Hoje se fala muito de levitas,
infelizmente há muitos que não sabem o que é ser um levita, porém mesmo assim
se autodenominam como tal. Para entendermos melhor a pessoa do levita vamos
estudar sobre a origem deste nome.
LEVI do Hebraico LÊWI ligado a raiz
IÃWÂ significa JUNTAR , ou ainda HILLAWEH que significa UNIR. O nome HILLAWEH
(LEVÍ) é da mesma família onomatopaica da palavra HALELUIA. Vamos estudar um
pouco mais sobre Levi e entenderemos o porquê deste nome.
"Outra vez concebeu Lia,
e deu à luz um filho, e disse: Agora, desta vez, se unirá mais a mim meu
marido, porque lhe dei à luz três filhos; por isso, lhe chamou Levi." (Gênesis 29:34)
Veja o que lemos: O nome daquele de
onde se originou a tribo dos levitas significa unir; vemos agora que essa união
referida pelo texto acima se trata da união do esposo com a esposa.
Tipologicamente falando, podemos concluir que os levitas têm a responsabilidade
de unir a Esposa (Igreja) ao esposo (Deus). A pergunta que surge neste momento a
todos os levitas é: Eu estou usando o dom de Deus para unir o que? Sim, porque
há muitos que perderam a visão e estão usando seus dons e talentos para seus
próprios prazeres em vez de atraírem a presença de Deus para a igreja estão se
ofertando como artistas, como showmans; estão querendo atrair toda a atenção
dos ouvintes para si. Alguns com suas vidas deformadas estão atraindo maldição
em vez de bênçãos, estão disputando com outros levitas, causando divisão entre
músicos e cantores; com isto se vê que não entendem nada sobre o ministério
levita.
Um equívoco é imaginar que o simples
fato de cantar bem, com qualidade e até conseguir emocionar pessoas é o
bastante ou que esta seja a missão do levita, porém as responsabilidades do
Levita são muito grandes e extremamente sérias.
Responsabilidades
com o Tabernáculo
O papel dos levitas como ministros do
tabernáculo era de cooperarem na construção do tabernáculo, sob a supervisão do
filho de Arão, Itamar. Nas leis preparatórias para a marcha pelo deserto, Levi
foi separado por Deus, das outras tribos, e colocado sob a responsabilidade de
desmanchar, transportar e erigir o tabernáculo alem de servirem como uma
espécie de pára-choque para protegerem as demais tribos israelitas da
indignação de Deus, que os ameaçava se despercebidamente entrassem em contato
com a tenda sagrada ou com os seus móveis (Números 1: 47-54).
O Levita e a
Santificação
A santificação é o elemento chave para
que um levita tenha o seu ministério bem sucedido e é também a maior
responsabilidade de um servo de Deus.
"Segui a paz com todos e
a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor" (Hebreus 12:14)
Nenhum Levita pode fazer a obra de Deus
sem estar com sua vida em santidade: "Os levitas se
purificaram e lavaram as suas vestes, e Arão os apresentou por oferta movida
perante o SENHOR e fez expiação por eles, para purificá-los. Depois disso,
chegaram os levitas, para fazerem o seu serviço na tenda da congregação,
perante Arão e seus filhos; como o SENHOR ordenara a Moisés acerca dos levitas,
assim lhes fizeram." (Números
8:21-22 RA)
Este texto mostra que os levitas tinham
que se lavar e purificar suas vestes. Não há como exercer o ministério diante
do Senhor sem passar pela experiência da santificação da purificação pela
palavra de Deus. Veja mais este texto do novo testamento: "para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água
pela palavra" (Efésios 5:26)
Ninguém pode envolver-se com Deus sem
se deparar com sua santidade perfeita. O impacto da santidade de Deus em nossas
vidas deve ser o mesmo que houve na vida de Isaias:
"No ano da morte do rei
Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de
suas vestes enchiam o templo. Serafins estavam por cima dele; cada um tinha
seis asas: com duas cobria o rosto, com duas cobria os seus pés e com duas
voava. E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o SENHOR
dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. As bases do limiar se
moveram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça. Então, disse eu: ai
de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um
povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos!
Então, um dos serafins voou para mim, trazendo na mão uma brasa viva, que
tirara do altar com uma tenaz; com a brasa tocou a minha boca e disse: Eis que
ela tocou os teus lábios; a tua iniqüidade foi tirada, e perdoado, o teu pecado." (Isaías 6:1-7)
Imagine aqui que visão tremenda teve
Isaias quando se viu diante do trono de Deus e se deparou com a declaração dos
anjos: SANTO, SANTO, SANTO é o Senhor dos exércitos. A convicção da santidade
de Deus foi tão grande no coração de Isaias que ele achou que ia ser fulminado
por estar diante de tanta santidade e perfeição.
Isaias era um profeta que estava
desanimado, talvez pela morte de Uzias e também pela maldade que se estabelecer
na terra por todo um contexto de pecado e fracasso espiritual que o povo estava
vivendo. Depois de Judá ter vivido um período áureo de vigor espiritual, o Rei
Uzias peca por presunção e isso gera um declínio espiritual em Judá. Isaías,
que era então um profeta, não estava vivendo os seus melhores dias. Um dia ele
vai ao templo em Jerusalém e ao dobrar os seus joelhos, se depara com uma visão
absolutamente tremenda: Deus assentado em um alto e sublime trono! Este foi um
momento especial na vida do profeta. Talvez suas decepções com os reis da terra
estivessem embaçando sua visão a respeito do reinado divino. A visão de Deus no
seu trono assegura então a Isaias que, apesar da aparente vitória da maldade
sobre a terra, Deus continuava reinando soberano em seu alto e Sublime trono.
Até os alicerces do templo tremeram diante do estrondo do coro angelical. Os
Anjos declaravam em sublime devoção: SANTO, SANTO, SANTO é o Senhor dos
exércitos.
Veja que os anjos exaltam a santidade
do Senhor dos exércitos. Qual a razão de os anjos se utilizarem deste nome de
Deus, porque não o chamou de o senhor da paz, do amor, ou qualquer outro nome?
Acredito que havia uma lição nesta declaração dos anjos: A Santidade é uma
Guerra e somente pelo poder do Senhor dos exércitos é que se pode sair
vitorioso nesta guerra, acredito também que Deus queria equipar o profeta como
um grande guerreiro de seu exército, o Senhor dos exércitos dá ao profeta
Isaias a oportunidade de conhecer a soberania do seu Deus diante de uma citação
angelical de sua grandeza como o Grande comandante dos exércitos.
Diante da visão estrondosa Isaias se
sente indigno: como poderia ele repetir o coro angelical? Sua consciência
pesava sob o sentimento de sua fraqueza e fracasso pessoais. Ele nada mais
podia fazer se não confessar sua incapacidade e condição decaída. Na verdade
ninguém que se aproxime de Deus pode passar por uma experiência assim sem se
deparar com a santidade de Deus e a partir daí buscar uma vida de santidade. Da
mesma forma, ninguém pode declarar-se levita se não se sente totalmente
comprometido com a santidade de Deus.
Isaias faz uma declaração que pra mim é
uma grande lição: “Sou homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de impuros
lábios”. Creio que Isaias estava
falando de suas mentiras, talvez muitas vezes tenha dito o que Deus não mandou
ele dizer, talvez tenha usado o nome de Deus para falar o que não lhe fora
ordenado, ou seja em muitas situações suas profecias poderiam ser uma grande
mentira. O pecado de Isaias estava nos seus lábios: "não é o que entra pela boca o que contamina o homem, mas o que sai da
boca, isto, sim, contamina o homem." (Mateus 15:11)
É exatamente assim que muitos vivem:
todas as vezes que cantam ou dizem algo que não estão vivendo, isto se torna
uma mentira ainda que seja uma verdade para outros. Isaias vivia em um ambiente
de mentiras de palavras frívolas, um ambiente que denunciava impureza. Todos
sabemos que as palavras têm poder. Agora imagine um profeta que tem seus lábios
impuros: suas palavras eram impuras e ele estava cercado de gente que não
falava a verdade. O ambiente que ele estava vivendo estava carregado porque as
palavras que saiam daqueles lábios impuros estavam minando as suas forças. Até
que ele ouve a maior verdade de sua vida, dita por lábios angelicais:
SANTO,SANTO, SANTO é o Senhor dos exércitos. Esta é uma verdade incontestável,
Deus é santo portanto todos os que desejam agrada-lo precisam viver em
santidade. Não podemos fugir disto: O relacionamento com Deus cobra de nós uma
vida de santificação constante.
Não entendo como alguns ministros
querem desenvolver um ministério poderoso, sem vida de oração. Também não
entendo como algumas igrejas desejam ser abençoadoras sem a prática da
adoração. Vamos mergulhar nestes dois elementos imprescindíveis para a vida
vitoriosa da igreja e do ministro.
O Levita e a
Oração
Parece bobagem querer conceituar a
oração, já que ela é uma experiência tão insondável e ao mesmo tempo tão real
de qualquer pessoa que algum dia já a tenha experimentado. Todas as vezes que
alguém pretender discorrer sobre o assunto, automaticamente vai se deparar com
a expressão de sua experiência própria. Pois acredito que qualquer fórmula ou
projeto de oração não pode ser tido como manual inviolável sobre a oração. O
Pai Nosso ensinado por Jesus trata-se apenas de uma sugestão de Cristo quanto a
um modelo de oração, o qual terá sempre o tamanho e as dimensões experienciais
de cada um. O que vou abordar neste é apenas a necessidade e alguns resultados
decorrente de uma vida de oração.
Podemos usar
o termo Levita para quem não é da tribo de Levi?
Quando dizemos hoje que somos levitas
alguém pode perguntar como podemos nos denominar levitas se não somos da Tribo
de Levi. Por isso gostaria de alongar este comentário sobre os levitas a fim de
que ninguém se perturbe com estas questões.
Havia um moço de Belém de Judá, da
tribo de Judá, que era levita e se demorava ali. (Juízes 17:7)
O levita de Mica veio de Belém e era da
família de Judá. Com o poderia ser ele levita sendo de Judá e não da tribo de
Levi. O levita, neste texto pode ser um exemplo da possibilidade de que
indivíduos de outras tribos podiam, durante algum período, unir-se a tribo
sacerdotal.
Há ainda alguma evidência de que o
termo levita fosse um título funcional com o sentido de alguém obrigado por
voto, alem de servir como designação de uma tribo.
Tipologicamente o levita do Velho Testamento nada mais é do que a figura
do servo do Novo Testamento, que se consagra e assume a posição de levita para conduzir
o tabernáculo do senhor.