaguarda).

A vanguarda é composta por soldados mais fortes e mais corajosos, que enfrentam diretamente o inimigo. São também os que levam as melhores armas.

A retaguarda é composta de soldados talvez menos experientes com armamentos mais leves e têm a tarefa de reforçar e ajudar a vanguarda. Estes, no entanto são os primeiros a correr quando a guerra é difícil.

Hoje a retaguarda do exército de Deus está com problemas de excesso de contingente, enquanto faltam soldados na vanguarda, o que muito tem enfraquecido o povo de Deus em sua luta no mundo. Deus precisa de soldados valentes que venham assumir a frente da batalha.

VAMOS ANALISAR - Efésios 6.10-18:

A força v. 10

Um guerreiro tem que ser forte. Os escolhidos para uma guerra geralmente são os mais fortes do povo. Aqui diz que devemos ser “FORTALECIDOS NO SENHOR E NA FORÇA DO SEU PODER”. A nossa força vem de Deus, então nós estamos do lado mais forte, o lado de Deus e é Deus que peleja por nós (Êxodo 14.14). O texto de II Crônicas 20:15 diz: “POIS A PELEJA NÃO É VOSSA, MAS DE DEUS”.

Ficar firmeV.11: - Leia II Timóteo 2.3-5

O soldado deve ficar atento, firme contra seus inimigos, durante a sua batalha não pode se distrair com outras coisas, mas ser atento a todo o momento.

Essa firmeza vem da confiança em Deus. - Leia Salmo 125.1

O inimigoV.12:

Devemos reconhecer momentos de perigo, saber quem é o inimigo e lutar com as armas à sua altura ou melhores que as do adversário.

Se o inimigo ataca com canhões não podemos ir até ele com espadas, devemos ir com bombas mais poderosas.

Leia - II Coríntios 10.3-5

Se o nosso inimigo é espiritual, luta no campo espiritual e com armas espirituais devemos lutar com ele espiritualmente, pois o ESPÍRITO que está conosco é mais forte.

Também temos uma posição privilegiada quanto ao adversário, nós o atacamos de cima, pois estamos muito acima dos nossos inimigos, quando estamos em Deus (Efésios 1.21 e 22).

Toda a armadurav.13:

O lutador tem que estar bem equipado porque o inimigo sabe qual é o ponto fraco da pessoa e se faltar qualquer peça da sua armadura é justamente ali que ele vai atacar.

Leia - I Samuel 17.38-39 e 17.45

Davi não sabia usar uma armadura, mas reconheceu que seu Deus é o “SENHOR DOS EXÉRCITOS” (um Deus de Guerra) que está sobre todo e qualquer exército possuindo a maior milícia. Então Davi foi a Golias em nome do Senhor dos Exércitos, com armas espirituais e venceu a luta.

Mas o texto de I Samuel indica que Davi era um servo disciplinado e depois dessa vitória ele se tornou um grande guerreiro, e aprendeu a usar a armadura dos homens, mas principalmente a armadura de Deus.

VAMOS AGORA ANALISAR CADA PEÇA DA ARMADURA E DISCUTIR A SUA UTILIDADE:

Cinto da verdadeV.14:

O cinto é o lugar onde o lutador prende suas armas e munições; o cinto servia para guardar coisa como dinheiro, cantil, etc. (Mateus 10.9)

A verdade é necessária para o cristão porque uma das principais armas de Satanás é a mentira (João 8.44). Se o cristão não tiver o cinto da verdade não terá onde prender suas armas de ataque e pode ficar sem elas. Nossas armas estão na verdade.

Couraça da justiçaV.14b: - Leia Isaías 59.14-17

Se o cristão não estiver protegido com a justiça (justificado pelo sangue de Jesus - I João 1.9), se houver pecado em seu coração pode vir a perfurar a couraça e correr risco de vida.

A couraça protege o coração!

Calçados do EvangelhoV.15: - Leia Isaías 52.7 e Salmo 119.105

O guerreiro tem que estar calçado para não correr o risco de machucar os pés e ficar impossibilitado de andar. Quando o crente está firmado sobre a Palavra não corre o risco de tropeçar e cair.

Escudo da FéV.16:- Leia Provérbios 30.5

TOMAI SOBRE TUDO” - o escudo serve para proteger todo o corpo. Deus quer que o cristão ao pelejar coloque a sua fé na frente dos problemas como sua defesa. Com a fé podemos apagar os dardos do maligno.

Capacete da salvação V.17b: - Leia I Tessalonicenses 5.8

O capacete serve para proteger a cabeça que é a parte que comanda todo o corpo. O crente precisa estar com sua mente protegida contra as setas (heresias e tentações) do inimigo e a proteção é a salvação; se estivermos com a mente envolvida com a certeza da salvação, não cairemos em ciladas.

Espada do EspíritoV.17b: - Leia Hebreus 4.12 e Salmo 149.5-6

A espada serve para ferir, cortar, sangrar. Todas as outras armas são de defesa e essa é a única de ataque.

Esta é a melhor arma e a que o inimigo mais teme. Infelizmente os cristãos hoje não têm usado muito essa arma e alguns não a conhecem bem. Jesus usou a Palavra de Deus para enfrentar Satanás em todas as tentações no deserto (Mateus 4.1-11).

É interessante notar que essa espada é do Espírito e o servo de Deus depende do espírito santo para usa-la com autoridade (João 14.26 e II Pedro 1.20-21). Satanás tentou usa-la contra Jesus, mas não teve sucesso porque não tem o espírito (autor da Bíblia).

Da mesma forma nós ao citar a palavra de Deusa não teremos êxito se o Espírito não estiver conosco para convencer a pessoa (João 16.7-13).

O General e o quartel
v.18:

O NOSSO GENERAL É CRISTO” - O soldado de Cristo deve estar ligado ao seu superior, tem que ter contato com o general para obedecer às suas ordens “COM TODA ORAÇÃO E SÚPLICA NO ESPÍRITO”.

Também é preciso estar atento ao seu superior, observando cada atitude e ordens suas, não desanimando nunca “... E PARA ISSO VIGIANDO COM TODA PERSEVERANÇA”.

O guerreiro não pode estar sozinho, precisa estar com os outros soldados, ajudando e sendo ajudado, para vencer juntos com apoio, oração “E SÚPLICA POR TODOS OS SANTOS”. Há cristãos que parecem estar lutando sozinhos ou até mesmo contra os soldados do mesmo exército.

CONCLUSÃO:

Em Ezequiel 37.1-10 - Deus fez o seu exército através de ossos secos, portanto não precisamos achar que não podemos ser guerreiros valentes; o Senhor nos quer na Vanguarda da Vitória.

É importante pensar que o cristão deve lutar uma luta de cada vez e evitar arrumar problemas desnecessários ou comprar brigas que não lhe diz respeito. Deus tem nos chamado para fazer parte do seu exército e aprender a usar suas armas.


O Senhor dos Exércitos quer recrutar-nos para sermos treinados para suas batalhas.

AS 5 PRINCIPAIS OFERTAS E SACRIFÍCIOS DO LIVRO DE LEVÍTICO

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INTRODUÇÃO:

Levítico capitulo 1 ao 7 - Sabemos que o Sumo-Sacerdote da Antiga Aliança, era uma figura, um tipo de Cristo o Grande Sacerdote instituído sobre a Casa de Deus. Assim como o Sumo-Sacerdote era o representante, o mediador entre Deus e os filhos de Israel, Jesus é o representante, o mediador da Nova Aliança em favor daqueles que hão de herdar a vida eterna! Porém há uma grande diferença entre o Sumo-Sacerdote no Antigo Testamento e Jesus. Enquanto que o Sumo-Sacerdote precisava primeiramente oferecer sacrifício pelos seus próprios pecados para depois oferecer sacrifícios pelos pecados do povo, Jesus não precisou de quaisquer sacrifícios por si mesmo, uma vez que não tinha pecados. Vamos descrever as ofertas do Tabernáculo e ver os simbolismos que estavam por detrás delas.

AS OFERTAS E OS SACRIFÍCIOS

O povo comparecia perante seus representantes – os sacerdotes, que eram os intermediários, os mediadores entre Deus e eles. Se o israelita levava a oferta, ao sacerdote cabia oferecê-la ao Senhor que a aceitava como "cheiro agradável" em sua presença. Esta era a tônica dos rituais ofertórios. Sobre estas ofertas e sacrifícios não podemos deixar de considerar a palavra de Barrow:

"As Ofertas que Deus falou a Moisés a respeito, eram um meio de adoração, e também um sacrifício para perdão e restauração pessoal diante de Deus. Muitas das ofertas estavam relacionadas com o Altar de Holocausto. Os sacerdotes sacrificavam várias ofertas à Deus, que eram oferecidas pelos seus próprios pecados e também pelos pecados do povo (tanto pecados conhecidos como desconhecidos). Algumas ofertas eram oferecidas regular e frequentemente, enquanto outras eram oferecidas apenas em certos casos de necessidade".

AS CINCOS PRINCIPAIS OFERTAS E SACRIFÍCIOS QUE SÃO: A Oferta do Holocausto, A Oferta de Manjares, A Oferta Pelo Pecado, A Oferta Pelo Sacrilégio, O Sacrifício da Paz.

A OFERTA DO HOLOCAUSTO

DESCRIÇÃOLv.1:3-17; 6:8-13:

A palavra holocausto vem do termo hebraico "hle" - `olah, e tem como significado "queimado que sobe". No dizer de Shedd: O termo original ‘olah de significado ‘aquilo que sobre’, tanto podia referir-se à oferta que subia ao Senhor, como ao ‘cheiro suave’ (Lv 1.17), ou ainda ao animal inteiro, e não apenas parte dele, que era oferecido, ou erguido sobre o altar. Embora não seja o mais importante, é no entanto este sacrifício o que se menciona em primeiro lugar, talvez por ser o mais grandioso.

ALGUNS DETALHES IMPORTANTES RELACIONADOS AOS HOLOCAUSTOS:

Os holocaustos deveriam ser oferecidos a cada manhã e também ao cair da tarde. Nos dias comuns deveria ser oferecido apenas um cordeiro com um ano de idade, sem defeito, mas aos sábados, dois cordeiros deveriam ser oferecidos pela manhã e outros dois à tarde, Nm 28.9-10 - "NO DIA DE SÁBADO, FAÇAM UMA OFERTA DE DOIS CORDEIROS DE UM ANO DE IDADE E SEM DEFEITO, JUNTAMENTE COM A OFERTA DERRAMADA E COM UMA OFERTA DE CEREAL DE DOIS JARROS DA MELHOR FARINHA AMASSADA COM ÓLEO. ESTE É O HOLOCAUSTO PARA CADA SÁBADO, ALÉM DO HOLOCAUSTO DIÁRIO E DA OFERTA DERRAMADA".

Em virtude da frequência e regularidade em que ocorriam estes sacrifícios, eles eram também chamados de "sacrifícios contínuos", Êx 29:42 - "DE GERAÇÃO EM GERAÇÃO ESSE HOLOCAUSTO DEVERÁ SER FEITO REGULARMENTE À ENTRADA DA TENDA DO ENCONTRO, DIANTE DO SENHOR. NESSE LOCAL EU OS ENCONTRAREI E FALAREI COM VOCÊ". Os israelitas podiam somar aos holocaustos, ou sacrifícios contínuos as chamadas "ofertas queimadas".

O ofertante colocava as mãos sobre o animal destinado ao sacrifício, reconhecendo nele o seu substituto. Um detalhe importante é que o próprio ofertante abatia o animal na presença dos sacerdotes, os quais aspergiam o seu sangue sobre o altar, Lv 1:4-5, "E PORÁ A MÃO SOBRE A CABEÇA DO ANIMAL DO HOLOCAUSTO PARA QUE SEJA ACEITO COMO PROPICIAÇÃO EM SEU LUGAR. ENTÃO O NOVILHO SERÁ MORTO PERANTE O SENHOR, E OS SACERDOTES, DESCENDENTES DE ARÃO, TRARÃO O SANGUE E O DERRAMARÃO NOS LADOS DO ALTAR, QUE ESTÁ NA ENTRADA DA TENDA DO ENCONTRO". O animal inteiro, com exceção do seu sangue era, então, queimado e a fumaça subia representando a consagração do ofertante diante de Deus. Não podemos nos esquecer que o holocausto seria sempre uma "... OFERTA QUEIMADA, DE AROMA AGRADÁVEL AO SENHOR", Lv 1.9.

SIMBOLISMOS

No Holocausto, o animal sacrificado deveria ser entregue sobre o altar para ser queimado. Isto era agradável a Deus, "CHEIRO SUAVE": "ASSIM QUEIMARÁS TODO O CARNEIRO SOBRE O ALTAR; É UM HOLOCAUSTO PARA O SENHOR; É CHEIRO SUAVE, OFERTA QUEIMADA AO SENHOR", Êx 29:18. - Da mesma maneira, Cristo entregou-se por nós em sacrifício a Deus, Ef 5.2, "... E ANDAI EM AMOR, COMO CRISTO TAMBÉM VOS AMOU, E SE ENTREGOU A SI MESMO POR NÓS, COMO OFERTA E SACRIFÍCIO A DEUS, EM "CHEIRO SUAVE". - A expressão "cheiro suave", vem dos termos gregos: "osmh" (osme) – cheiro, aroma e "euwdia" (euodia) – "cheiro doce", "fragrância", "perfume agradável". O sacrifício de Cristo pelos nossos pecados subiu a Deus como uma fragrância agradável a Deus.

Assim como o animal era levado ao sacrifício sem oferecer qualquer resistência, Cristo também, no dizer do profeta Isaías foi conduzido ao "matadouro", não demonstrando qualquer resistência aos seus opressores e algozes, Is 53:7 - "ELE FOI OPRIMIDO E AFLIGIDO, MAS NÃO ABRIU A BOCA; COMO UM CORDEIRO QUE É LEVADO AO MATADOURO, E COMO A OVELHA QUE É MUDA PERANTE OS SEUS TOSQUIADORES, ASSIM ELE NÃO ABRIU A BOCA". Pelo contrário, as Escrituras nos dizem que Jesus entregou-se a si mesmo para o sacrifício, Gl 2.20, "JÁ ESTOU CRUCIFICADO COM CRISTO; E VIVO, NÃO MAIS EU, MAS CRISTO VIVE EM MIM; E A VIDA QUE AGORA VIVO NA CARNE, VIVO-A NA FÉ NO FILHO DE DEUS, O QUAL ME AMOU, E SE ENTREGOU A SI MESMO POR MIM". Esta entrega foi motivada pelo verdadeiro amor!

Um ponto importante a considerar é que nos sacrifícios, o animal era uma representação do pecador; o sacerdote era representação da divindade. Homem e Deus estavam presentes ali! Em seu sacrifício, Cristo cumpriu estas duas exigências legais. Ele foi o "Cordeiro" oferecido em holocausto – "... EIS O CORDEIRO DE DEUS QUE TIRA O PECADO DO MUNDO", Jo 1.29. Mas, foi também ao mesmo tempo o Sacerdote, que conduz o homem à presença de Deus.

A OFERTA DE MANJARES

DESCRIÇÃO Lv. 2:1-16; 6:14-18:

As ofertas de manjares (hxnm Nbrq - qorban minchah), eram oferecimentos de cereais que os israelitas faziam ao Senhor. Observe o comentário de Shedd sobre os componentes e os detalhes deste tipo de oferta:

"... consistia na oferta dum cereal, em que entrasse sobretudo a flor de farinha, geralmente misturada com azeite (Lv 7:10; 5:11), ou com azeite e incenso por cima (Lv 2.6). Cozida ou não, o sacerdote tomaria um punhado dela e a colocaria sobre o altar, desde que contivesse todo o incenso indispensável. Tomava então e nome de memorial (Lv 2.2), talvez por causa do incenso sagrado (Êx 30:84) que oferecia no altar de ouro duas vezes por dia o sacerdote à hora da oração, servindo para obter a aprovação do Senhor, ou antes para que o Senhor não se esquecesse do oferente”.

DETALHES RELACIONADOS À OFERTA DE MANJARES:

Da mesma maneira que o holocausto, a oferta de manjares precisava ser voluntária. A expressão "... QUANDO ALGUMA PESSOA FIZER OFERTA DE MANJARES AO SENHOR" (Lv 2.1), implica em disposição e voluntariedade por parte do ofertante.

Era o único sacrifício em que as carnes não estavam envolvidas. Era oferecido apenas farinha de trigo crua, grãos de cereais assados e bolos sem fermento. Todos os ingredientes eram oferecidos sobre o fogo com sal, óleo e incenso. O que sobrava era dos sacerdotes.

Esta oferta era um tipo de "OFERTA DE GRATIDÃO", uma vez que lembrava aos israelitas de sua passagem pelo deserto, onde houve grande escassez de alimentos, dos quais foram eles supridos por Deus através do maná, o pão que caia do céu. Era uma forma de gratidão a Deus.

SIMBOLISMOS

Inicialmente podemos dizer que a Oferta de Manjares, simboliza o nosso sustento e provisão diária. Dependemos de Deus para ganhar o nosso pão-de-cada-dia. Foi por esta razão que Jesus, na oração do Pai-Nosso, nos orientou a orar pelo "pão": "... O PÃO NOSSO DE CADA DIA NOS DÁ HOJE" - Mt 6.11. Como filhos de Deus não precisamos conviver com a ansiedade e preocupação características dos homens sem Deus. Como nos ensinou Jesus: "POR ISSO VOS DIGO: NÃO ESTEJAIS ANSIOSOS QUANTO À VOSSA VIDA, PELO QUE HAVEIS DE COMER, OU PELO QUE HAVEIS DE BEBER; NEM, QUANTO AO VOSSO CORPO, PELO QUE HAVEIS DE VESTIR. NÃO É A VIDA MAIS DO QUE O ALIMENTO, E O CORPO MAIS DO QUE O VESTUÁRIO?"-  Mt 6.25. Queremos recorrer ao comentário de Mesquita:

"Antigamente, era o pão das Faces que significava a presença de Deus na mesa e no sustento dos crentes. Era uma mostra material, objetiva, de acordo com a capacidade dos crentes de antanho. Agora, com um novo santuário não feito por mãos, com novos moldes religiosos, novo sacerdócio, as antigas verdades se hão de crer e propagar de um modo diverso. Assim é o fato em Cristo Jesus. Deste modo, Cristo é a nossa diária oferta, é o nosso pão, e as manifestações religiosas da vida são outras tantas mostras dessa verdade. Não vamos mais levar um punhado de farinha ao templo, mas vamos de outras maneiras públicas declarar que me nos tem sustentado e sustenta. Se um hebreu confiava na sua provisão diária, muito mais nós, que vivemos mais diretamente ligados à divindade. Cristo é nossa provisão diária".

Considerando que as Ofertas de Manjares não poderiam conter qualquer tipo de fermento, ou mel, isto porque estas substâncias alteram as características do produto ofertado, devemos entender que temos aqui um símbolo da vida cristã que deve ser autêntica, transparente, sem qualquer hipocrisia. Embora no Novo Testamento a figura do fermento foi usada para explicar o crescimento do reino (Mt 13.33), ele também é usado para ilustrar os efeitos devastadores do pecado que quando não tratado, se espalha rapidamente e contamina com facilidade (1 Co 5.6).

Outro detalhe importante a lembrar é que as Ofertas de Manjares deveriam ser sempre temperadas com sal. Embora o sal seja muito usado na antiguidade, seja para estabelecer alianças (Nm 18.19; 2 Cr 13.5), ou vínculos de amizade, o seu maior uso sempre foi como condimento alimentar.

Note que são duas as suas principais características: Alterar o sabor dos alimentos e impedir que se estraguem. É dentro deste contexto que o Senhor Jesus disse que seus discípulos deveriam ser o "SAL DA TERRA" - Mt 5.13. Como discípulos de Jesus precisamos "salgar", este mundo dando-lhe o sabor do Evangelho e impedir a corrupção do homem sem Deus. Devemos, no dizer de Paulo apresentar ao mundo uma palavra "TEMPERADA COM SAL" - Cl 4.6 - "A VOSSA PALAVRA SEJA SEMPRE AGRADÁVEL, TEMPERADA COM SAL, PARA SABERDES COMO DEVEIS RESPONDER A CADA UM". Se a Palavra de Deus estiver presente em nossos lábios, o mundo à nossa volta certamente será atingido pelo poder de Deus!

A OFERTA PELO PECADO

DESCRIÇÃO Lv. 4:1-5, 13; Lv. 6:24-30:

Pela sua própria natureza, o homem é pecador, condição está herdada de Adão – "TODOS PECARAM E ESTÃO DESTITUÍDOS DA GLÓRIA DE DEUS", "NÃO HÁ UM JUSTO, NENHUM SEQUER" - Rm 3.23.  Não há como livrar-se do pecado a não ser através de uma intervenção divina, que tinha como seu representante o sacerdote, o responsável para oferecer o animal em sacrifício, para remissão dos pecados do ofertante. Este tipo de oferta, era oferta obrigatória ao Senhor, diferentemente das ofertas voluntárias. Conforme nos diz Shedd:

"As ofertas pelas culpas próprias ou alheias eram obrigatórias como expiação por certos pecados, que podiam ser derivados à ignorância ou ao erro. Embora involuntariamente, cometia-se um pecado, se se praticasse algo ‘do que não devia fazer" (vs. 2.13, 22, 27), sem poder recorrer-se muitas vezes à desculpa da ignorância".

VEJA A PRINCIPAIS PARTICULARIDADES DA OFERTA PELO PECADO:

Era um tipo de oferta que era indicada para a condição geral do pecador diante de Deus, já que todos os homens são pecadores, pois possuem uma natureza pecaminosa; e também para os chamados "pecados não intencionais", ou seja aqueles pecados feitos de maneira involuntária.

Esta oferta deveria ser oferecida pelo Sumo-Sacerdote (8.12), pelo monarca (8.22-26), pela congregação (8.13-21) e enfim, por qualquer membro do povo (8.27-35). A culpa pelo pecado seria condizente com a posição daquele que o havia cometido.

Observando o capítulo 5.1-6, temos uma lista de pecados que careciam deste tipo de oferta: Recusar ser testemunha, o contato com animal imundo, contato com imundícies humanas e o julgamento precipitado.

SIMBOLISMOS

Enquanto que o sacerdote oferecia a Deus um sacrifício insatisfatório, insuficiente, uma vez que o sangue de animais não podia remover definitivamente o pecado – Hb 10.4, "PORQUE É IMPOSSÍVEL QUE O SANGUE DE TOUROS E DE BODES REMOVA PECADOS", O SACRIFÍCIO DE CRISTO FOI COMPLETO E SUFICIENTE, TRATANDO DEFINITIVAMENTE COM O PECADO DO HOMEM EM SUA PROFUNDIDADE”. Hb 9.11-12 - "QUANDO, PORÉM, VEIO CRISTO COMO SUMO SACERDOTE DOS BENS JÁ REALIZADOS, MEDIANTE O MAIOR E MAIS PERFEITO TABERNÁCULO, NÃO FEITO POR MÃOS, QUER DIZER, NÃO DESTA CRIAÇÃO, NÃO POR MEIO DE SANGUE DE BODES E DE BEZERROS, MAS PELO SEU PRÓPRIO SANGUE, ENTROU NO SANTO DOS SANTOS, UMA VEZ POR TODAS, TENDO OBTIDO ETERNA REDENÇÃO".

Enquanto que no Tabernáculo, o sangue do animal era trazido para o interior do Santuário, onde era espargido por sete vezes na presença do véu, Cristo penetrou para dentro do véu e ali aspergiu o seu próprio sangue, Hb 9.12 - "... NÃO POR MEIO DE SANGUE DE BODES E DE BEZERROS, MAS PELO SEU PRÓPRIO SANGUE, ENTROU NO SANTO DOS SANTOS, UMA VEZ POR TODAS, TENDO OBTIDO ETERNA REDENÇÃO". É através do sangue de Cristo que nos tornamos vitoriosos contra o pecado, o mundo e satanás.

Enquanto que a confissão no Tabernáculo deveria ser realizada sobre a cabeça do animal, para assim o pecador ser aceito diante de Deus, hoje devemos confessar nossos pecados diretamente a Jesus, se quisermos receber o verdadeiro perdão, 1 Jo 1.9 - "SE CONFESSARMOS OS NOSSOS PECADOS, ELE É FIEL E JUSTO PARA NOS PERDOAR OS PECADOS E NOS PURIFICAR DE TODA INJUSTIÇA". No Tabernáculo o sacerdote era o intermediário da confissão; em Jesus não temos quaisquer intermediários, ou mediadores.

O contato com coisas, animais e pessoas imundas, era um tipo de transgressão que exigia a Oferta Pelo Pecado. Este tipo de pecado exigia do ofertante uma purificação; caso não observada, o infrator poderia ser morto, Nm 19.20, "NO ENTANTO, QUEM ESTIVER IMUNDO E NÃO SE PURIFICAR, ESSE SERÁ ELIMINADO DO MEIO DA CONGREGAÇÃO, PORQUANTO CONTAMINOU O SANTUÁRIO DO SENHOR; ÁGUA PURIFICADORA SOBRE ELE NÃO FOI ASPERGIDA; É IMUNDO". Não podemos nos esquecer de que o pecado nos torna "imundos", "impuros", e precisamos ser purificados, lavados não pela água, mas pelo "sangue de Cristo". No dizer de João: "SE CONFESSARMOS OS NOSSOS PECADOS, ELE É FIEL E JUSTO PARA NOS PERDOAR OS PECADOS E NOS PURIFICAR DE TODA INJUSTIÇA" - 1 Jo 1.9. - A palavra "purificar" neste texto, vem do grego "kayarizw" – katharizo, e significa "limpar-se da sujeira", "purificar-se". Em quase todas as purificações judaicas usava-se a água. Porém na Nova Aliança, não precisamos da água para nossa purificação pessoal, e sim somos limpos através do sangue de Cristo e pela Palavra de Deus, Jo 15.3 - "VÓS JÁ ESTAIS LIMPOS PELA PALAVRA QUE VOS TENHO FALADO".

A OFERTA PELA TRANSGRESSÃO, OU SACRILÉGIO

DESCRIÇÃO – Lv. 5:14 – 6:7; 7:1-10:

A Oferta Pela Transgressão ou Sacrilégio, era um tipo de sacrifício envolvendo certos pecados, onde ficava patente que o dano causado carecia de uma retribuição. Ele é apresentado de duas maneiras:

1) A transgressão envolvendo uma falta diante de Deus, na omissão em dar as "coisas santas ao Senhor", aquilo que é do Senhor, como por exemplo, os dízimos, as ofertas, as primeiras coisas da colheita. Quando estas exigências não eram cumpridas pelos israelitas, exigia-se a entrega ao sacerdote dos bens retidos, ou o resgate;

2) A transgressão de mandamentos e princípios dados pelo Senhor. – Neste caso, a defraudação era contra o semelhante. Antes do ofertante apresentar qualquer oferta ao Senhor, deveria reparar o dano através de uma compensação do prejuízo. Shedd nos fala deste tipo de oferta:

"Este sacrifício refere-se ao pecado que exige uma restituição, mesmo antes da oferta, e apresenta-se sob duas formas: uma, pela transgressão de faltar em dar as ‘coisas sagradas do Senhor’ (5.15) isto é. nos dízimos, nas ofertas, nas primícias, etc., como pertencendo a Deus, e exigindo a entrega ao sacerdote ou o resgate: outra, pela transgressão ‘contra os mandamentos do Senhor’ (5.17). Já que as mesmas palavras se encontram várias vezes no cap. 4 (vs. 2, 13, 22 e 27), não há dúvida que o pecado em causa exigia uma restituição".

PARTICULARIDADES DESTE TIPO DE OFERTA:

O produto do roubo ou defraudação deveria ser compensado, antes mesmo do oferecimento de qualquer oferta a Deus, Lv 6.4 - "... SE, POIS, HOUVER PECADO E FOR CULPADO, RESTITUIRÁ O QUE ROUBOU, OU O QUE OBTEVE PELA OPRESSÃO, OU O DEPÓSITO QUE LHE FOI DADO EM GUARDA, OU O PERDIDO QUE ACHOU".

Se o prejuízo fosse ocasionado por um juramento falso, além da restituição inteira do prejuízo, deveria ser acrescentada a "quinta parte", que seria entregue àquele que sofreu o prejuízo, no dia do oferecimento da oferta, "... OU QUALQUER COISA SOBRE QUE JUROU FALSO; POR INTEIRO O RESTITUIRÁ, E AINDA A ISSO ACRESCENTARÁ A QUINTA PARTE; A QUEM PERTENCE, LHO DARÁ NO DIA EM QUE TROUXER A SUA OFERTA PELA CULPA" -  Lv 6.5.

A oferta exigia um carneiro "sem defeito", apresentado ao sacerdote que faria a expiação, Lv 6.6-7 - "E COMO A SUA OFERTA PELA CULPA, TRARÁ AO SENHOR UM CARNEIRO SEM DEFEITO, DO REBANHO; CONFORME A TUA AVALIAÇÃO PARA OFERTA PELA CULPA TRÁ-LO-Á AO SACERDOTE; E O SACERDOTE FARÁ EXPIAÇÃO POR ELE DIANTE DO SENHOR, E ELE SERÁ PERDOADO DE TODAS AS COISAS QUE TIVER FEITO, NAS QUAIS SE TENHA TORNADO CULPADO".

SIMBOLISMOS

Um tipo de pecado dentre os pecados de transgressão, era o juízo temerário, um tipo de pecado que atinge o nosso semelhante, o próximo. Temos aqui em pauta o pecado da língua, um dos piores pecados. Certamente, o mau uso da língua pode destruir uma vida! Harrison faz a seguinte observação:

"O cristão é relembrado que a língua é um instrumento poderoso (Tg 3.5-6), e é especificamente advertido no Sermão da Montanha contra o fazer juramentos (Mt 5.34-36) e nas repreensões de Cristo dirigidas aos escribas e fariseus (Mt 23.16-22). Os servos do Senhor devem ser completamente fidedignos e confiáveis como testemunhas dEle"

Devemos lembrar aqui também daqueles pecados que fazemos diretamente contra Deus: a defraudação nas ofertas, nos dízimos, a entrega dos primogênitos, das primícias, etc. Se defraudar o homem é pecado, muito mais o será quando defraudamos a Deus, retendo o que é dEle. Muitos filhos de Deus não são abençoados no mundo porque "seguram", para não dizer "roubam" o que pertence ao Senhor. Basta lembrarmos que Malaquias chama a retenção do dízimo de roubo, Ml 3.8 - "ROUBARÁ O HOMEM A DEUS? TODAVIA, VÓS ME ROUBAIS E DIZEIS: EM QUE TE ROUBAMOS? NOS DÍZIMOS E NAS OFERTAS". Há ainda muitas outras coisas nas quais roubamos a Deus.

O SACRIFÍCIO DA PAZ, OU OFERTA PACÍFICA

DESCRIÇÃOLv. 3:1-17; 7:11-34

A oferta pacífica, ou sacrifício da paz deveria acontecer de forma voluntária, quando o ofertante fosse movido pelo desejo de agradecer a Deus por algum motivo especial. Um animal macho ou fêmea deveria ser oferecido, mas sem qualquer mancha. Esta oferta era também chamada de "oferta da comunhão", já que inspirava por parte do ofertante um relacionamento de comunhão com o Senhor. Barrow a descreve com alguns detalhes:

"O sangue da Oferta Pacífica era espargido sobre o Altar de Holocausto, a gordura e as partes internas eram removidas e o restante era assado. A gordura e as partes internas eram queimadas; para satisfazer a Deus como cheiro suave. Por Deus havido mostrado claramente o que lhe agradava, a pessoa que oferecia tal oferta estava fazendo exatamente aquilo que agradava a Deus, e desta maneira tendo comunhão com Ele. Havia também a ocasião em que a carne da oferta era para o sacerdote e o oferente consumir, comerem juntos, com bolos ázimos amassados com azeite, coscorões ázimos amassados com azeite de flor de farinha, similar a Oferta de Alimentos. A Oferta Pacífica era uma indicação de um bom, saudável e amoroso relacionamento entre o oferente e Deus, e entre o oferente e o sacerdote. Havia paz com Deus e paz entre as pessoas em geral".

PARTICULARIDADES EM RELAÇÃO ÀS OFERTAS PACÍFICAS:

Dentre as outras ofertas, a Oferta Pacífica era a que expressava uma grande alegria e júbilo por parte do ofertante, já que ela era oferecida por aqueles que se julgavam estar em comunhão e paz com o Senhor. A oferta se constituía, então, numa forma de gratidão a Deus.

Outro detalhe importante é que esta oferta era aquela que era observada em último lugar, o que nos impulsiona a dizer que a paz certamente nos vem quando, como filhos de Deus, praticamos a obediência incondicional ao Senhor e procuramos andar em seus princípios.

Esta oferta poderia ser oferecida publicamente ou privativamente. Um exemplo de Oferta Pacífica pública está relacionado aos dois cordeiros que eram oferecidos por ocasião da Festa de Pentecoste, a qual era considerada "santíssima". Normalmente estas ofertas públicas ocorriam durante grandes manifestações nacionais, ou solenidades coletivas, onde havia muita alegria e regozijo.

As ofertas privadas vinham de:

- ações de graças, como reconhecimento do alcance de misericórdias, Lv 7.12 - "SE FIZER POR AÇÃO DE GRAÇAS, COM A OFERTA DE AÇÃO DE GRAÇAS TRARÁ BOLOS ASMOS AMASSADOS COM AZEITE, OBREIAS ASMAS UNTADAS COM AZEITE E BOLOS DE FLOR DE FARINHA BEM AMASSADOS COM AZEITE".

- provenientes de votos, Lv 7.16  - "E, SE O SACRIFÍCIO DA SUA OFERTA FOR VOTO OU OFERTA VOLUNTÁRIA, NO DIA EM QUE OFERECER O SEU SACRIFÍCIO, SE COMERÁ; E O QUE DELE FICAR TAMBÉM SE COMERÁ NO DIA SEGUINTE".

- Através de ofertas voluntárias, Lv 7.16 - "E, SE O SACRIFÍCIO DA SUA OFERTA FOR VOTO OU OFERTA VOLUNTÁRIA, NO DIA EM QUE OFERECER O SEU SACRIFÍCIO, SE COMERÁ; E O QUE DELE FICAR TAMBÉM SE COMERÁ NO DIA SEGUINTE".

As Ofertas Pacíficas normalmente eram acompanhadas com uma libação e uma oferta de cereais, onde eram oferecidos um bolo feito de cereais ralados e de farinha de trigo misturada com azeite, além de bolos asmos, que eram preparados de três formas diferentes, com azeite, Lv 7.11-14 - "ESTA É A LEI DAS OFERTAS PACÍFICAS QUE ALGUÉM PODE OFERECER AO SENHOR.  SE FIZER POR AÇÃO DE GRAÇAS, COM A OFERTA DE AÇÃO DE GRAÇAS TRARÁ BOLOS ASMOS AMASSADOS COM AZEITE, OBREIAS ASMAS UNTADAS COM AZEITE E BOLOS DE FLOR DE FARINHA BEM AMASSADOS COM AZEITE. COM OS BOLOS TRARÁ, POR SUA OFERTA, PÃO LEVEDADO, COM O SACRIFÍCIO DE SUA OFERTA PACÍFICA POR AÇÃO DE GRAÇAS.  E, DE TODA OFERTA, TRARÁ UM BOLO POR OFERTA AO SENHOR, QUE SERÁ DO SACERDOTE QUE ASPERGIR O SANGUE DA OFERTA PACÍFICA".

Era exigido do ofertante que colocasse suas mãos sobre o sacrifício, através de uma confissão de pecados e ainda que fizesse ação de graças a Deus. Após o animal ser abatido pelo próprio ofertante, o seu sangue era aspergido sobre o altar através do sacerdote; as entranhas e as gorduras eram queimadas ao Senhor. Esta oferta culminava numa festa grandiosa e jubilosa, onde a carne do animal, juntamente com os bolos asmos era comida pelos participantes.

Outro detalhe significativo desta oferta é que o ofertante, juntamente com seus amigos, os sacerdotes reuniam-se num relacionamento de feliz comunhão com o Senhor, no átrio do tabernáculo, Dt 12.17-18 - "NAS TUAS CIDADES, NÃO PODERÁS COMER O DÍZIMO DO TEU CEREAL, NEM DO TEU VINHO, NEM DO TEU AZEITE, NEM OS PRIMOGÊNITOS DAS TUAS VACAS, NEM DAS TUAS OVELHAS, NEM NENHUMA DAS TUAS OFERTAS VOTIVAS, QUE HOUVERES PROMETIDO, NEM AS TUAS OFERTAS VOLUNTÁRIAS, NEM AS OFERTAS DAS TUAS MÃOS; MAS O COMERÁS PERANTE O SENHOR, TEU DEUS, NO LUGAR QUE O SENHOR, TEU DEUS, ESCOLHER, TU, E TEU FILHO, E TUA FILHA, E TEU SERVO, E TUA SERVA, E O LEVITA QUE MORA NA TUA CIDADE; E PERANTE O SENHOR, TEU DEUS, TE ALEGRARÁS EM TUDO O QUE FIZERES". Essa refeição denotava a comunhão entre os adoradores e Deus. E também simbolizava e prometia amizade e paz com Deus.

SIMBOLISMOS

Como o próprio nome nos diz, a Oferta Pacífica, tem a ver com "comunhão e paz", que somente pode vir através de um íntimo relacionamento entre Deus e o ofertante. Através desta oferta, a comunhão entre Deus e o pecador se tornava realidade. Nenhum homem poderia chegar ao Altar para oferecer a Oferta Pacífica, sem antes haver passado pela Oferta da Expiação, ou seja, não poderia haver qualquer comunhão do pecador com Deus, sem que antes, uma vítima substitutiva pelo pecado fosse oferecida. Cumprindo esta exigência, o ofertante podia chegar para oferecer a Oferta Pacífica, e gozar da paz oferecida pelo Senhor. Porém, a paz com Deus nos dias do Velho Pacto não era absoluta, uma vez que havia necessidade de se fazer constantes oferendas. Já, na Nova Aliança, a paz é permanente e foi conquistada através do Senhor Jesus em nosso favor, Rm 5.1.

Outro simbolismo envolvido na Oferta pacífica é o fato de que podemos erguer nossa voz para dar ações de graças a Deus. Devemos ter em mente que inúmeros dos sacrifícios que compunham as Ofertas Pacíficas, eram sacrifícios que deveriam expressar por parte do ofertante uma gratidão ao Senhor, "SE ALGUÉM O OFERECER POR OFERTA DE AÇÃO DE GRAÇAS, COM O SACRIFÍCIO DE AÇÃO DE GRAÇAS OFERECERÁ BOLOS ÁZIMOS AMASSADOS COM AZEITE, E COSCORÕES ÁZIMOS UNTADOS COM AZEITE, E BOLOS AMASSADOS COM AZEITE, DE FLOR DE FARINHA, BEM EMBEBIDOS" - Lv 7.12. Como filhos de Deus, temos muitos motivos para agradecê-LO! Falando aos crentes de Corinto Paulo não somente reconhece que devemos dar "graças a Deus", mas que esta prática seja também abundante, 2 Co 4.15 - "POIS TUDO É POR AMOR DE VÓS, PARA QUE A GRAÇA, MULTIPLICADA POR MEIO DE MUITOS, FAÇA ABUNDAR A AÇÃO DE GRAÇAS PARA GLÓRIA DE DEUS".

Outro ponto importante de simbolismo está em que a gratidão a Deus, sempre vem acompanhada com a alegria. Sabemos que a alegria é outro fator que deve ocupar a vida do filho de Deus. Não se pode admitir crente carrancudo, emburrado, mal humorado, pavio curto, etc., Em nós deve brilhar a alegria da salvação! Quando Davi pecou, uma das coisas que ele lamenta ter perdido, foi o gozo da salvação. Porém, Davi não deixou de reivindicar esta bênção, quando implorava pelo perdão e restauração de seu pecado, Sl 51.12 - "RESTITUI-ME A ALEGRIA DA TUA SALVAÇÃO, E SUSTÉM-ME COM UM ESPÍRITO VOLUNTÁRIO". Como é bom servir a Deus e viver na alegria da Palavra.



FONTE DE INFORMAÇÕES:

BARROW, Martyn. Artigo "O Altar dos Holocaustos". http://www.domini.org/tabern. martyn@domini.org. Tradução: Pastor Eduardo Alves Cadete (05/01). Revisão: Joy Ellaina Gardner (02/02). Calvin G. Gardner 03/02.
BÍBLIA ONLINE. Sociedade Bíblica do Brasil. Versão 2.01. 1999.
HARRISON, R. K., Ph. D., D. D., "Levítico, Introdução e Comentário". Editora Mundo Cristão. São Paulo-sp, 1989.
LEA, LARRY. "Supremo Chamado", Editora Abba Press. São Paulo.
SHEED, Russel, PhD. O Novo Comentário da Bíblia. Edições Vida Nova. São Paulo. Vol. I, págs. 157-163.

MESQUITA, Antônio Neves de. Estudo do Livro de Levítico. Juerp (Junta de Educação Religiosa e Publicações da Convenção Batista Brasileira). Rio de Janeiro-RJ. 1971.

O JULGAMENTO DE JESUS CRISTO FOI O MAIOR ERRO JUDICIÁRIO DA HISTÓRIA

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Um dos casos mais emblemáticos e mais relevantes noticiado pela história foi, sem dúvida, o julgamento de Jesus Cristo, personagem universalmente conhecido. Porém, sua prisão, julgamento e condenação foram permeados de ilegalidades, nulidades e ofensas aos basilares princípios do Direito, verdadeiro assassinato pelo poder estatal.

A base jurídica do povo hebreu era o Torah e a Misnah. Os juízes aplicadores do direito compunham o Sinédrio. Na época, o Governador era Pôncio Pilatos, o que possuía o chamado ius gladii, ou seja, o poder da vida e da morte.

Jesus passou por dois julgamentos: um religioso, perante o Sinédrio, e outro político, diante de Pilatos. As acusações políticas eram: sedição, declarar-se rei e incitar o povo a não pagar impostos a César.

O Sinédrio não tinha o poder para decretar a pena capital. Por isso, Jesus foi acusado de ter instigado o povo à revolta (sedição), incitando-o a não pagar tributos a Cesar e de ter se proclamado rei (crimen laesae majestati).

A história da morte de Jesus começa com a sua prisão. A prisão de Jesus aconteceu na noite de quinta-feira, véspera da Páscoa, sem qualquer mandado. A história conta que Judas Iscariotes entregou Jesus aos sacerdotes. Teria traído o seu Mestre por 30 moedas de prata.

Encaminhado a Pilatos, este, em um primeiro momento, enviou Jesus ao rei Herodes para julgamento. Herodes devolveu Jesus sem sentença. Não havia acusação, prisão ilegal, processado por Juízo incompetente.

Pilatos jogou a escolha para a multidão (privilegium paschale), em razão do direito consuetudinário de soltar um preso na época da Páscoa, terceira instância. Na época, estava preso um homem muito conhecido, chamado Barrabás. Quando a multidão se reuniu, Pilatos perguntou:

"QUEM É QUE VOCÊS QUEREM QUE EU SOLTE: BARRABÁS OU ESTE JESUS?" - Responderam eles: "BARRABÁS!"

Os chefes dos sacerdotes e líderes judeus convenceram a multidão a pedir ao governador Pilatos que soltasse Barrabás e condenasse Jesus. Pilatos, então perguntou:

"QUE FAREI ENTÃO COM ESTE A QUEM CHAMAM DE MESSIAS?" - Responderam todos: "CRUCIFICA!"

Pilatos lavou as mãos e disse para o povo (em Mateus 27.24) - "ESTOU INOCENTE DO SANGUE DESTE JUSTO; FIQUE O CASO CONVOSCO!

Na execução da sentença, um soldado romano foi o executor de Jesus Cristo, cravou os pregos nas mãos e pés, cumprindo ordens e o seu dever. (No mundo romano, a morte sem sepultura era a maior desonra. Um corpo exposto aos olhares de todos e animais, significava destruição da identidade.)

Após Pilatos entregar Jesus para a crucificação, os atos de execução foram cruéis e flagelados: Jesus foi obrigado a carregar parte da sua cruz até o monte onde seria crucificado. No fim, para garantir a pena de morte, o exactor mortis dirigiu sua lança para o lado de Jesus, fazendo com que atravessasse suas costelas e chegasse ao coração.

Em uma análise jurídica, elencamos as principais nulidades ocorridas no maior erro do judiciário registrado na história da humanidade: julgamento ilegal, sem observância das formalidades da lei romana, sem apresentação de acusação delimitada, sem direito a defesa e contraditório, sem direito a recurso e com atribuição de pena não correspondente ao crime imputado.

ILEGALIDADES PROCESSUAIS 
  1. Não se buscou qualquer testemunha para depor em seu favor.
  2. Não se observou o tempo mínimo de aviso necessário, pela lei, para anunciar que todos que quisessem poderiam comparecer ao julgamento.
  3. Não foi apregoada no Templo qualquer notícia pública sobre o caso.
  4. Não fora enviada notificação escrita à fortaleza Antonia (o que teria permitido ao procurador o direito de enviar à corte judaica um assessor, e decidir se haveria ou não necessidade de intervir).
  5. Prisão uma hora antes da meia-noite, de quinta-feira, em total desrespeito aos costumes e preceitos legais judaicos.
  6. Ilegalmente preso.
  7. Ilegalmente interrogado.
  8. O tribunal foi ilegalmente reunido à noite.
  9. Ilegalidade de julgamento noturno (o direito judaico não admitia).
  10. Testemunhas falsas, arregimentadas pelo próprio juiz.
  11. Falta de fato típico punível (condenado e processado sem imputação de um crime, ofensa ao nullum crimen sine lege).
  12. Falta de indiciamento (nenhuma ordem foi emitida por qualquer autoridade competente, desrespeitando o código criminal romano).
  13. Incompetência do juízo e suspeição dos juízes. Anás não tinha competência para proceder ao interrogatório.
  14. Interrogatório na residência particular do Sacerdote Caifás, contrário à lei, pois o lugar legítimo para tais atos de processo era o Templo.
  15. E incompetência dos juízes por suspeição, com interesse na causa.
  16. Ilegalidade da prisão (o horário do ato, a inviolabilidade de domicílio, a não existência de mandado e a ausência dos institutos de prisão provisória e preventiva).
  17. Julgamento noturno e não público (o julgamento hebraico de Jesus Cristo não foi público; o princípio da publicidade não foi observado).
  18. Ausência de prova para condenação (um tribunal penal não admitia que uma pessoa fosse declarada culpada pela confissão; só poderia ser considerada culpada mediante o depoimento de, pelo menos, duas testemunhas; o julgamento não teve oitiva legal).
  19. Cerceamento do direito de defesa (Jesus Cristo não teve direito a qualquer defesa).
  20. A lei Mosaica proibia a acusação mediante traição (Jesus foi traído por Judas, pelo preço de 30 moedas, em troca da delação).
  21. A sentença não poderia ter sido proferida no mesmo dia, por se tratar de pena capital.
  22. Pena equivocada (nenhum dos crimes eram punidos com morte, muito menos com crucificação).
  23. Ausência de denúncia (um processo só se iniciava por ação movida por um cidadão Romano, a delatio crimini; o acusado teria o seu nome lançado na tábua no rol de culpados, aguardava-se, 30 dias, prazo para colheita de provas).
  24. Falta de formação do Júri (formava-se um órgão julgador sorteados, juízes do Júri).
  25. Falta de provas (não havia nenhuma prova contra Jesus Cristo).
  26. Prisão equivocada (o direito romano exigia um indiciamento criminal formal antes da detenção do acusado).
  27. Da sentença, cabia recurso para um órgão superior.
  28. A crucificação era apenas reservada ao crime de sedição (Jesus não foi condenado por sedição).
  29. Jesus Cristo não teve advogado, defensor, defesa técnica ou mesmo autodefesa.
  30. Não houve qualquer investigação preliminar.
  31. Agredido durante o interrogatório do Sinédrio.
  32. Julgamento parcial, pela multidão.

Jesus foi condenado por uma terceira instância: uma instância popular. Pilatos apenas se curvou à vontade do povo, mesmo convicto que Jesus não havia cometido qualquer crime e mesmo diante de todas as ilegalidades processuais.

Em analogia aos tempos de hoje, não são raras vezes os jurados condenam alguém por influência da mídia e da opinião pública. Diante desse emblemático caso, devemos sempre lembrar que nenhum julgamento, especialmente o proferido pelo jurado leigo, deve ser norteado pela pressão popular.

O jurado deve sempre julgar com base nas provas dos autos, consciente, acima de tudo, dos ditames da Justiça.



FONTE DE INFORMAÇÕES:

Site: https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/

Autor: Osny Brito da Costa Jr.

O CREDO APOSTÓLICO

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Por seu uma das primeiras parte da literatura confessional que se aprende, o Credo Apostólico é o credo mais usado em nossa igreja. E, exceto a oração do Senhor (dominical), não há conjunto de palavras na Igreja Cristã que os cristãos mais pronunciem.

Ele é o primeiro dos credos ecumênicos (a palavra ecumênico significa universal, geral, do mundo inteiro).

A Igreja Cristã antiga adotou o nome ecumênico para mostrar que ela, como um todo, aceitava esses credos foram usados dessa maneira. Em 1580, a Igreja Luterana, para demonstrar de que não era uma seita ou movimento, incorporou três credos em suas confissões, reunidas no Livro de Concórdia.

Apesar de receber o nome de Apostólico, não temos nenhuma evidência de que foi escrito pelos próprios apóstolos ou por alguns deles. O título "Credo Apostólico" foi usado pela primeira vez em 390, no Sínodo de Milão.

Em 404, Tirano Rufino escreveu um comentário do credo, contando a história de sua provável origem (de que no dia de Pentecostes os apóstolos, antes de cumprir a ordem de ir aos confins da terra, teriam se reunido e cada um contribuído com alguma parte do credo). Há evidência, no entanto, de que um credo muito semelhante a este já era usado no ano 150.

A verdade, talvez, nunca se saberá. Entretanto, ninguém de sã consciência negará que esse credo reproduz autenticamente o ensino dos apóstolos, fundamentado nas verdades das Escrituras (1 Co 8.6; 12.13; Fp 2.5-11; 1 Tm 2.4-6; 1 Tm 3.16).

O texto conforme se encontra no Livro de Concórdia:

Creio em Deus, o Pai onipotente, criador do céu e da terra.

E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido do Espírito Santo, nasceu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu aos infernos, no terceiro dia ressuscitou dos mortos, subiu aos céus, está sentado à destra de Deus, o Pai onipotente, donde há de vir para julgar os vivos e os mortos.

Creio no Espírito Santo, a santa igreja católica – a comunhão dos santos, a remissão dos pecados, a ressurreição da carne e a vida eterna. Amém.

O texto litúrgico atualmente em uso:

Dir-se-á o Credo Apostólico: Creio em Deus Pai, todo-poderoso, Criador do céu e da terra.

E em Jesus Cristo. Seu único Filho nosso Senhor. O qual foi concebido pelo Espírito Santo, nasceu da virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu ao inferno, no terceiro dia ressuscitou dos mortos, subiu ao céu e está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de vir julgar os vivos e mortos. Creio no Espírito Santo, na Santa Igreja Cristã – a comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne e na vida eterna. Amém.

Note-se que a palavra católica foi generalizada traduzida por "cristã", em parte para não confundir com a igreja romana, mas principalmente para reforçar o fato de que ele é a confissão verdadeira de qualquer cristão. Sem dúvida, como disse Lutero: "A verdade cristã não poderia ter sido resumida numa exposição mais clara e breve".