I Co. 12:28 - “ASSIM, NA IGREJA, DEUS ESTABELECEU PRIMEIRAMENTE APÓSTOLOS,
EM SEGUNDO LUGAR PROFETAS, EM TERCEIRO MESTRES; DEPOIS OS QUE
REALIZAM MILAGRES, OS QUE TÊM DONS DE CURAR, OS QUE TÊM DOM DE PRESTAR AJUDA,
OS QUE TÊM DONS DE ADMINISTRAÇÃO, E OS QUE FALAM EM DIVERSAS LÍNGUAS”.
A
Palavra de Deus nos ensina a buscar com zelo os melhores dons e a utilizá-los
para edificação da Igreja. Muitas vezes não é isto que estamos praticando. Com
o crescimento, expansão e aumento das igrejas, cada vez mais pastores têm
assumido funções administrativas em igrejas, funções estas que não
condizem com a vocação, formação e com os dons que Deus lhes deu. O desastre é
inevitável e o desgaste é, muitas vezes, irreparável.
Cada
vez mais escândalos envolvendo igrejas evangélicas estão nas manchetes de todos
os meios de comunicação da mídia nacional e internacional. Enriquecimento
ilícito e contrabando de dólares são exemplos de reportagens que atingiram
igrejas mencionadas como evangélicas. Não quero parecer ingênuo. Aliado ao fato
de que o homem tem natureza pecaminosa e que muitos líderes de igrejas têm se
desviado de princípios bíblicos e hoje estão manipulando os fiéis e fazendo mau
uso das contribuições “voluntárias”, existe também a questão do despreparo de
pastores, desde o seminário, que exercem a administração da igreja e que não
foram habilitados e formados para isto, não conseguindo assim, introduzir e
implementar na igreja um modelo de prestação de contas que garanta ou pelo
menos promova a integridade, transparência, ética, zelo no funcionamento da
igreja e que evite ou reduza riscos de fraudes.
Conversando com alguns pastores, fica evidente o desconhecimento de
administração e gestão. Conceitos como auditoria externa, ínterim de auditoria
das demonstrações contábeis são desconhecidos, e estes são mecanismos
essenciais para a garantia da transparência na administração das igrejas.
Outro
aspecto relevante a ser considerado é que o novo código civil brasileiro exigiu
das igrejas a constituição de uma organização com CNPJ próprio, criação e
constituição de órgãos internos de controle e com funções definidas: conselhos
administrativo e fiscal (de gestão) e muitas outras obrigações
administrativas que não são pastorais. A coordenação e o controle destas
atividades não podem e não devem ficar sob a responsabilidade de um pastor que
não foi preparado e que não estudou para isto. O risco de exposição e falha no
funcionamento no que diz respeito aos aspectos de ética, transparência e de
governança é enorme quando o pastor tem sobre si esta responsabilidade e, em
bom português, não sabe como desempenhá-la.
O objetivo aqui não é culpar o pastor por não saber ou conseguir administrar
bem, pois seu foco e formação são pastorais e não administrativas. A
igreja deve ter a sensibilidade de dar o suporte que o pastor precisa para que
ele não tenha que exercer funções administrativas que não se encaixem nos seus
dons e na sua vocação. Por muitas vezes esta situação gera um peso que leva o
pastor a desistir do próprio ministério.
Também
não podemos esquecer que a grande frustração ministerial de muitos pastores e
ministros evangélicos é que na sua jornada ministerial eles não têm dado a
devida atenção à sua vocação original de pastor, que inclui a oração, o ensino
da Palavra, visitação, discipulado, aconselhamentos, pregação, entre
outros. Pastores estão se perdendo em muitas questões administrativas e
organizacionais da igreja sem dar ênfase aos seus chamados. Digno de dupla honra
é aquele que se fadiga no ensino da Palavra (I Tm 5.17 –
“OS PRESBÍTEROS QUE LIDERAM BEM A
IGREJA SÃO DIGNOS DE DUPLA HONRA, ESPECIALMENTE AQUELES CUJO TRABALHO É A
PREGAÇÃO E O ENSINO”.). Pastores precisam atender ao seu chamado
original de pastor!
Por
outro lado, penso que os pastores contemporâneos necessitam ter uma visão geral
de administração eclesiástica da igreja. Isto não significa que se tornarão
especialistas ou que serão responsáveis pela administração da igreja, mas que
devem ter noções básicas para apoiar e entender o funcionamento da
administração da igreja. Isto é importante para que o gestor ou administrador
tenha apoio da liderança pastoral que é quem determina a direção da igreja.
Costumo dizer que está administração é um bem necessário que deve servir de
suporte às atividades ministeriais da igreja. Isto só ocorrerá de maneira
saudável se os ministérios e a administração da igreja estiverem alinhados.
Finalmente,
para que um corpo (igreja) funcione bem ajustado é necessário que
cada membro desempenhe a função para que foi criada. “ASSIM COMO CADA UM DE NÓS TEM UM CORPO COM MUITOS MEMBROS E
ESSES MEMBROS NÃO EXERCEM TODOS A MESMA FUNÇÃO...” Rm 12:4. Em resumo: "Pastor pastoreia e gestor
administra”.
FONTE DE INFORMAÇÕES:
Site: www.institutojetro.com
Autor: Marco
Cruz
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