O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE INTERCESSÃO



A INTERCESSÃO

Interceder é exercer a misericórdia e a compaixão procurando se assemelhar a Jesus Cristo: O INTERCESSOR!

Significado:


  1. É a oração feita em lugar de pessoas, países, famílias, autoridades, etc.
  2. Colocar-se diante da Santíssima Trindade em favor dos homens;
  3. Trazer as promessas e o reino de Deus para aqueles que necessitam.
  4. Em hebraico: PAGA – colocar-se entre, ser intermediário. Pleitear a causa de outro como se fosse a minha.


É uma oração feita conforme o pensamento de Deus, deixando o Espírito Santo revelar sua vontade e desígnios. Interceder é captar a mente e o pensamento de Cristo (1 Cor 3,10-11), deixar que o Espírito Santo mova a mão de Deus nas situações pelas quais estivermos clamando.

Ë descobrir o que está no coração de Deus, mediante a escuta e o exercício do amor, e a partir de sua revelação orar com poder e autoridade, não tendo medo de enfrentar e se confrontar com o inimigo, uma vez que maior é o que está em nós do que o que está no mundo. Se Deus é por nós quem será contra nós... (Rom 8,31)

No mundo teremos aflições, mas Ele venceu o Mundo!!! (Jo 16,33)
Interceder é orar o que pesa no coração de Deus em favor dos homens, grupos, nações, igreja, etc.

A ORAÇÃO DE INTERCESSÃO

“A intercessão é uma oração de pedido que nos conforma de perto com a oração de Jesus. ele é o único Intercessor junto do Pai em favor de todos os homens, dos pecadores, sobretudo. Ele é ‘capaz de salvar de modo definitivo aqueles que por meio dele se aproximam de Deus, visto que Ele vive para sempre para interceder por eles’ (Hb 7, 25). O próprio Espírito Santo ‘intercede por nós... pois é segundo Deus que ele intercede pelos santos’ (Rm 8, 26-27)”.

“Interceder, pedir em favor de outro, desde Abraão, é próprio de um coração que está em consonância com a misericórdia de Deus. No tempo da Igreja, a intercessão cristã participa da de Cristo; é a expressão da comunhão dos santos. Na intercessão, aquele que ora ‘não procura seus próprios interesses, mas pensa sobretudo nos dos outros’ (Fp. 2, 4) e ora mesmo por aqueles que lhe fazem mal.”

“As primeiras comunidades cristãs viveram intensamente essa forma de partilha. O Apóstolo Paulo as faz participar assim de seu ministério do Evangelho, mas intercede também por elas. A intercessão dos cristãos não conhece fronteiras: ‘Por todos os homenspelos que detêm a autoridade’ (1Tm 2,1), pelos que nos perseguem, pela salvação daqueles que recusam o Evangelho.”

A intercessão tem dois momentos: um de encontro e o outro de confronto. Quando intercedemos, oramos para que a vontade de Deus seja estabelecida ao mesmo tempo que confrontamos com as forças espirituais do mal espalhadas pelos ares, que fazem oposição aos planos e desígnios de Deus.

A INTERCESSÀO NÀO TEM LÍMITES

O intercessor não tem tempo, lugar, distância. Ele ora no reino espiritual, e neste campo não há limitações humanas... (Isaias 59,16)

Falar de Deus a aos homens é uma grande coisa, mas falar a Deus dos homens é ainda maio” (Bounds)

Intercedemos por pessoas, nações, doenças físicas, espirituais, psicológicas, igrejas (comunidades, grupos, sacerdotes), missionários, governos, vocacionados, etc.

O INTERCESSOR

O intercessor é aquele que recebe de Deus a revelação de seu desejo, sua vontade, seus planos insondáveis, portanto, o intercessor deve buscar uma intimidade pessoal e única com Ele.

Interceder é exercer o sacerdócio comum de todo crente e assemelhar-se a Cristo, pois somos seu corpo.

Em Amós 3,7 Ele diz: CERTAMENTE O SENHOR DEUS NÃO FARÁ COISA ALGUMA, SEM PRIMEIRO REVELAR O SEU SEGREDO AOS SEUS SERVOS, OS PROFETAS”.

Por isso a oração do intercessor deve ser: “Senhor ensina-me a orar por aquilo que está no Seu coração...”

O intercessor deve ouvir o Senhor, escutar o que Ele está falando – Ezequiel 3,17. um único homem pode salvar uma nação!

O intercessor é um amigo de Deus, a quem Ele faz questão de revelar sua vontade (Sl 25,14).

NADA ACONTECE SEM ORAÇÃO

Se quisermos ter esse discernimento de como interceder pelas situações, devemos trilhar o caminho da oração. Sem oração nada acontece.

Deus decidiu usar de pessoas que ousem no reino espiritual e desvendem seus insondáveis desejos. Para isso ele busca pessoas que com Ele farão proezas. E esse lugar é a oração!

Quando trilhamos o caminho da oração pessoal, passamos da esfera material para a espiritual para trazer o que, e como orar, pois oração significa relacionamento com Deus.

Porque devemos orar? Por que Jesus disse que se orássemos seríamos atendidos. Se fosse a Deus Pai em Seu nome: Lucas 11,9-13. Paulo também nos incita a orarmos sempre: Ef. 3,20; 3,141-19.

A oração amplia nossa visão para a intercessão, e lança-nos para o reino invisível, e pela fé antecipadamente oramos por aquilo que ainda não vemos no reino material.

Quando oramos estamos conversando com o Pai em nome de Jesus pelo Espírito Santo: Jo 16,23-24.

Devemos crer que Deus ouve nossas orações: Marcos 11,24 – Oração feita sem fé não produz resultados.

Perdoamos e devemos pedir perdão pelos que nos magoaram e ofenderam: Marcos 11,25, Mateus 6,14-15; Aprendemos a orar pelos outros, pois ao entrar na dimensão vertical da cruz nos relacionamos com a Trindade, e obtemos como resposta, resultado, a tarefa; missão de nos ocuparmos e preocuparmos com os outros: dimensão vertical da cruz.

Descobrimos que somos dependentes do Espírito Santo e buscamos a edificação pessoal orando com Ele e Nele: Judas 20 e 1 Cor 14,4.

A oração deve ser perseverante e persistente.

Há várias modalidades de oração assim como de esportes. Há as que não buscam necessariamente alguma coisa de Deus, vamos até ele para:

Louvor, ação de graças, adoração, contemplação – Oramos a Deus, pelo que Ele é e faz. Adoramos e silenciamos (contemplação). Buscamos apresentar-lhe nossa humilde gratidão pelo que Ele é e faz em nossas vidas.

Há as orações que trazemos Deus para nossas realidades e necessidades: entrega, petição, suplica, entrega.

Na entrega, quando temos uma revelação do Senhor e aí temos que nos abandonar Nele, pois é difícil muitas vezes “aceitar” seus desígnios...

Nos pedidos, apresentamos a Ele as necessidades e intenções, mas devemos pedir ao Espírito Santo que revele qual a vontade de Deus para essas necessidades. Devemos ser objetivos na oração de petição, pedindo o auxílio e socorro do Espírito Santo e da palavra (sagradas escrituras), para saber se que pedimos se coaduna com a vontade do Senhor: 2 Cronicas 20,6-20.

Creia firmemente com base no que a Palavra de Deus te disse, que suas orações serão respondidas e a benção já está a caminho: Números 23,19. Rejeite e renuncie toda dúvida de que Deus está ouvindo sua oração. Ninguém chega num tribunal para fazer uma solicitação ou pedido sem o respaldo da lei, no nosso caso a Palavra de Deus é a carta magna (constituição) do seu Reino!

Levando as necessidades dos outrosintercedendo – Aqui vamos ao Senhor levando a carga dos irmãos e suas necessidades. Nosso objetivo é que o reino de Deus aconteça na vida das pessoas, países, famílias, e que a Salvação alcance a todos. Estamos intercedemos quando pleiteamos pela causa de alguém como se fosse nossa.

FORMAS DE ORAÇÃO

Oração pessoal/privada (Mateus 6,6) – Todo filho de Deus tem o direito e dever de fazê-la, e como o nome diz, nela ficamos só nós e Deus em intimidade, sinceridade, profundidade, etc.

Oração de Concordância (Mateus 18,18-20) – Aqui dois ou três estão unidos e reunidos, orando e concordando em comum, por pedidos, súplicas, necessidades, etc. O poder de Deus é liberado pela unidade e concordância no Espírito.

Oração coletiva (grupo de oração) – Atos 4,23-31 – Aqui o corpo se une em oração. Ë uma concordância maior, pelo louvor, petição, ação de graças, glorificação, adoração, liberando o poder de Deus.

AUXÍLIOS DE ORAÇÃO


  1. Orar na Palavra e com ela;
  2. Orar no Espírito


ETAPAS NA ORAÇÃO DE INTERCESSÃO

IDENTIFICAÇÃO: É o 1º momento, onde nos identificamos com a dor e situação pelas quais estivermos orando. Jesus levou sobre si nossas dores e sofrimentos (Isaías 53), assim nos identificamos com o aflito, o doente, famílias em desacordo, etc. Contudo apresentamos e entregamos tudo a Jesus Cristo.

Identificação é empatia, ou seja, eu sinto como você sente, a empatia nos auxilia a não julgarmos as pessoas, mas apresentá-las ao Senhor, apresentando-lhe suas feridas.

Exemplos na Palavra de Deus: Daniel no cap. 9 ele se confessa transgressor pelo povo. O mesmo acontece com Neemias (Ne 4,4-6). Moisés levando a carga do povo no deserto, etc.

COMPAIXÃO: Ë parte inseparável do intercessor, uma vez que é a própria identidade de Jesus Cristo e todo aquele que com Ele se encontra e identifica. Jesus é a expressão da misericórdia e compaixão de Deus para com a humanidade decaída.

Quando deixamos o Espírito Santo operar em nós, entramos na dor das pessoas como aquele que tem empatia = sofre junto, com. Em Mateus 9,35-38 Jesus se compadece das multidões, vê suas necessidades de salvação e logo em seguida nomeia apóstolos (Mt. 10) e os envia com a Sua autoridade para fazerem o mesmo (Jo 14,12-14)Pela compaixão, como corpo, estamos sentindo junto e clamando como se fosse conosco.


  1. A compaixão gera a cura dos enfermos (Mateus 14,14)
  2. A compaixão gera a multiplicação dos pães e peixes para os famintos (Mateus 15,32)
  3. A compaixão faz o cego abrir os olhos (Mateus 20,34)
  4. A compaixão torna o leproso são (Marcos 1,40-41)
  5. A compaixão traz à vida o morto (Jo 11,33-35)


DISCERNIMENTO: É um dos dons mais importantes para ser exercidos na intercessão, pois através dele o Espírito Santo irá revelar se o que se está orando, tem a interferência, do divino, do humano e/ou do mal/inimigo.

A palavra grega é “DIAKRISIS” e quer dizer: discernir, fazer distinção, distinguir. É o poder de julgamento, de perceber diferenças entre coisas ou ideias. O Espírito Santo vai aguçando a oração do intercessor que por Ele se deixa conduzir. A maioria das situações que o Espírito Santo revelar aos intercessores deve servir como orientação do que devemos orar.

Alguns princípios a considerar no campo do discernimento:


  1. Pedir a Deus para revelar se é, e quem é, o príncipe da maldade que está operando naquela situação, lugar ou pessoa;
  2. Neutralizar esse inimigo;
  3. Liberar o poder de Deus em nome de Jesus Cristo;
  4. Pedir o Espírito Santo que preencha aquela área.


AUTORIDADE: Cristo nos delegou sua autoridade (Lucas 10,19). Temos inimigos e batalhas a  trilhar e vencer; para isso dependemos do poder e da ação ilimitada do Senhor, Rei do universo! Ele venceu o príncipe deste mundo tenebroso, suas potestades e principados, triunfando deles pela cruz! (Jo 16,33) Em Cristo somos mais que vencedores (Romanos 8,37). Sabemos que lutamos contra um inimigo derrotado e vencido. Nosso papel é, de que, como filhos de Deus, amados, resgatados e lavados pelo sangue de Jesus. Entramos numa ofensiva de oração intercessória por aqueles que não vivem a salvação de Jesus em suas vidas ou estão sendo atormentados pelo demônio.

Lucas 10,19 – Cristo nos delega sua autoridade que todo batizado deve assumir. Para termos autoridade necessitamos de intimidade com o Senhor.

8 PASSOS PARA LIDAR COM PESSOAS DIFÍCEIS



"Pastor Ken, eu estava aqui antes de o senhor chegar, e eu estarei aqui depois que o senhor tiver ido embora".  Um membro antigo da minha primeira igreja disse isso há mais de 40 anos, quando ela e eu tivemos uma divergência sobre a missão da igreja. Foi uma discussão amigável, mas os limites foram claramente desenhados de formas intratáveis. Embora ela não tivesse nenhum cargo, ela era o "E.F. Hutton" da igreja: quando ela falava, todos escutavam.

Não foi exatamente assim que pensei que seria o início do meu ministério pastoral, mas isso se tornou uma oportunidade para a congregação trabalhar através das diferenças teológicas. A igreja, localizada em uma comunidade costeira singular e pitoresca, onde muitos turistas passavam o verão, era uma fusão de várias igrejas ao longo do ano. Como resultado, ela representava tanto perspectivas evangélicas conservadoras quanto teologicamente liberais sobre a fé e o ministério.

No nosso desacordo sobre a missão da igreja, minha preocupação era de que a igreja mantivesse um testemunho gracioso e bíblico na comunidade, bem como adorasse o único Deus verdadeiro de uma maneira que apoiasse a verdade bíblica. A mulher queria que a igreja não fosse nada mais do que um clube social formal. Ela também queria que a igreja protegesse um grupo feminino associado à igreja que era composto, em sua maioria, por pessoas da comunidade que não eram cristãs ou membros da igreja. Esse grupo era conhecido por hospedar as melhores feiras de Natal e verão na região, mas não tinha nada a ver com Deus. A questão se complicava com o fato de que esse grupo havia levantado o dinheiro para redecorar a casa pastoral de 150 anos logo antes da minha família mudar-se para lá.

Embora os evangélicos na igreja fossem uma forte maioria, nós éramos sensíveis à história da igreja com as suas diversas perspectivas teológicas. Além disso, nós éramos a única igreja em um distinto bairro da cidade. Por isso, nos movíamos lenta e deliberadamente. Foram necessários quase quatro anos para a igreja trabalhar essas tensões. No fim das contas, a congregação votou a favor de se alinhar exclusivamente a convicções evangélicas de verdade bíblica, e o grupo comunitário foi convidado a se desassociar da igreja, o que eles fizeram, mas não sem lágrimas e tristeza.

Tem sido um prazer servir outras igrejas como pastor e pastor interino ao longo dos anos, e tiveram líderes capazes e eficazes que amavam o Senhor e estavam dispostos a seguir o ensinamento bíblico. Na minha primeira igreja e nas subsequentes, aprendi alguns princípios sobre como lidar com pessoas difíceis. Aqui estão oito:

  1. Ore. É necessário que isso seja dito, pois na oração nós entregamos a questão a Deus e à obra do Espírito Santo de fazer a vontade de Deus. Orar não é pedir que seja feito do meu jeito, mas do jeito de Deus. É pedir por sabedoria, discernimento, coragem, graça e paciência, qualidades que precisamos especialmente no trabalho com líderes difíceis.

  1. Trabalhe com aqueles que você consegueBusque aqueles que amam o Senhor e a sua verdade e estão comprometidos com o bem-estar da igreja. Discipule-os e encoraje o envolvimento deles na liderança.

  1. Pregue a Bíblia graciosa e redentivamente. Pregação cuidadosa, atenciosa e criteriosa tem um grande potencial de ajudar pessoas difíceis a amadurecerem na fé e a crescerem em piedade. Também edifica aqueles que têm um profundo comprometimento com a verdade de Deus, para que acompanhem você e trabalhem com pessoas difíceis na igreja.

  1. Seja honesto, mas discretoNão faça fofocas sobre pessoas difíceis, mas esteja disposto a humildemente, mas diretamente, confrontá-las — ou "amor-frontar" como David Augsberger gosta de dizer — na esperança de que elas mudem ou vão embora. Às vezes é melhor fazer isso com um líder de confiança ao seu lado. Isso evita que conversas sobre o evento se tornem a sua palavra contra a da outra pessoa, sempre que a questão for além da conversa privada.

  1. Tenha uma visão de longo prazo. Deus é paciente, e a forma como ele tece as coisas é frequentemente diferente da nossa. Perceba que somos apenas parte do seu plano para a igreja. Uma pessoa planta, outra rega, mas é Deus quem dá o crescimento.

  1. Lembre-se que os membros pertencem a DeusNós nos referimos aos membros como "minha igreja", mas sabemos que eles pertencem a Deus, não a nós. Assim, podemos entregá-los a Deus — às vezes com lágrimas e frustração — sabendo que Deus opera todas as coisas de acordo com o seu bom propósito.


  1. Confie em Deus. Alguém disse certa vez: "Deus é quem dá a cura; eu sou apenas o cuidador".  Essa perspectiva nos capacita a confiar que Deus agirá conforme ele desejar para o bem dos membros e para o bem maior da igreja.

  1. Aprenda com a experiência. Um sábio líder cristão disse certa vez para um grupo do qual eu fazia parte: "Experiência pessoal é o único tipo de experiência que eu já tive".  Então, não se desculpe pela experiência, incluindo os erros, mas aprenda a partir deles, sabendo que Deus usa a nossa experiência pessoal como campo de treinamento para futuros conflitos. Assim como a maioria dos pastores, eu prefiro ser um guardião da paz do que um pacificador, mas também aprendi que dolorosas experiências passadas, como na minha primeira igreja, me ajudam a lidar com dificuldades futuras com confiança e humildade (e essas duas qualidades podem conviver juntas).
Todo ministério, incluindo trabalhar com pessoas difíceis, é obra de Deus. Por isso podemos ser profundamente gratos, mesmo que seja doloroso e nós nem sempre entendamos o que está acontecendo. Afinal, não se trata de nós, mas de Deus.





FONTE DE INFORMAÇÕES:

Autor: Ken Swetland
Tradução: Alan Cristie

TRABALHO VOLUNTÁRIO E TERMO DE VOLUNTARIADO




O presente artigo visa despertar os irmãos para a utilização de uma poderosa arma a favor da Igreja de Cristo, que se encontra a disposição na legislação, e que, porém, infelizmente vem sendo subutilizada. Alertamos ainda, que com a utilização de forma correta deste instrumento através de uma boa gestão pode-se precaver as instituições evitando assim as avassaladoras ações trabalhistas. 

“O primeiro trabalho realizado no mundo é o da Criação. É o que se verifica do Pentateuco, mais precisamente do livro Gênesis, que descreve a origem do mundo: "E, havendo Deus terminado no dia sétimo a sua obra que tinha feito; descansou..." (Gn. 2:2). O trabalho aqui não faz conotação à fadiga e o repouso não é com intuito de recuperação de esforços gastos. Ainda, em Gênesis temos que "...Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar" (Gn.2:15). Denota-se que antes sequer do pecado original, Adão já trabalhava; pois, o trabalho é a possibilidade de continuar a obra criada por Deus.” 

Nesse enfoque, primeiramente, nos deparamos com a situação de creches, asilos, hospitais, clínicas, outros tantos ministérios, necessitando de mão-de-obra e em contra partida a sociedade sem trabalhar.

Com o advento da Lei n°9.608/98, criou-se uma poderosa arma que pode e deve ser utilizado pela Igreja de Cristo, pois, através desta Lei podemos não só regularizar as atividades dos obreiros dentro da legalidade, como também, ampliar e qualificar os trabalhos realizados em todos os ministérios. 

A Lei em comento, descreve no artigo 1°, o trabalho voluntário, com sendo aquele exercido em atividade não remunerada, prestada por pessoa física a entidade publica ou privada sem fins lucrativos, com objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social, inclusive mutualidade. O parágrafo único frisa que o serviço voluntário não gera vínculo empregatício, nem obrigação de natureza trabalhista, previdenciária ou afim.

O artigo 2º, determina que o serviço voluntário será exercido mediante a celebração de termo de adesão entre a entidade e o prestador de serviço voluntário, devendo obrigatoriamente constar o objeto e as condições do seu exercício. Porém, nada impede que as pessoas que já prestem serviços voluntários (de forma gratuita) a entidades sem fins lucrativos anteriormente a promulgação desta Lei, assinem o termo de adesão, formalizando a relação jurídica que se encontra fora da esfera do Direito do Trabalho.

Ainda, o artigo 3º, determina que o prestador de serviço voluntário poderá ser ressarcido das despesas que comprovadamente realizar no desempenho de suas atividades voluntárias, sendo estabelecido no parágrafo único que as despesas a serem ressarcidas deverão obrigatoriamente estar expressamente autorizadas pela entidade a que for prestado o serviço voluntário. Ex: despesas com locomoção, alimentação, dentre outras, despesas estas para o trabalho e não pelo trabalho.

Esclarecemos ainda, que não basta o voluntário assinar o termo de adesão ao trabalho voluntário e exercer atividades/funções de um trabalhador comum, pois a entidade não poderá exigir do voluntário a prestação habitual de serviços, posto que o voluntário não é funcionário ou empregado, mas sim mero colaborador, com notável espírito humanitário e benevolência, não podendo ser remunerado pelos serviços prestados, exceto as hipóteses do artigo 3° da Lei. Logo, não é passível de ordens de qualquer natureza, sob pena de ser caracterizado a subordinação e consequentemente ser reconhecido o vínculo empregatício.

A Lei em destaque, além de incentivar esse tipo de atividade, veio também para resguardar as entidades de eventuais ações trabalhistas. Vislumbra-se que a legislação determina a utilização de contrato de adesão, sendo que “em tese” não haveria a necessidade, pois o trabalho voluntário por si só descaracteriza a relação de emprego, mas nota-se que o objetivo do legislador foi o de deixar a questão solidificada de maneira que por mais que para nós pareça redundante, não deixa de estar correto.

Sob o prisma da utilização e validade do termo de voluntariado passamos a apresentar algumas decisões dos Tribunais Regionais do Trabalho, na qual demonstra quão importante e legal é a utilização do Termo de Voluntariado, senão vejamos: 

VÍNCULO DE EMPREGO INEXISTENTE – VOLUNTARIADO – L. 9.608/98 – A reclamante iniciou a prestação de serviço com base em anúncio para trabalho voluntário feito pela reclamada em veículo de comunicação local. Ao ser selecionada, firmou ‘Acordo para Tarefa Voluntária’, não tendo sido provada a existência de vício de consentimento que anulasse referido contrato. Também não houve prova de que a autora tivesse recebido salários ou de que estivesse subordinada juridicamente à reclamada, pois o próprio horário de trabalho era estabelecido pela reclamante, nas condições que podia. Ainda que assim não fosse, entende-se como razoável que o prestador de serviço voluntário seja orientado, inclusive no que tange ao horário de prestação de serviços e responda por esses últimos ao tomador de serviço voluntário, submetendo-se ao acompanhamento dessas atividades voluntárias.” [1] 

SERVIÇO VOLUNTÁRIO – ENTIDADE ASSISTENCIAL – INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO DE EMPREGO Segundo o disposto na Lei nº 9608/98 o trabalho voluntário, prestado por pessoa física à entidade assistencial, não gera vínculo de emprego ou obrigação de natureza trabalhista. [2] 

HORAS EXTRAS Igreja. Trabalho voluntário. Tendo a reclamada se desincumbido de demonstrar o trabalho voluntário do reclamante, como membro da Igreja, nos cultos e festividades, e uma vez inexistindo elemento material produzido pelo obreiro capaz de infirmar a demonstração patronal, resta incólume a r. sentença, que indeferiu o pleito de horas extras e reflexos. [3] 

TRABALHO VOLUNTÁRIO À COMUNIDADE RELIGIOSA - Não é empregada a pessoa que, de forma espontânea e voluntária, presta serviços à comunidade religiosa local. O fato de trabalhar sem remuneração durante o período já constitui fator relevante para se rejeitar a pretensão de ver reconhecido um vínculo empregatício. 

Assim concluímos que o presente artigo é apresentado com o intuito de despertar a Igreja de Cristo a regularizar a situação dos obreiros e/ou alavancar os ministérios com a utilização do Termo de Voluntariado; para tanto, sugerimos aos irmãos que regularizem a situações dos obreiros ligados a instituição através da assinatura do Termo de Voluntariado que se encontra disponível no setor de downloads deste site, sendo este Termo um modelo desenvolvido com base na Lei nº 9.608/1998. Para que assim, sejam evitadas as indesejáveis “reclamatórias trabalhistas”.



FONTE DE INFORMAÇÕES:
Site: www.institutojetro.com
Autor: Rodrigo Sottile