BÍBLIA SAGRADA, O LIVRO DOS LIVROS:

A NECESSIDADE DA BÍBLIA:

Deus tem se revelado através dos tempos por meio de suas obras, isto é, da criação (Sl. 19:1-6). Porem na Palavra de Deus temos uma revelação especial e muito maior.

Milhares de pessoas tem recorrido a Bíblia em busca de conforto, esperança e orientação em momentos dificuldades ou incertezas. A Bíblia fornece soluções para os dilemas da vida e cura para o coração partido, além de uma intervenção milagrosa do Autor, que proporciona resposta firmes para as mais complexas questões da vida.

A PALAVRA DE DEUS É INSPIRADA POR DEUS:

O que diferencia a Bíblia de todos os demais livros do mundo é a sua inspiração divina.

A Palavra grega que mais se aproxima do nosso vocábulo “Inspirada” é Theopneustos, que significa “respirando por Deus” (II Tm. 3:16).

Inspiração Divina no sentido fisiológico, é a inspiração do ar para dentro dos pulmões. É pela inspiração do ar que temos fôlego para falar. Daí o ditado “Falar é fôlego” – Quando estamos falando, o ar é expelido dos pulmões: é o que chamamos de expiração. 

Deus para falar a sua Palavra através dos escritores da Bíblia, inspirou neles o seu Espírito! 

Inspiração divina é a influência sobrenatural do Espírito Santo como um sopro, sobre os escritores da Bíblia, capacitando-os a receber e transmitir a mensagem divina sem mistura de erro.

PRECISAMOS PROCLAMAR A PALAVRA:

Deus nos deu a Sua Palavra para ela nos ajude a enfrentar as dificuldades que encontramos na vida, mas, acima de tudo, ela alimenta o nosso espírito.

A Palavra é o pão da vida, e o Espírito é o seu alento. Nós precisamos de ambos. Eis por que a nossa fé aumenta quando ouvimos a Palavra. (Rm. 10:17).

A PALAVRA DE DEUS É A REGRA INFALÍVEL E PLENA DE AUTORIDADE DE FÉ E CONDUTA:

As palavras “Inerrância” e “Infalibilidade” carecem de explicação. 

Inerrante significa o estado de ser livre de erro.
Infalível significa incapaz de erro.

A Palavra de Deus é infalível porque o próprio Deus é infalível. O que a Bíblia diz que para ser recebido como a infalível Palavra de um Deus infalível. Crer na Inerrância e infalibilidade das Escrituras é crer que as Escrituras são de autoria divina e que se pode confiar irrestritamente em Deus e na Sua Palavra.

HISTORIA DA BÍBLIA E SUA TRAGETORIA:

Bíblia - Vem Grego – da palavra “papiro”. 
Papiro é uma planta aquática de origem Egípcia, nascia e crescia as margens do Rio Nilo.

Biblos - folha de papiro preparado para escrita.
Biblion - Um rolo de papiro pequeno.
Bíblia - Vários rolos de papiro.

Bíblia literalmente - Coleção de livros pequenos.
Desaparecendo os rolos, a palavra de origem de “Livros” . A palavra Bíblia significa livro dos livros.

LINGUAGENS ORIGINAIS DA BÍBLIA:

Hebraico
Aramaico (Trechos escritos: Esdras 4:8 a 6:18 / 7:12-26 / Daniel 2:4 a 7:28 / Jeremias 10:11).
Grego

SEPTUAGINTA - Tradução feito do Hebraico para grego do velho testamento, feita por 70 sacerdotes Judeus de Jerusalém em 72 dias em Alexandria a pedido de Ptolomeu Filadelfo para sua biblioteca real. (285-246 aC).

TRADUÇÕES E VERSOES DA BÍBLIA

1. Latim - Tradução por Jerônimo, em Belém 387-405 D.C. (VULGATA – Séc. XV).
2. Inglesa - Tradução por John Wycliffe em 1380 – Impressa 1388 por Purvey.
3. Alemã - Traduzida por Lutero e Impressa por Gutenberg 1522.
4. Português - Latim para português por João Ferreira de Almeida – 1670 e impressa na Holanda em 1681; depois foi traduzida novamente do Original grego para português.

LIVROS APÓCRIFOS

Significa - “oculto” – trata-se de coisas secretas, misteriosas. Nunca reconhecidos pelos judeus, jamais foram citados por Jesus, nem foram reconhecidas pela Igreja primitiva.

São 07 os livros apócrifos da Bíblia, de edição católica-romana:

1. Tobias
2. Judite
3. Sabedoria de Salomão
4. Eclesiástico
5. Baruque 
6. 1 Macabeu
7. 2 Macabeu

ANTIGO TESTAMENTO: 

São 39 livros – Dividido em 04 grupos:

1) LEI - São 05 livros de Gn. à Dt. – São chamados o Pentateuco, tratam da origem de todas as coisas, a Lei e do estabelecimento da Nação de Israel.

2) HISTÓRIA - São 12 livros de Josué à Éster – Trata da História de Israel nos seus vários períodos: 

a) Tecracia-Juizes 
b) Monarquia-Saul, Davi e Salomão 
c) Divisão do reino e Cativeiro 
d) Pós-cativeiro-Zorababel, Esdras e Neemias.

3) POESIA - são 05 livros: Jó a Cantares de Salomão – São poéticos.

4) PROFECIA - São 17 livros: Isaías a Malaquias e estão subdivididos em:

a) Profetas Maiores: 5 livros Isaías à Daniel.
b) Profetas Menores: 12 livros Oséias à Malaquias

NOVO TESTAMENTO: 

São 27 Livros, classificados em 04 grupos:

1) BIOGRAFIA / EVANGELHOS - São 04 - Mateus - Marcos - Lucas - João - São chamados Evangelhos SINÓPTICOS, devido a certo paralelismo que tem entre si. 

2) HISTÓRIA - 01 - Atos dos Apóstolos – Registra a História da Igreja primitiva e tudo através do Espírito Santo.

3) EPÍSTOLAS/ CARTAS - São 21 - Romanos a Judas – contem a doutrina da Igreja.

4) PROFECIA - 01 - Apocalipse ou Revelação – Trata-se da volta pessoal de Jesus Cristo a Terra e das coisas que precederão esse glorioso evento.

AS CARTAS DE PAULO ESCRITA NA PRISÃO:

1. Cartas Escatológicas – 1 e 2 Tessalonicenses – provavelmente escrita de Corinto durante a 2º viagem Missionária – TEMA: Escatologia (doutrina das ultimas coisas).

2. Cartas Evangélicas – 1 e 2 Coríntios, Romanos e Gálatas – provavelmente escritas durantes a 3º viagem Missionária – TEMA : soteriologia (Doutrina da Salvação).

3. Cartas da prisão – Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemon – provavelmente escritas da prisão de Roma – TEMA: Eclesiologia (Doutrina da Igreja).

4. Cartas Pastorais – 1 e 2 Timóteo e Tito, escritas para orientar a Timóteo e Tito a respeito da administração das Igrejas – TEMA: (Teologia Pastoral).

O TABERNÁCULO E SUAS MEDIDAS:

Lugar para Sacrificio e Adoração. Tenda Sagrada que possui vários utensílios, erguida no deserto durante a peregrinação do povo de Israel (Êxodo 40).  Todos os detatlhes foram feitos de acordo com o plano divino dado a Moises (Êxodo 25:1-9).  A Obra foi coordenada por Bezalel e Aoliabe (Êxodo 31:1-6):


TABERNÁCULO:
Cumprimento: 100 côvado - 50 mts.
Largura: 50 côvado - 25 mts.
Entrada: 20 côvado - 10 mts.








Tenda do Lugar Santo e Santissimo:

Comprimento: 20 côvado - 10mts.
Largura: 10 côvado - 5 mts.






Santos dos Santos:

10 x 10 côvado - 5 x 5 mts.





ARCA DA ALIANÇA E O PROPICIATÓRIO:

Nm. 9:15-17, A Arca do Testemunho era o Ponto Central e o Foco Principal para todo o Israel.

Conteudo dentro da Arca
Havia uma Urna de Ouro com Maná (Hb. 9:4)

Vara de Arão que floresceu (Hb.9:4). – Incidente de coré (Nm. 16:31,32).

Tábuas de Pedras nas quais o Senhor Gravara dos 10 Mandamentos. (Rm. 3:20; Gl. 3:10).




MESA DOS PAES DA PREPOSIÇÃO

Ex. 25:23-30,  Um convite para festa é uma grande expressão de amizade e comunhão. – Jesus deu-nos a PARABOLA para as bodas Mt. 22:1-14.

Contudo devemos nos vestir com a roupa apropriada a sua Retidão

Todos os Sábado era colocado no Lugar Santo:

12 Paes em pilhas organizadas contendo seis cada. (Bem aventurado são os que diariamente se alimentam da Palavra – (Sl. 119:11 – Jo. 6:35,50-51). Jarro de Vinho.
 




CASTIÇAL DE OURO

Ex. 25:31-40, No Santuario não havia janela nem abertura para Luz natural penetrar.

Sete Lampadas de Ouro - Tinham de ser cheias 02 vezes por dia para mostrar acesas. (Ex. 27:20,21). 

A Beleza da lâmpada não melhorava a qualida da Luz. (Oleo e o Pavio). 

O Pavio não chamava Atenção. Apenas era notado quando estava sujo ou precisava ser limpo e aparado.. – (Mt. 25:8; Mt. 5:14-16).

Peso de 45,3 Kilos
Representa - J0.15:5 - Ele é o eixo principal e nós somos as hastes.


ALTAR DE INCENSO

Ex. 30:1-6 - Medidas 50 x 50 x 92 Cm. - Não era um Altar para oferecer holocaustos e sacrificios por pecados. - O problema do pecado era resolvido no Átrio.

Neste altar - Oferecida Suave Incenso de Louvor e Adoração. - (Sl. 141:2; Jo. 4:24).

4 Chifres - Poder , Autoridade, Segurança e Persistencia (perseverança).

ORAÇÃO - Quanto tempo devo continuar intercedendo? – (Gn. 18:22, 33) – V.33 - Abraão intercedeu enquanto o Senhor lhe falava, após isso ele teve paz em seu coração com relação ao assunto.

ORAR NO ESPIRITO  (I Co. 14:15; I Co. 2:11; Jd. 20)
ORAÇÃO RESPONDIDA (Ap. 5:7-8).




ALTAR DE BRONZE

Medida: 2 mts e ½ largura
1mts. E ½ altura

Altar de Bronze - Representa a Justiça Divina de Deus. – O Altar é Quadrado representando o lado da nossa Salvação:

Perdão – Is. 1:18
Substituição – Is. 53:6
Reconciliação – I Tm. 2:5
Libertação – Jo. 8:36



Neste Altar o homem encontra com Deus pela 1ª vez, Todos devem para aqui Ninguem pode vir sem uma oferta ( Holocausto, manjares, pacifica, pecado).

UTILIDADE PUBLICA: Instituto Pró-Cidadania Projeto & Pesquisa


Projeto Socioambiental de Vargem Grande Paulista/SP
"A Cidade Que Queremos"


O Projeto continua, agora com a Unidade Multimídia da AES Eletropaulo!



Em um Laboratório Sobre Rodas, munido de todos os recursos de alta tecnologia para o ensino, profissionais disponibilizarão lazer e entretenimento para os moradores de V.Gde. Pta.



Temas:


Uso seguro e racional da energia e o seu impacto no Meio Ambiente

Preservação do Meio Ambiente

Perigos da Rede Elétrica



  
Quando e Onde?
  
02dez2010, no Bairro Agreste – ao lado da Escola Amélia Surin (5ª.feira)
  
11dez2010, no Centro - Praça da Matriz – em frente a Prefeitura (sábado)
  


Participe da sessão que dura só 15 minutos!
  
A Unidade atenderá das 08h30 às 16h30. Programe-se!

DECEPCIONADOS COM A IGREJA


Por se tratar de um assunto de extrema urgência e real no meio do povo evangélico e a necessidade de nossas Lideranças Eclesiásticas despertarem diante deste assunto, que se passa em nossas igrejas; tomo a liberdade de expor em meu blog uma publicação do Site Cristianismo Hoje.
Muitos são os cristãos abandonam o convívio das igrejas locais e decidem exercer sua religiosidade em modelos alternativos.
A Igreja Evangélica brasileira está cansada. E é um cansaço que vem provocando mudanças fortes de paradigmas com relação aos modelos eclesiásticos tradicionais. Ele afeta milhões de pessoas que se cansaram de promessas que não se cumprem, práticas bizarras impostas de cima para baixo, estruturas hierárquicas que julgam imperfeitas ou do mau exemplo e do desamor de líderes ou outros membros de suas congregações. Dessa exaustão brotou um movimento que a cada dia se torna maior e mais visível: o de cristãos que abandonam o convívio das igrejas locais e decidem exercer sua religiosidade em modelos alternativos – ou, então, simplesmente rejeitam qualquer estrutura congregacional e passam a viver um relacionamento solitário com Deus. O termo ainda não existe no vernáculo, mas eles bem que poderiam ser chamados de desigrejados.

No cerne desse fenômeno está um sentimento-chave: decepção. Em geral, aqueles que abandonam os formatos tradicionais ou que se exilam da convivência eclesiástica tomam tal decisão movidos por um sentimento de decepção com algo ou alguém. Muitos se protegem atrás da segurança dos computadores, em relacionamentos virtuais com sacerdotes, conselheiros ou simples irmãos na fé que se tornam companheiros de jornada. Há ainda os que se decepcionam com o modelo institucional e o abandonam não por razões pessoais, mas ideológicas. Outros fogem de estruturas hierárquicas que promovam a submissão a autoridades e buscam relações descentralizadas, realizando cultos em casa ou em espaços alternativos.

A percepção de que as decepções estão no coração do problema levou o professor e pastor Paulo Romeiro a escrever Decepcionados com a graça (Mundo Cristão), livro onde avalia algumas causas desse êxodo. Embora tenha usado como objeto de estudo uma denominação específica – a Igreja Internacional da Graça de Deus –, a avaliação abrange um momento delicado de todo o segmento evangélico. Para ele, o epicentro está na forma de agir das igrejas, sobretudo as neopentecostais. “A linguagem dessas igrejas é dirigida pelo marketing, que sabe que cliente satisfeito volta. Por isso, muitas estão regendo suas práticas pelo mercado e buscam satisfazer o cliente”. Romeiro, que é docente de pós-graduação no Programa de Ciências da Religião da Universidade Mackenzie e pastor da Igreja Cristã da Trindade, em São Paulo, observa que essas igrejas não apresentam projetos de longo prazo. “Não se trata da morte, não se fala em escatologia; o negócio é aqui e agora, é o imediatismo”. Segundo o estudioso, a membresia dessas comunidades é, em grande parte, formada por gente desesperada, que busca ajuda rápida para situações urgentes – uma doença, o desemprego, o filho drogado. “O problema é que essa busca gera uma multidão de desiludidos, pessoas que fizeram o sacrifício proposto pela igreja mas viram que nada do prometido lhes aconteceu.”

Se a mentalidade de clientela provocou um efeito colateral severo, a ética de mercado faz com que os fiéis passem a rejeitar vínculos fortes com uma única igreja local, como aponta tese acadêmica elaborada por Ricardo Bitun. Pastor da Igreja Manaim e doutor em sociologia, ele usa um termo para designar esse tipo de religioso: é o mochileiro da fé. “Percebemos pelas nossas pesquisas que muitas igrejas possuem um corpo de fiéis flutuantes. Eles estão sempre de passagem; são errantes, andam de um lugar para outro em busca das melhores opções”, explica. Essa multiplicação das ofertas religiosas teria provocado um esvaziamento do senso de pertencimento, com a formação de laços cada vez mais temporários e frágeis – ao contrário do que normalmente ocorria até um passado recente, quando era comum que as famílias permanecessem ligadas a uma instituição religiosa por gerações.

Para Bitun, a origem desse comportamento é a falta de um compromisso mútuo, tanto do fiel para com a denominação e seus credos quanto dessa denominação para com o fiel. O descompromisso nas relações, um traço de nosso tempo, impede que raízes de compromisso – não só com a igreja, mas também em relação a Deus – sejam firmadas. “Enquanto está numa determinada igreja, o indivíduo atua intensamente; porém, não tendo mais nada que lhes interesse ali, rapidamente se desloca para outra, sem qualquer constrangimento, em busca de uma nova aventura da fé”, constata.

Modelo desgastado – O desprestígio do modelo tradicional de igreja, aquele onde há uma liderança com legitimidade espiritual perante os membros, numa relação hierárquica, já não satisfaz uma parcela cada vez maior de crentes. “As decepções ocorrem tanto por causa de líderes quanto de outros crentes”, aponta o pastor Valdemar Figueiredo Filho, da Igreja Batista Central em Niterói (RJ). Para ele, um fator-chave que provoca a multiplicação dos desigrejados é a frustração em relação a práticas e doutrinas. “Nesses casos, geralmente quem se decepciona é quem se envolve muito, quem participa ativamente da vida em igreja”. Com formação sociológica, o religioso diz que o fenômeno não se restringe à esfera religiosa, já que todo tipo de tradição tem sido questionada pela sociedade. “Há uma tendência ampla de se confrontar as instituições de modo geral”, diz Valdemar, que é autor do livro Liturgia da espiritualidade popular evangélica (Publit).

O jovem Pércio Faria Rios, de 18 anos, parece sintetizar esse tipo de sentimento em sua fala. Criado numa igreja tradicional – ele é descendente de uma linhagem de crentes batistas –, Pércio hoje só freqüenta cultos esporadicamente. “Sinto-me muito melhor do lado de fora”, admite. “Estou cansado da igreja e da religião”. A exemplo da maioria das pessoas que pensam como ele, o rapaz não abriu mão da fé em Jesus – apenas não quer estar ligado ao que chama de “igreja com i minúsculo”, a institucional, que considera morta. “Reconheço o senhorio de Cristo sobre a minha vida e sou dependente da sua graça”, afirma. E qual seria a Igreja com i maiúsculo, em sua opinião? “O Corpo de Cristo, que continua viva, e bem viva, no coração de cada cristão.”

Boa parte dos desigrejados encontra no território livre da internet o espaço ideal para exposição de seus pontos de vista. É o caso de uma mulher de 42 anos que vive em Cotia (SP) e assina suas mensagens e posts com o inusitado pseudônimo de Loba Muito Cruel. À reportagem de CRISTIANISMO HOJE, ela garante que é uma ovelha de Jesus, mas conta que durante muito tempo foi incompreendida e rejeitada pela igreja. “Desde os nove anos, estive dentro de uma denominação cheia de dogmas e regras rígidas, acusadora e extremamente castradora”. Na juventude, afastou-se do Evangelho, mas o pior, diz ela, veio depois. “Retornei ao convívio dos irmãos tatuada e cheia de vícios, e ao invés de ser acolhida, não senti receptividade alguma por parte da igreja, o que acabou me afastando mais ainda dela. Percebi o quanto os crentes discriminam as pessoas”, queixa-se.

Loba conta que, a partir dali, começou uma peregrinação por várias igrejas. Não sentiu-se bem em nenhuma. “Percebi que nenhum dos líderes vivia o que pregava. Isso foi um balde de água fria na minha fé”, relata. Hoje, ela prefere uma expressão de fé mais informal, e considera possível tanto a vida cristã como o engajamento no Reino de Deus fora da igreja – “Desde que haja comunhão com outros irmãos de fé, que se reúnam em oração e para compartilhar a Palavra, evangelizar e atuar na comunidade”, enumera.

Igreja virtualGente como Pércio e Loba compartilham algo em comum, além da busca por uma espiritualidade em moldes heterodoxos: são ativos no ambiente virtual, seja por meio de blogs ou através de ferramentas como o twitter e outras redes sociais. É cada vez maior a afluência de pessoas das mais diversas origens denominacionais à internet, em busca de comunhão, instrução e edificação. O pastor Leonardo Gonçalves lidera a Iglesia Bautista Misionera em Piura, no Peru. Mestre em teologia, edita o blog Púlpito cristão. “Quando comecei esse trabalho, passei a conhecer muitas pessoas que estavam insatisfeitas com os rumos que o evangelicalismo brasileiro estava tomando”, revela. “Neste processo, alguns começaram a ver o blog como uma alternativa à Igreja, ou até mesmo como uma igreja virtual”. Leonardo lida com esse tipo de público diariamente no blog. “Geralmente, são pessoas extremamente ressentidas. Consideram-se vítimas de líderes abusivos e autoritários e relatam que tiveram sua autonomia violada e a identidade quase banida em nome de uma mentalidade de rebanho que não refletia os ideais de Cristo.”

Outro que considera natural essa migração em busca de uma comunhão cristã que prescinde da igreja tradicional é o marqueteiro e teólogo presbiteriano Danilo Fernandes, editor do blog e da newsletter Genizah Virtual. Voltado à apologética, seu trabalho tem causado polêmicas e enfrentado resistências, inclusive de líderes eclesiásticos. “Pessoas cansadas de suas igrejas estão buscando pregadores com boas palavras, o que as leva à internet”. Para ele, buscar comunhão virtual em chats e outras mídias sociais é uma tendência. “A massa está desconfiada por traumas do passado; é gente machucada, marcada, ferida, gente que viu seus ídolos caírem”, conclui. Ele mesmo tem atendido diversas pessoas que o procuram para desabafar ou pedir conselhos.

Um resultado dessa busca por comunhão no ambiente virtual é o surgimento de grupos como o Clube das Mulheres Autênticas (CMA). Nascido de uma brincadeira entre mulheres cristãs que se conhecem apenas virtualmente, o grupo tem como lema “Liberdade de ser quem realmente se é”. A bacharel em direito Roberta Oliveira Lima, de 31 anos, é uma das integrantes. Ex-membro da Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte (MG), ela afastou-se de muitas das práticas ensinadas no modelo congregacional e se diz em busca de uma igreja “sem excessos”. Ela se define como “uma pessoa desigrejada, mas não desviada dos princípios do Evangelho”. Segundo Roberta, o CMA supre carências que a igreja local já não preenchia mais. “Nosso espaço tem sido um local de refúgio, acolhimento e alegrias”, relata.

Ela garante que, até o momento, o grupo não sentiu falta de uma figura sacerdotal. “Aquilo que nos propomos a buscar não requer tal figura”, alega. “Pelo contrário, temos entre nós alguns feridos da religião e abusados por figuras sacerdotais clássicas. O nosso objetivo maior é compartilhar a vida e o Evangelho que permeia todos os centímetros de nossa existência”, descreve, ressaltando que, para isso, não é necessário adotar uma postura proselitista. “Mas nosso objetivo jamais será o de substituir a igreja local”, enfatiza.

“Galho seco” – “Falta de acolhimento pela comunidade, o desgaste provocado pelo estilo centralizador e carismático de liderança e frustração com as ênfases doutrinárias contribuem para esse fenômeno”, concorda o pastor Alderi Matos, professor de teologia histórica no Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper, em São Paulo. Mas ele destaca outro fator que empurra as pessoas pela porta de saída dos templos: “É quando uma igreja e seus líderes se envolvem em escândalos morais e outros”.

A paraibana C., de 37 anos, é um exemplo de gente que fez esse penoso percurso. Ela relata uma história de abusos e falta de princípios bíblicos na congregação presbiteriana de que foi membro por mais de quinze anos, culminando com um caso de violência doméstica de que foi vítima – sendo que o agressor, seu marido, era pastor. “Havia perdido completamente a alegria de viver, ao me deparar com uma realidade bem distante daquela que o Evangelho propõe como projeto para a vida”. C. fala que conviveu em um ambiente religioso adoecido pela ausência do amor de Cristo entre as pessoas: “Contendas sem fim, maledicência impiedosa e muitos litígios entre pessoas que se diziam irmãs”.

Este ano, C. pediu o divórcio do marido e tem freqüentado um grupo alternativo de cristãos. “Rompi com a religião. Hoje, liberta disso, tudo o que eu desejo é Jesus, é viver em leveza e simplicidade a alegria das boas novas do Evangelho”. Ela explica que, nesse grupo, encontrou pessoas que vivenciaram experiências igualmente traumáticas com a religião e chegaram com muitas dores de alma, precisando ser acolhidas e amadas. “Temos nos ajudado e temos sido restaurados pouco a pouco. No âmbito do grupo, um ambiente de confiança foi formado, de modo que compartilhar é algo que acontece naturalmente e com segurança.”

As pessoas anseiam por ver integridade na liderança. Quando o discurso não casa com a prática, o indivíduo reconhece a hipocrisia e se afasta”, avalia o bispo primaz da Aliança das Igrejas Cristãs Nova Vida (ICNV), Walter McAlister. Para ele, se os modelos falidos de igrejas que não buscam o senso de comunhão e discipulado – como os que denuncia em seu livro O fim de uma era (Anno Domini) – não mudarem, o êxodo dos decepcionados vai aumentar. Apesar de compreender os motivos que levam as pessoas a abandonarem a experiência congregacional, o bispo é enfático: “Nossa identidade cristã depende da coletividade e, portanto, de um compromisso com uma família de fé. Sem isso, a pessoa não cresce nas virtudes cristãs e deixa de viver verdadeiramente a sua fé. Como um galho solto, seca e morre”.

O fenômeno dos desigrejados é péssimo. Somos um corpo, nunca vi orelhas andando sozinhas por ai”, diz Paulo Romeiro. O pastor Alderi, que também é historiador, recorre à tradição cristã para defender a importância da igreja na vida cristã. “Da maneira como a fé cristã é descrita no Novo Testamento, ela apresenta uma feição essencialmente coletiva, comunitária. A lealdade denominacional é importante para os indivíduos e para as igrejas. Quem não tem laços firmes com um grupo de irmãos provavelmente também terá a mesma dificuldade em relação a Deus”, sentencia.

Sinais do Reino – Dentro dessa linha de pensamento, é possível até mesmo encontrar quem fez uma jornada às avessas, ou seja, da informalidade religiosa para o pertencimento denominacional. Responsável pelo blog Lion of Zion, Marco Antonio da Silva, de 31 anos, é membro da Comunidade da Aliança, ligada à Igreja Presbiteriana do Brasil, em Recife (PE). Ele afirma que redescobriu sua fé na igreja institucional. “Para alguns militantes virtuais mais radicais, isso seria uma heresia, mas tenho uma família com necessidades que uma igreja local pode suprir – e a congregação da qual faço parte supre essa lacuna muito bem”, afirma.

Existe desgaste, autoritarismo e inoperância em todos os lugares onde o homem está”, reconhece o pastor e missionário Nelson Bomilcar. Ele prepara um livro sobre o tema, baseado nas próprias observações do segmento evangélico a partir de suas andanças pelo país. “Podemos ficar cansados e desencorajados, mas temos que perseverar e continuar amando e servindo a Igreja pela qual Jesus morreu e ressuscitou”. Como músico e integrante do Instituto Ser Adorador, Bomilcar constantemente percorre congregações das mais variadas confissões denominacionais – além de ser ligado a seis igrejas locais, ele congrega na Igreja Batista da Água Branca, em São Paulo. “Continuo acreditando na Igreja do Senhor. Estou na Igreja porque fui colocado nela pelo Espírito Santo. É possível viver o Evangelho na comunidade, apesar de todas as suas ambigüidades, para balizarmos aqui e ali sinais do Reino de Deus. Tenho sido testemunha disso”.

FONTE: Site Cristianismo Hoje – Edição 19

Postado em 07/11/2010Mauricio Zágari